Prédica: João 12.12-16
Leituras: Salmo 118.1-2, 19-29 e Hebreus 10.16-25
Autor: Werner Wiese
Data Litúrgica: Domingos de Ramos
Data da Pregação: 01/04/2012
Proclamar Libertação - Volume: XXXVI
1. Introdução
O texto indicado para a pregação deste domingo é João 12.12-16. Não são muitos os textos do Evangelho segundo João que têm paralelos nos evangelhos sinóticos. O texto para este domingo tem: Mateus 21.1-9; Marcos 11.1-10; Lucas 21.28-39. Eles narram a entrada de Jesus em Jerusalém. É interessante observar os títulos colocados sobre os textos que narram esse episódio nas versões modernas da Bíblia. Por exemplo, na tradução de Almeida Revista e Atualizada no Brasil (2ª edição), lê-se nas quatro narrativas: “A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém”. Já na Bíblia de Jerusalém, o título colocado sobre a narrativa é: “Entrada messiânica em Jerusalém”. O episódio da entrada de Jesus em Jerusalém também é indicado, às vezes, como texto de pregação para um dos domingos de Advento. Não seria isso arbitrário na escolha e indicação dos textos para pregação? De forma alguma. Antes pelo contrário, o mesmo episódio pode e deve ser visto sob a dupla ótica: aquele que entra sob aplausos em Jerusalém é o servo sofredor, e o servo sofredor é o messias. Aqui dá para fazer o link entre o texto da prédica e os outros textos indicados para leitura.
O Domingo de Ramos abre, por assim dizer, a Semana da Páscoa. Às vezes, esse domingo é chamado também de Domingo da Paixão, para sinalizar o início do sofrimento de Jesus. Em todos os casos, para a igreja cristã, que lembra sua trajetória ao longo da história, a partir desse domingo iniciam conscientemente celebrações que culminam na Páscoa. No centro delas, sem dúvida, estará o que Deus fez em e por meio de Jesus para resgatar a humanidade. Mais do que em outra época do ano, o que se destaca nos cultos dessa semana é a celebração da Santa Ceia como expressão ilustrativa da presença do Deus Triúno no meio de seu povo.
2. Exegese
2.1 – O texto e o episódio no seu contexto
Aqui convém fazer algumas considerações:
1 – O evento da entrada “triunfal” ou “messiânica” de Jesus em Jerusalém, narrado pelos quatro evangelhos, não é o único ponto de convergência entre João e os sinóticos no que diz respeito ao episódio destacado. Comum entre eles é também que essa entrada em Jerusalém é emoldurada pela ótica do sofrimento iminente de Jesus. Em João, isso é notório o mais tardar a partir da ressurreição de Lázaro (Jo 11.47ss; cf. também 12.7, 24-25, 27). Nos sinóticos, a realidade do sofrimento de Jesus não está inserida no contexto literário tão próximo à entrada em Jerusalém, mas está presente no ministério de Jesus, que aponta para Jerusalém ou move-se em direção a Jerusalém. Por exemplo, em Lucas 9.51, já se registra a resolução de Jesus para ir a Jerusalém, o que implicará sofrimento. Ademais, também nas referências diretas ao sofrimento do “Filho do Homem” Jerusalém está no horizonte (Mt 16.21 e Mc 8.31-32 etc.). Finalmente, a unção de Jesus em Betânia é um gesto simbólico em João, Marcos e Mateus, que sintetiza a ótica comum que eles têm da paixão de Cristo (Jo 12-1-8; Mc 14.3-9; Mt 26.6-13). Lucas omite a unção em Betânia, porém narra que uma pecadora ungiu os pés de Jesus (Lc 7.36ss).
2 – Apesar dos pontos convergentes destacados entre João e os sinóticos relativos à entrada de Jesus em Jerusalém, existem diferenças que devem ser consideradas: uma diferença é que, de acordo com os sinóticos, a iniciativa da “entrada triunfal” ou “messiânica” de Jesus em Jerusalém parte do próprio Jesus (Mc 11.1ss e paralelos), ao passo que, de acordo com João, a iniciativa parte do povo que tinha conhecimento da ressurreição de Lázaro, realizada por Jesus (Jo 12.9, 12-13; cf. também Jo 11.56). Uma outra diferença é que os sinóticos men-cionam uma intervenção de Jesus no templo no contexto de sua “entrada triunfal” ou “messiânica” em Jerusalém, enquanto João não a menciona. Aliás, ele a traz no início do ministério de Jesus (Jo 2.13ss [Ou teríamos duas intervenções de Jesus no templo?]). Por outro lado, os sinóticos não mencionam a ressurreição de Lázaro e a reação causada por ela. (Será que eles a desconheciam?) Em todos os casos, por trás tanto daquilo que é comum aos quatro evangelhos no contexto da entrada de Jesus em Jerusalém como daquilo que não lhes é comum, há interesses e enfoques teológicos a serem observados. Por fim, somente João registra que os próprios discípulos de Jesus só compreenderam o episódio em Jerusalém depois da glorificação de Jesus (v. 16; cf. também Jo 2.22). É visível que o evangelista quer diferenciar entre a “expectativa popular” do messianismo ou da realeza da época e a “realidade messiânica” encarnada por Jesus. Esse é um enfoque fundamental para entender o texto para a pregação.
2.2 – Aspectos exegético-teológicos
A delimitação do texto para a pregação do domingo de hoje não é óbvia, pois os v. 12-16 estão, na verdade, ligados no mínimo também com os v. 9-11 e com os v. 17-19(ss). Contudo, nada substancial depõe contra a delimitação proposta, desde que o contexto seja considerado. Para fins didáticos, o texto para a pregação pode ser dividido em três partes: a) v. 12-13: aqui o evangelista destaca a recepção e aclamação popular de Jesus como rei ao chegar em Jerusalém; b) v. 14-15: esses narram a atitude de Jesus ao entrar na cidade; c) v. 16: esse vincula a compreensão teológica do episódio à glorificação de Jesus.
V. 12-13 – A construção adverbial de tempo “no dia seguinte” (te epau¬rion) refere-se ao sexto dia “antes da Páscoa” (Jo 12.1), ocasião em que Jesus foi para Betânia, onde foi ungido por Maria (Jo 12.3) – irmã de Lázaro (Jo 11.2), que Jesus havia ressuscitado (Jo 11.11ss). Portanto, “no dia seguinte” significa que Jesus entrou em Jerusalém cinco dias antes da Páscoa. Não é mais possível determinar com exatidão se esse dia era um domingo ou uma segunda-feira. De qualquer forma, para entender o que é narrado nos v. 12-13, dois momentos devem ser considerados e destacados: um é o reflexo do milagre da ressurreição de Lázaro, realizada por Jesus. Essa notícia chegou antes a Jerusalém do que o próprio Jesus e tornou-o popular e criou uma expectativa em torno de sua pessoa. O outro momento é o clima de festa da Páscoa dos judeus. Páscoa era a primeira das três festas principais no calendário litúrgico judaico. Diferente de nossa Páscoa hoje, ela durava do dia 14 até 21 de Nisan (antes do exílio babilônico, Nisan era chamado de Abib, considerado o primeiro mês do ano). De acordo com a tradição que se preservou no Antigo Testamento, essa festa remonta ao principal evento da história primitiva de Israel – a libertação e saída do Egito (Êx 12). A festa iniciava com o sacrifício do cordeiro pascal no dia 14 de Nisan. A partir do segundo dia, ela também era chamada de festa dos pães ázimos (asmos) e estendia-se por sete dias. Durante esses dias, era “alta temporada” em Jerusalém. A cidade, que tinha uma população fixa estimada entre 35.000 e 50.000 habitantes, recebia durante a festa em torno de 180.000 pessoas ou mais. O cerne teológico da festa era a rememoração (o reviver) da libertação da escravidão egípcia e do domínio estrangeiro. Ao longo da história, essa rememoração despertava sempre de novo a esperança messiânica: a vinda do ungido de Jahwe para libertar Israel do domínio estrangeiro, exercido no período do Novo Testamento pelos romanos. Na comunidade em Qumrã, perto do mar Morto, esperava-se por dois messias: um sacerdotal e outro real. Por causa do medo da repressão por parte da força estrangeira dominadora, não se falava abertamente sobre um messias. Contudo, tinha-se para ele um “nome secreto: o que vem”. No tempo de Jesus e depois dele, inclusive, havia movimentos messiânicos, inclusive pretendentes reais ou messiânicos (At 5.36-37; Lc 13.1[?]). Alguns deles impulsionaram à revolta armada contra Roma nos anos 66-70 d.C., lançando a nação judaica, especialmente Jerusalém, num banho de sangue sem precedentes na história desse povo. O último “movimento messiânico da antiguidade judaica” de luta armada contra Roma foi liderado por Bar Kochba nos anos 132-135 d.C., que resultou na extinção da nação judaica até 1948.
Sob esse pano de fundo maior, os v. 12-13 devem ser ouvidos e tornam-se mais claros. O povo que sai ao encontro de Jesus deposita nele toda a sua esperança messiânica, o que inclui a superação do poder estrangeiro. Esse certamente só poderá ser superado pela força. Na antiguidade, de um modo geral, ramos de palmeiras simbolizavam a vitória e eram usados em procissões para receber soberanos vencedores. O mais tardar a partir da revolta dos macabeus, o mesmo símbolo era usado também no interior do judaísmo (veja 1 Macabeus 13.51; 2 Macabeus 10.7; 14.4). A expressão “(ir) a seu encontro” – na língua grega hypantesis (v.13) – reforça a mesma ideia ou realidade, pois originalmente era um termo técnico para caracterizar a recepção do rei e da proeminência política. Além de nosso texto, no Novo Testamento, o termo ocorre apenas ainda em Mateus 8.34 e 25.1, sinalizando que se trata de um encontro com uma finalidade bem específica. De fato, a multidão vai ao encontro de Jesus para recebê-lo como messias. Nele deposita tal expectativa e a verbaliza: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é Rei de Israel” (v. 13b). Com exceção das palavras “Rei de Israel”, trata-se de uma citação do Salmo 118.25-26. Hosana é súplica por socorro, que significa: ajuda ou salva, por favor, que pode dirigir-se ao rei (2Sm 14.4; 2Rs 6.26) ou a Deus (Sl 20.10). Hosana torna-se a um só tempo júbilo e súplica: júbilo pela presença do messias e súplica porque espera dele o socorro na hora da angústia.
V. 14-15 – Jesus responde à expectativa messiânica do povo também com um gesto simbólico: monta num jumentinho. Nisso se cumprem as Escrituras (Zc 9.9). Desse gesto convém destacar dois aspectos: 1 – Jesus aceita a aclamação do povo. Ele, que entra em Jerusalém de fato, é o “Rei de Israel” esperado de longa data em Sião. Nesses termos, poderíamos dizer que ele corresponde à expectativa do povo. 2 – Ao mesmo tempo, Jesus corrige falsas expectativas messiânicas. Ele não vem com tanques de guerra e espada na mão, não é déspota arbitrário que deve ser temido por ser imprevisível, mas é o príncipe da paz (veja Is 2.2-4; 9.1ss, especialmente o v. 6; 11.1ss; 65.17ss; Jr 23.5-6). De fato, seu reino não é deste mundo (Jo 18.36); por isso sua forma de governar seu povo em nada é semelhante aos regimes dos poderosos deste mundo: não vem com visível aparência (veja Lc 17.20-21).
V. 16 – Seu reino é tão discreto, que os próprios discípulos que haviam vivido de forma intensa com Jesus durante alguns anos não compreenderam a dimensão última de seu agir. Só o puderam entender depois da “glorificação” de Jesus (veja também Jo 2.22). Literalmente, seu reino é de natureza escatológica, de modo que “até a parusia de Jesus... estará presente neste mundo apenas de maneira velada” (G. Voigt). Esse fato sempre de novo representou prova dura a ser suportada pela igreja cristã de todos os tempos. Não raras vezes, ela cedeu à tentação de querer trazer por meio da força evidências incontestáveis da presença do reino de Deus no mundo – e não se deu bem. Pelo contrário, também sob as mãos da igreja, o poder e a influência nem sempre foram depurados, mas se corromperam.
3. Meditação e imagens para a prédica
É fácil fazer o link do texto da prédica com o assim chamado Domingo de Ramos, pois o próprio texto bíblico menciona “ramos de palmeiras”. Em algumas comunidades da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, nesse domingo é Dia de Confirmação, inclusive em vários lugares há quem leve ramos de palmeiras para o culto. E mesmo onde isso não acontece, pode-se providenciar ramos de palmeiras ou similares para colocá-los em um lugar adequado na casa de Deus e usá-los como ilustração na pregação. Essa seria uma imagem muito boa para a prédica no culto. É um momento em que se pode e deve destacar aspectos daquela época, que são inerentes ao ser humano de todos os tempos, de modo especial para a comunidade cristã. Destacam-se:
a – A celebração como rememoração da própria história. Ou: a rememoração da história como celebração atualizada. Vale lembrar que, para o povo de Deus daquela época, os sete dias de celebração da Páscoa eram como rever o filme da história de Deus com seu povo. Nesse rememorar e rever o filme vinham à mente não apenas os momentos de visível êxito que causavam alegria, como a libertação da escravidão egípcia rumo à terra prometida, onde se podia viver a própria identidade com liberdade e responsabilidade, mas também momentos de derrota e crise. E, não por último, a celebração pascal nos dias de Jesus acontecia sob as “sombras” do domínio romano, como força que excedia a vontade e capacidades pessoais para mudar a própria sorte.
Aqui há como fazer conexões sensatas com a comunidade de fé hoje, tanto com a igreja como um todo quanto com a comunidade local, inclusive com a história pessoal: muitos certamente olham para trás e sentem um misto de alegria e tristeza, talvez por causa de uma situação presente que não conseguem mudar porque excede a própria força e vontade. Pregadores e pregadoras hão de cuidar para não falar de forma tão genérica dessas questões a ponto de ouvintes terem a impressão de que “todos estão no mesmo barco”, mas que a mensagem de fato não diz respeito a ninguém e, consequentemente, não é relevante para a vida.
b – O elemento da esperança. Novamente não é difícil fazer o link entre o ontem do texto e o hoje da pregação sem cair em uma linguagem religiosa desgastada ou barata. Perspectiva de futuro ou esperança e sentido da vida estão intrinsecamente ligados entre si: queremos e precisamos de um “futuro melhor”, novo. À medida que almejamos isso, constatamos que o “novo porvir” sempre escapa de nossas mãos por uma série de razões. Quantas esperanças depositadas nas capacidades humanas, próprias e alheias, frustraram na época de Jesus e frustram hoje, também no interior das comunidades cristãs. Sai governo entra governo, termina uma legislatura começa outra, sai uma liderança entra outra, e o novo porvir tarda. Surge a pergunta: O que nos resta? Vamos apostar todas as fichas na assim chamada geração y, que “promete” inovar? Inovar é possível, até muitas coisas. Mas não precisamos necessariamente de muitas coisas novas. “Pouco é necessário ou mesmo uma só coisa” – a boa parte que não mais será tirada de nós (Lc 10.41-42). E por essa só podemos e devemos pedir: “Hosana!” – Ajuda, salva, por favor! O equivalente grego de Hosana é Kyrie eleison. Com ele fazemos coro na comunidade cristã reunida. Não se trata de mero hábito abstrato, mas de súplica consciente pela vinda do reino de Deus. Esse é nossa esperança.
c – O reino de Deus não é como os reinos deste mundo. O fato de Jesus ter reagido “positivamente” à aclamação das pessoas que saíam a seu encontro montado num jumentinho (Jo 12.14) confirma ser ele mesmo o “Rei de Israel” com ouvidos abertos para o clamor do povo de Deus. Mas isso sob hipótese alguma quer dizer que ele era um rei que traria um reino conforme as imaginações nacionalistas em Israel. Jesus frustrou as expectativas do povo, inclusive de seus discípulos. Disso se tiram algumas conclusões para a pregação: 1) Por mais que Jesus tivesse e tenha ouvidos abertos para o clamor das pessoas, ele não se torna refém das imaginações e das agendas políticas e/ou religiosas da época, nem dos judeus tampouco dos romanos e nem de partido político algum. Também hoje não. O evangelho não se presta para a autorrealização humana. É perigosa a frase isolada que diz: seres humanos podem nos decepcionar, Jesus nunca. Dependendo das “esperanças” depositadas nele, ele não só pode, mas precisa nos decepcionar ou desiludir, para que não vivamos nem morramos na ilusão (veja também Mc 10.35ss, especialmente os v. 38-40). 2) O fato de Jesus não ter usado a força para instaurar o reino de Deus não quer dizer que com isso ele propõe um novo estilo de governo. Abrir mão da força e do próprio direito (Mt 5.38-42) é uma possibilidade de viver a partir do evangelho, mas não é uma nova lei para governar o mundo. Seria ingenuidade que ignora a realidade da queda do ser humano para o mal. Aqui, a assim chamada “doutrina dos dois reinos” tem o seu direito. Mas, enquanto e como cristãos, não nos cabe fazer uso da espada para “implantar e garantir” o reino de Deus. Vale a palavra que diz: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6).
4. Subsídios litúrgicos
Retomamos o início da meditação. Por ser hoje um domingo especial, dependendo da comunidade, a casa de Deus poderia ser ornamentada com ramos de palmeiras ou similares. Assim, logo após a saudação trinitária, é possível aludir diretamente ao Domingo de Ramos e ao que ele representa, fazendo uma menção breve especialmente dos feitos de Deus na história de seu povo, do qual fazemos parte. No momento da confissão dos pecados, pregador ou pregadora poderiam lembrar com breves palavras que, na história de Deus conosco, tropeçamos inúmeras vezes e tornamo-nos culpados concretamente diante de Deus e de nosso semelhante. Antes da confissão pública, pode-se dar alguns momentos para que cada pessoa silencie e confesse diante de Deus sua própria culpa para então acompanhar a confissão “representativa”.
É possível destacar bem o Hosana, que aparece no texto para a prédica, e vinculá-lo com o Kyrie eleison. O que é comum pode tornar-se novamente “incomum”, ou seja: Kyrie eleison é muito mais do que meras palavras repetitivas. Nele se expressa a mais profunda necessidade do ser humano na presença de Deus à vista da realidade comunitária e pessoal.
Bibliografia
HORSLEY, Richard; HANSON, John. Bandidos, Profetas e Messias. Movimentos populares no tempo de Jesus. São Paulo: Paulus, 1995.
WENGST, Klaus. Pax Romana. Pretensão e realidade: experiências e percepções da paz em Jesus e no cristianismo primitivo. São Paulo: Edições Paulinas, 1991.