Monteiro Lobato (1882-1948) resgata uma antiga fábula, sugerindo dois finais e duas lições. Enquanto a formiga se preparava para o inverno, a cigarra passou o verão cantando. Aparentemente, uma se divertia e a outra, trabalhava. Ao iniciar, os tempos chuvosos. Morrendo de frio, a cigarra bateu palmas à entrada do formigueiro solicitando acolhimento. A dona formiga simplesmente lhe disse: Você se divertia cantando no momento do nosso esforço. Então, agora dance. Assim, deixou-a padecer no frio. De fato, a formiga apenas revelou sua inveja e rancor. Eis um jeito de dar fim à fábula. Mas, o fim bem que pode ser outro. Quando a cigarra bateu, a formiga lhe estendeu a mão dizendo: Ontem, nossos afazeres diários se tornaram mais leve à medida que você cantava. Vamos experimentar o mesmo hoje aqui no formigueiro? Quem sabe, com boa música, o inverno até passe mais ligeiro. Assim, com calor e amor, a vida se tornou mais fácil para todos. De Deus partem os dons e as oportunidades, sempre diferentes e igualmente úteis. Descubra e valorize as suas. Também, ajude o outro na própria caminhada.
Lembrei-me do corinho que assim cantávamos na juventude: “A vida tem o perfume da rosa. Tem suas horas formosas. Eu passo o tempo a viver”.