INCLUSÃO DE JOVENS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO CONFIRMATÓRIO
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Como comunidade cristã somos chamados a incluir todas as pessoas em nossas atividades regulares. Sou diácona, trabalho na Paróquia de Ibirubá há 10 anos, período em que também sou responsável pelo Ensino Confirmatório. A cada início de ano o tema da inclusão vem à tona, principalmente quando somos procurados por famílias que têm filho ou filha com alguma deficiência e em idade de participar: “Pode? Não pode? Como será?”
No ano de 2018, temos em nossas turmas dois jovens participando regularmente de nossas atividades, um com síndrome de Down e outro com autismo. Ambos participam dos encontros, que são a cada 15 dias, durante duas horas.
E como é estar com eles? Procuramos como paróquia criar as condições para que eles se sintam bem e, principalmente, seguros conosco; para isso, criamos condições necessárias para incluí-los:
→ Em primeiro lugar, faz-se necessário conhecer a história do jovem, seus gostos, jeito de ser, suas necessidades para, em caso de alguma emergência, saber como proceder. Conhecendo a história, cria-se o primeiro vínculo com a família, para em seguida também estabelecer este vínculo com o jovem.
→ A Paróquia de Ibirubá disponibilizou um monitor para me acompanhar nos encontros, para orientar e ajudar o jovem em suas particularidades e também para que, quando eu der atenção a ele, o monitor possa acompanhar a turma.
→ Importante é falar sobre nossas diferenças com o grupo todo, sobre nossas limitações e a bênção de sermos todos filhos e filhas de Deus, sermos amados e aceitos por Ele como nós somos, para saber o quão importante é respeitarmos um ao outro, e muitas vezes um grupo de 20 adolescentes é um desafio muito maior.
→ Conforme o tema a ser estudado e trabalhado no dia, preparar uma atividade diferenciada para o jovem, lembrando sempre a particularidade e o grau de desenvolvimento intelectual deste confirmando, ter jogos variados e dinâmicas que aprendemos juntos.
→ O importante é também que nós sejamos sensíveis e aceitemos o modo de ser de cada um; nós também temos dias em que não estamos bem, mas até conseguimos disfarçar. Meus jovens aqui são autênticos: quando o Denis não quer entrar na sala, não adianta brigar ou exigir que o faça – é aceitar, conversar até mudar de ideia, ou quando o Yuri fala mais do que eu ou começa a questionar cada palavra que eu falo – nestes momentos temos que entender seu jeito de ser e reagir frente ao que está acontecendo.
Fórmulas mágicas, manual de como agir ou de como fazer creio que não há, não temos aqui; cada encontro é um encontro, repleto de descobertas e aprendizados, de alegrias e emoções por saber que eles estão lá, que nós estamos com eles e, apesar de haver dias em que nada acontece como planejamos, há também o dia em que tudo acontece melhor do que esperamos. Por isso oro a Deus que nos abençoe e ilumine em nosso trabalho e nos conceda sabedoria em nosso agir diário.
Diác. Roselaine Plentz Wolter
Ministra na Comunidade de Ibirubá - RS
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