Jornal Evangélico Luterano

Ano 2016 | número 798

Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024

Porto Alegre / RS - 14:10

Comportamento

Promovendo a missão pela interação

   A preocupação com a missão não é de hoje. Em 1969, por exemplo, no Concílio Regional, em Lajeado/RS, foi apresentada a Conferência: Enviados ao Mundo. No ano de 1972, aconteceu o Seminário de Comunidades Urbanas, em Curitiba/PR. No mesmo ano, no VIII Concílio Geral, foi aprovado o Guia para atuação comunitária em fé e ação: Nossa fé-Nossa vida”. Buscavase, assim, um impulso para a renovação interna na Igreja a partir da afirmação da Comunidade local como a célula orgânica. Neste mesmo Concílio, foram colocadas como prioridades as Novas Áreas de Atuação, incluindo as Novas Áreas de Colonização no Norte e Nordeste do País, bem como a autonomia financeira.

   Em 1974, o IX Concílio Geral, em Cachoeira do Sul/RS, teve como tema principal: IECLB - Igreja Missionária no Brasil. Perante a constatação da pouca participação na vida comunitária e do pouco conhecimento bíblico das pessoas membros, foi apresentado o projeto do Catecumenato Permanente, como um caminho de fortalecimento do sacerdócio geral de todas as pessoas que creem. Em 1992, foi realizada uma Consulta Nacional de Missão, em Rodeio 12/SC. No mesmo local, no ano 2000, ocorreu o Fórum sobre Missão. Este ano foi marcado pela elaboração do Primeiro Plano de Ação Missioná- ria da IECLB (PAMI), tendo como centro: Recriar e criar Comunidade juntos: nenhuma Comunidade sem missão. Nenhuma missão sem Comunidade!

   Nos anos seguintes, o tema Missão foi abordado a partir de outra perspectiva. Em 2004, teve lugar o Fórum Contexto e Identidade, em Araras/RJ. No ano de 2005, o Fórum Fé, Gratidão e Compromisso, em Rodeio 12/SC, se ocupou com o tema da subsistência. Em 2006, com o Fórum Nacional de Missão da IECLB, em Florianópolis - Campeche/SC, o tema missão teve uma aproximação mais abrangente. Fruto deste Fórum é a Campanha Nacional de Ofertas para Missão a Vai e Vem. A elaboração de uma segunda versão do PAMI, para os anos 2008-2012, articulado pelo eixo: Missão de Deus - Nossa Paixão. Em 2010, são elaboradas as Linhas Mestras do Plano Operacional - PAMI, e, no mesmo ano, é publicado o Roteiro para o Planejamento Comunitário do PAMI.

   O tema Missão tem sido recorrente na IECLB e hoje não é diferente. Desenvolvido sob a coordenação do Grupo de Trabalho IV, composto pelo Secretário de Missão, pelo Secretário da Ação Comunitária, pelo Secretário Adjunto para Missão e Diaconia, pela Coordenadora do Núcleo de Projetos, pela Coordenadora de Diaconia e Programa Diaconia Inclusão, o Programa IV tem como finalidade o cuidado da ação missionária. As prioridades são: (a) promover a reflexão sobre missão, bem como as práticas de ação missionária, segundo as coordenadas do PAMI, (b) articular e fazer a gestão da Vai e Vem, (c) acompanhar os Projetos Missionários em diálogo com os Sínodos e em colaboração com o Núcleo de Projetos, (d) fazer a interlocução com Igrejas e agências missionárias do exterior com vistas à promoção de parcerias na missão, (e) gerenciar os requerimentos de auxílio para suporte a Campos de Atividade Ministerial, em colaboração com o Núcleo de Projetos, (f) acompanhar a Região Missionária Luterana Nordeste a Belém (RMLNB), em parceria com os Sínodos Brasil Central e Espírito Santo a Belém, (g) capacitar, implementar e acompanhar o Planejamento Estratégico, (h) articular e analisar os dados estatísticos e (i) acompanhar as instituições diaconais identificadas confessionalmente com a IECLB - Rede de Diaconia.

   É possível perceber que a Missão está sendo articulada pela interação de diversos Setores de Trabalho da Igreja. Esta forma de proceder é proposital e aponta para o fato que a Missão perpassa todos os Setores da Igreja. Tudo o que a Igreja faz, nas suas instâncias nacionais, sinodais e locais, envolve a missão, seja o administrativo, o financeiro ou ministerial (catequético, diaconal, missionário ou pastoral). Isto é assim, porque tudo o que acontece na Igreja busca desenvolver a sua tarefa, a saber: Propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivência pessoal, na família e na Comunidade, promovendo a paz, a justiça e o amor na sociedade brasileira e no mundo.

Missão é o exercício do sacerdócio de todas as pessoas que creem

   A Ação Missionaria não é responsabilidade de Ministros e Ministras nem de um grupo de pessoas na Comunidade, na Paróquia ou no Sínodo. A Missão corresponde todas as pessoas batizadas e consiste no exercício do sacerdócio de todas as pessoas que creem.

Em busca de meios e formas de fazer missão

   A missão de Deus, que se nutre da mensagem de Jesus Cristo, exige que a pessoa chamada por Deus no Batismo e incorporada à Comunidade – que é o corpo de Cristo – assuma a fé cristã como um estilo de vida, como um caminho que perpassa o pessoal, o familiar e o comunitário. Isso significa que toda a pessoa batizada está chamada a viver em Comunidade e a trabalhar com os seus dons na recriação da Comunidade.

Geração JE na missão da Igreja

   Então, missão acontece desde a Comunidade acolhedora, onde as pessoas são orientadas pela palavra do Evangelho, sustentadas pela comunhão, além de carregadas e envolvidas no Culto a Deus e cuidadas pelo serviço em amor dos irmãos e das irmãs.

   Uma Comunidade missionária se caracteriza por  uma Paixão pela Missão de Deus, paixão que impulsiona a interação entre pessoas, Setores de Trabalho e as diversas instâncias da IECLB, com vistas a buscar meios e formas de fazer missão. Podemos dizer que a ação missionária coloca em destaque que somos parte de uma família de fé dispersa neste mundo e que está em uma caminhada iniciada por Jesus Cristo, conduzida pelo Espírito de Deus.

 

 

P. Dr. Pedro Alonso
Puentes Reyes

   P. Dr. Pedro Alonso Puentes Reyes, Mestre e Doutor em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Atua como Secretário de Missão, na Secretaria Geral da IECLB, em Porto Alegre/RS

 

 

 

 

 

 

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