Cala a boca, Magdal Era o chavão de um programa humorístico que assistíamos em nossas telinhas. Quando tal chavão era dito, a plateia caía na gargalhada. Chama-se de humor sarcástico! O sarcasmo designa um escárnio ou uma zombaria, intimamente ligado à ironia com um intuito mordaz quase cruel, muitas vezes ferindo a sensibilidade da pessoa que o recebe (Wikipédia). Tal programa acima citado e tantos outros transmitem a ideia de que para fazer alguém sorrir, ou aparentemente ser feliz, é preciso zombar ou rebaixar a outra pessoa. Este pensamento e atitude estão igualmente presentes no cotidiano das pessoas. Um exemplo disso são as piadas sobre loira burra, pessoas gordas ou magras, gays, bêbados, de outras raças ou nacionalidades. Aqui mora o perigo! Pois além de ferir as pessoas com palavras e atitudes, corre-se o risco de criar um senso comum onde, por exemplo, toda loira é burra.
Nós confessamos e cremos que Deus criou o ser humano a sua imagem e semelhança (Gn 1.27). Independente de sexo, raça, cor, idade, peso... somos criaturas amadas por este Deus Onisciente e Onipotente. Confessamos como o salmista: Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis e a minha alma o sabe muito bem (SI 139.13,14). Quando ainda estávamos no útero de nossas mães, formando nosso físico exterior e interior, ali Deus nos tecia e amava. Tocados e tocadas por esta atitude de Deus, não queremos e nem devemos magoar ou ferir nosso próximo ou nossa próxima. Mas devemos ajudar-lhe e favorecê-lo em todas as necessidades corporais (Martim Lutero — Catecismo Menor), espirituais, psicológicas e sociais. Jesus nos ensinou a amar a todas as pessoas (Mt 22.39; Jo 13.34), em palavras e atitudes. Amar se traduz em respeitar, valorizar, tolerar, cuidar, aprender, auxiliar, perdoar...
O mundo pós-moderno é caracterizado pela diversidade. Somos diferentes e convivemos diariamente com outras pessoas. Com a globalização, não há mais distâncias entre raças ou nações. Por isso, um grande desafio de nossa realidade é o exercício e a prática do respeito, da tolerância, da valorização da outra pessoa ou povo. Não significa que necessito adotar a postura, pensamento e estilo de vida do outro e da outra, ou ainda perder a minha identidade. Conviver com o diferente é estar disposto e disposta a aprender, tolerar e respeitar a diversidade, tendo como critério a defesa da vida criada por Deus. Pois sua vontade é que todas as pessoas tenham vida digna e abundante (Jo 10.10b). Tudo isto se transmite em atitudes e palavras, com criatividade e amor.
Que tal revermos nossas atitudes a partir do que refletimos acima: estamos respeitando e valorizando a outra pessoa? Quais são meus pensamentos, palavras e atitudes para com aqueles e aquelas que são diferentes? Que tal iniciarmos contando piadas criativas, sem usar o sarcasmo? Que tal deixarmos de assistir programas que diminuem a imagem da outra pessoa? Que tal organizar um passeio ou excursão com o grupo para conhecer uma localidade ou grupo com uma cultura diferente? Que nossas palavras e atitudes sejam permeadas de criatividade, com amor e respeito, para que na diversidade sejamos um corpo em Cristo Jesus.
P. Edson Pllz Paróquia de Indaial
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