A Fundação Luterana de Diaconia – FLD repudia as manifestações racistas e misóginas contra Joziléia Daniza Jagso Inácio Jacodsen Schild. Joziléia atua como assessora de projetos no Conselho de Missão entre Povos Indígenas, FLD-COMIN. É mulher indígena da etnia Kaingang e integra a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade – ANMIGA e Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul – ARPINSUL. Joziléia é uma referência para a educação antirracista e para o diálogo intercultural entre povos indígenas e diversas organizações.
As manifestações, de autoria de um perfil chamado “Ali Anca Luter Ana”, foram feitas nas páginas de Facebook da FLD e do COMIN, a partir da participação de Joziléia Kaingang na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 27 no Egito, representando FLD-COMIN, ANMIGA e ARPINSUL, e também em seu próprio perfil, permitindo afirmações e questionamentos discriminatórios e preconceituosos de suas seguidoras e seus seguidores.
A FLD não tolera o racismo e a misoginia. Questionar a etnia baseando-se em estereótipos e preconceitos é uma manifestação típica e infelizmente cotidiana do racismo contra povos indígenas, que têm sua identidade questionada sempre que se colocam no diálogo de igualdade com as pessoas, reforçando também o racismo expresso na ideia que pessoas indígenas não são suficientemente capacitadas.
Considerando a gravidade das manifestações, a Diretoria tomou a decisão de provocar a atuação do Poder Judiciário e não deixar sem resposta tamanha violência.
Em repúdio,
Fábio B. Rucks e Pa. Rosane Pletsch
Presidência da Diretoria da FLD-COMIN-CAPA
Porto Alegre / RS, 21 de novembro de 2022.