Diaconia - A fé ativa pelo amor



ID: 2660

Proposta de dinâmica - Encontro Comunitário de Famílias

01/08/2016

 

Proposta de dinâmica

Encontro Comunitário de Famílias

Brincando com o Paraquedas

Material: paraquedas1, lençol ou tecido redondo e bola/s (bola, bola de pilates, balão ou bola balão2).

Número de pessoas: varia com o tamanho do paraquedas. Caso o grupo seja maior, fazer duas rodas, uma no meio, segurando o paraquedas, e outra ao redor com as pessoas de mãos dadas. 

Descrição:

Fazer um círculo ao redor do paraquedas. Cada pessoa segura o paraquedas pelas bordas. Podem ser realizadas as seguintes atividades:

- Espelho: a pessoa coordenadora faz um movimento com o paraquedas, repetindo algumas vezes, e todas as outras devem imitar, preferencialmente de acordo com uma música. Sugere-se ir variando os movimentos. Outras pessoas podem coordenar. Variação: relaxamento – movimentar o paraquedas suavemente de acordo com a pulsação da música, imitando ou não a pessoa coordenadora.

Utilizar músicas calmas.

Exemplos de gestos: em pé – caminhar para um lado e para o outro, marchar, caminhar para frente e trás; em pé ou sentados/as: sacudir, sacudir na altura do chão, levantar com movimentos sincronizados, subir e descer, subir e deixar cair sem puxar, movimentar apenas com uma mão, passar o paraquedas para o lado, movimentar uma vez para a direita e outra para a esquerda, movimento “ola” (uma pessoa levanta o paraquedas de cada vez, sucessivamente, criando o efeito visual de uma onda).

- Escravos de Jó: cantar a música “Escravos de Jó” sacudindo o paraquedas de acordo com a pulsação da música. No momento do “zig zig”, sacudir o paraquedas duas vezes, e no “”, jogar o paraquedas para cima sem soltar e deixá-lo cair sozinho. Após, seguir a canção sacudindo o paraquedas ou com outro/s gesto/s.

- Pipoca: cantar a canção “Pipoca”. Na primeira parte da canção, movimentar levemente o paraquedas. No estribilho “é um tal de ploc...”, sacudir o paraquedas com mais força. Variação: colocar balões ou bolas dentro do paraquedas; primeiro
movimentar levemente sem mexer muito os balões/bolas. Após, no estribilho, movimentar com força para que os balões/bolas pulem dentro do paraquedas.

Uma pipoca puxa assunto na panela, outra pipoca vem correndo responder, então começa um tremendo falatório, que ninguém mais consegue entender / Estribilho: É um tal de ploc, ploc, ploc, ploc, ploc, ploc ploc, ploc, ploc, ploc, ploc, ploc, ploc, ploc.3

- Música de fundo: o grupo pode ir brincando com movimentos variados de acordo com alguma música. Combinar um sinal (um gesto ou som) e explicar que a cada sinal troca-se o movimento. Variação: indicar quem irá trocar de lugar ou quem irá para baixo do paraquedas pela cor da roupa ou acessório, idade ou gênero. Levantar o paraquedas e deixá-lo cair sozinho sem soltar as bordas. Nesse momento, as pessoas indicadas trocam de lugar. 

- Efeito onda: fazer a bola (pode ser de pilates) ou balão girar dentro do paraquedas fazendo um efeito de onda (segurar o paraquedas na altura da cintura e fazer com que a bola corra pelo paraquedas numa trajetória circular), sem cair.

Variação: acrescentar duas ou mais bolas/balões.

Obs.: A velocidade das músicas (rápida ou devagar) depende do objetivo que se quer alcançar: agitar ou relaxar. Todas as atividades podem ter as músicas cantadas pelas pessoas ou reproduzidas em aparelho de áudio. As atividades podem ser realizadas com o grupo em pé ou sentado.

Pensando na inclusão das pessoas com deficiência:

Deficiência visual: pode-se caminhar ao redor do paraquedas deixando-o sempre esticado, sempre segurando as bordas, e o paraquedas torna-se um “guia” para as pessoas com deficiência visual. Explicar detalhadamente cada atividade. Usar sinais verbais para cada movimento, sendo o mais descritivo possível. Para a utilização de bolas, devem-se usar bolas ou balões com som (sagu, arroz, feijão, guizos). Na música da “Pipoca”, utilizar preferencialmente balões. Utilizar bolas/balões com cores intensas. Para movimentos mais complexos, pedir para a pessoa colocar uma das mãos em cima da mão da pessoa ao lado, para sentir o movimento. Assim pode ser feito com todas as pessoas na roda.

Deficiência física: para pessoas com dificuldades para movimentar as duas mãos, prende-se a alça do paraquedas na mão da pessoa, ou as pessoas ao lado auxiliam segurando suas mãos no paraquedas. Se não for possível segurar o paraquedas, a pessoa participa da roda cantando, sentindo o vento e vendo as bolas e o movimento do paraquedas. Outros movimentos devem ser estimulados de acordo com os movimentos que a pessoa pode fazer: mexer as pernas, cabeça, tronco, boca, estalos de língua, tocar um instrumento com adaptação, etc.

Deficiência auditiva: comandos devem ser dados olhando para as pessoas com deficiência auditiva para que possam ler os lábios; os comandos devem ser simples e visuais caso a pessoa coordenadora não domine libras. As pessoas acompanham os movimentos também por imitação. Preferencialmente, realizar a atividade em locais fechados sem tapetes para melhor reverberação do som e utilizar, junto com as músicas, sons ou instrumentos graves para marcar a pulsação da música. Outras possibilidades: luz piscante, caminhar, marcar a pulsação da música com os pés, ou a pessoa colocar uma mão em cima da mão da pessoa ao lado a auxilia a sentir a música e, consequentemente, o movimento.

Deficiência intelectual: explicar as regras antes de iniciar a atividade; iniciar com atividades mais livres e depois ir acrescentando comandos; dar comandos simples e com auxílio de gestos.

Objetivos e resultados:

As dinâmicas promovem interesse e convidam todas as pessoas a participar, cada uma da sua forma e com as suas diferenças, compartilhando momentos especiais de convívio, de partilha, apoio, respeito, afetividade e cooperação em um ambiente solidário e acolhedor. Todas as pessoas contribuem para a atividade, podem se expressar e em grupo se divertir, se integrar e trabalhar em equipe para um momento de cuidado, inclusão, valorização das diferenças, aprendizado, alegria, reciprocidade que empodera as famílias, em direção à inclusão, à aceitação de todas as pessoas e à harmonia do grupo, oferecendo força, disposição, coragem, ânimo para seguir na luta pelos direitos das pessoas com deficiência.

Todos e todas precisam se empenhar para as atividades, pois cada qual é responsável pelo movimento de um pedaço do paraquedas. O balanço livre do paraquedas também é importante em momentos de maior liberdade, de “bagunça” com o paraquedas. Todas as pessoas se sentem pertencentes ao grupo, seguras para fazer parte e conviver com o grupo. Vivencia-se assim a interdependência, as potencialidades e dificuldades de cada pessoa. É uma oportunidade para vencer desafios em união, sensibilizar-se e refletir sobre o compromisso com as outras pessoas, sobre a inclusão.

As dinâmicas com o paraquedas propiciam um momento de convívio comunitário, de comunhão, integrando as pessoas, filhos e filhas sem deficiência e com deficiência com seus familiares e as famílias entre si, visando ao cuidado das famílias na promoção da inclusão de forma prazerosa.

Notas:

1 Para confeccionar o paraquedas: possibilidade de tecido: microfibra. Na extremidade há uma corda por dentro para auxiliar a dar peso nas pontas. Tamanho: pode ser variado conforme a necessidade. Ex.: um paraquedas de 3 metros comporta até 25 pessoas. Onde se pode comprar: http://www.setesentidos.net.br/.

2 Consiste em balão inserido dentro de uma bola de tecido. A bola de tecido deve ter um furo para a inserção do balão, e, após, o balão é enchido.  

3 A canção pode ser encontrada no YouTube como “é um tal de ploc” ou “uma pipoca puxa assunto na panela”. 


Luciana Steffen
Musicoterapeuta
lucianast@gmail.com
 


Autor(a): Luciana Steffen
Âmbito: IECLB
Área: Missão / Nível: Missão - Diaconia / Subnível: Missão - Diaconia - Pessoa com Deficiência
Título da publicação: Semana Nacional da Pessoa com Deficiência / Ano: 2016
ID: 39003

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