Jornal Evangélico Luterano

Ano 2016 | número 794

Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

Porto Alegre / RS - 08:59

Atualidade - P. Oneide Bobsin

Moderna escravidão

   Fomos ensinados na escola que, no dia 13 de maio (Lei Áurea, 1888), se comemora o fim da escravidão negra no Brasil, o que ocorreu por meio de uma lei assinada pela Princesa Isabel. No entanto, tal data não é reconhecida pelos negros e por muitos dos seus movimentos. Juntos, negros e pardos, formam a maioria do povo brasileiro, passando de 50% da população.

   Em São Leopoldo/RS, há mais de 400 centros de cultos de origem africana, mas a maioria dos participantes é branca e muitos deles têm pele clara e olhos azuis. No Rio Grande do Sul, berço da colonização alemã e italiana, há mais 60 mil centros de cultos de origem africana, quase todos invisíveis, não aparecendo nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

   Entre os meus antepassados, oriundos da Alemanha, havia donos de escravos. Inclusive o Pastor tinha em sua casa gente escravizada trabalhando na cozinha. Comentava-se que tratava-os bem. O Capelão militar, Coronel Pastor Élio Múller (1944- 2016), escreveu um livro sobre isto: Dos bugres aos pretos: a tragédia de duas raças.

Livres para sermos servos dos oprimidos

   Escravidão não é assunto do passado. Recentemente, uma revista americana, The Nation, publicou que a escravidão continua no Brasil. Nos últimos 15 anos, segundo a publicação, Juízes e Promotores, com o apoio do Governo e da Policia Federal, libertaram mais de 44 mil pessoas em regime de trabalho análogo ao da escravidão em diversas fazendas.

    A situação das empregadas domésticas, até pouco tempo, guardava uma relação com a escravidão. Sem direitos e submetidas ao espaço privado, baixavam a cabeça. A conquista dos direitos para serem iguais às pessoas que trabalham com carteira assinada é motivo de ódio entre muitas pessoas. Há saudades dos tempos da escravidão...

   Do início ao fim, a Bíblia trata da ação divina contra a escravidão. Grande parte da história bíblica é uma constante luta de Deus para libertar o seu povo da escravidão. Agora, a luta deve se intensificar. O capital financeiro internacional, poder deste mundo, pede sangue dos inocentes. Com saudade da escravidão, tentará roubar os direitos dos mais fracos. Entretanto, em Cristo, não há judeu nem grego, nem escravo nem libertos, nem homem, nem mulher (Gálatas 3.28). Vivamos, pois, esta fé que nos faz livres para sermos servos dos oprimidos.

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