Jornal Evangélico Luterano

Ano 2016 | número 799

Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

Porto Alegre / RS - 08:58

Atualidade - P. Oneide Bobsin

Aqui você tem lugar?

   ‘Aqui é o meu lugar! Por favor, saia dele’, disse alguém em voz alta, quando o Culto já havia começado, para alguém que estava pela primeira vez naquela celebração...

   Em Comunidades tradicionais, onde quase todos se conhecem, pessoas demarcam lugares nos bancos dos templos. Em si, não há problemas nisto. Cada um faz o seu lugar na Igreja. Isto ocorre sem combinação e sem conflito.

   No entanto, lugar fixo não é lugar cativo. Não é como cadeira comprada em estádio de futebol, por isso, devemos nos perguntar o que esta pessoa aprendeu do Evangelho em tantos anos de Culto... talvez, de muitas gerações! Certamente, continuou com a mentalidade de ‘sócia’ em uma organização religiosa. ‘Esta é a minha Igreja, não a nossa’.

Cada um por si e o inferno para todos

   Assim, o Cada um por si e Deus por todos se transformou em Cada um por si e o inferno para todos, nas Igrejas e na sociedade. Se mais pessoas quiserem participar, são impedidas. Não é isso que estamos vendo na política e na economia?

   História diferente, mas com o mesmo sentido foi contada por outro Pastor. Na festa da OASE, a novata foi para a cozinha lavar louça. Foi sua estreia no grupo, um ‘teste de fogo’ pouco acolhedor. De repente, deixou cair um prato personalizado com o nome do grupo. Mil pedaços. Pediu desculpas, mas os olhos fulminaram-na e ela foi triste para a casa.

   Na próxima reunião, o Pastor tratou do assunto: Por que um prato é mais importante que uma pessoa? Deu um bom debate... um grupo delas foi fazer uma visita àquela novata e pediu desculpas. A novata voltou para o grupo.

   Os dois exemplos mostram uma visão de Igreja voltada para si, que não aprendeu a acolher o estranho. Houve uma tentativa de privatizar a Igreja. Nada mais estranho do que o nosso Deus, totalmente diferente de nós! Se assim não fosse, não nos amaria como amou, até a cruz. O seu sol nasce sobre justos e injustos e a chuva cai sobre crentes e ateus.

   Em uma sociedade pluralista religiosa, precisamos acolher os estranhos como se estivéssemos acolhendo o próprio Cristo. Ainda é tempo de aprender. Afinal, Aqui você tem lugar diz um belo hino da nossa Igreja, hino que nasceu do Tema para o biênio 1997/98. O hino continua atual para desprivatizar a fé que não sabe acolher estranhos. 

   Se é preciso ‘quebrar os pratos’ para acolher alguém em nossos grupos fechados, que assim seja!

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Ainda não somos o que devemos ser, mas em tal seremos transformados. Nem tudo já aconteceu e nem tudo já foi feito, mas está em andamento. A vida cristã não é o fim, mas o caminho. Ainda nem tudo está luzindo e brilhando, mas tudo está melhorando.
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