Em 2013, o Programa Diaconia Inclusão da IECLB completa 21 anos. Muitos anos antes, no entanto, pessoas já colocavam seus dons a serviço da inclusão da pessoa com deficiência. Um dos primeiros registros de trabalho nesta área é de 1959.
Como forma de marcar os 21 anos de trabalho do programa, o logotipo do Programa Diaconia Inclusão foi estilizado. É importante resgatar a reflexão feita pelo Grupo de Apoio Nacional, em 1996, quando aconteceu a criação do logotipo.
Segundo Iára Müller, Rosalie Spellmeier e Lourdi Bender, integrantes do Grupo de Apoio Nacional da época, a borboleta é a marca do trabalho na área da pessoa com deficiência porque ela é um símbolo de transformação. Primeiro vem a lagarta que se recolhe em um casulo e só depois se transforma em borboleta. Para a borboleta sair do casulo precisa fazer muita força e dizem que é com essa força que ela fortalece as asas para voar. Se alguém abrir o casulo para ajudá-la, ela não fará todo o processo e não terá forças suficientes para voar.
Assim também a pessoa com deficiência passa por um processo de transformação para conviver com sua deficiência. A pessoa com deficiência, sua família, amigos e amigas precisam descobrir meios para viver neste mundo com pouca acessibilidade. E, assim como no caso da borboleta, a pessoa com deficiência não espera que façamos tudo para e por ela, mas com ela.
A borboleta do logotipo recebeu diversas cores. As diferentes cores nos lembram que a criação de Deus também é marcada pela diversidade, onde cada um e cada uma têm dons e limitações. Desta forma, também as pessoas com deficiência são um grupo marcado pela diversidade: elas não são um grupo homogêneo com os mesmos dons e as mesmas necessidades de acessibilidade. Por exemplo, quando uma comunidade constrói uma rampa, ela possibilita acesso para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, mas não podemos dizer que ela seja uma comunidade totalmente acessível, pois, para pessoas surdas e cegas, são necessários outros recursos de acessibilidade.
Para construirmos comunidades verdadeiramente inclusivas, precisamos lembrar que há essa diversidade e que estamos num processo em que as próprias pessoas com deficiência querem e têm direito de participar do planejamento e das decisões. Isso nos lembra o lema da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: “Nada sobre nós sem nós”.
Tanto a borboleta quanto a forma como a palavra “inclusão” está no logotipo nos sugerem pensar em movimento. Esse movimento é impulsionado pela fé cristã. O trabalho para a inclusão da pessoa com deficiência tem como ponto de partida o exemplo de Jesus Cristo que acolhe, vai ao encontro, dá voz e vez a todas as pessoas que estão excluídas e proporciona transformação.
Esse movimento também representa que o trabalho da IECLB quer ir além da comunidade cristã e ser um testemunho cristão para a sociedade, apoiando e promovendo ações. Também é um movimento inverso, ou seja, a sociedade, com suas experiências e reflexões, fornece informação e formação para fortalecer o trabalho na IECLB.
Que 2013, além de ser um ano para celebrarmos os 21 anos do Programa Diaconia Inclusão, seja também um tempo de reflexão redobrada e de avaliação. Rogamos a Deus que continue abençoando este trabalho, que quer construir um mundo com acessibilidade e inclusão para todas as pessoas.
Diácona Carla Vilma Jandrey
Coordenadora do Programa Diaconia Inclusão da IECLB
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