Onde é o meu lar?

Afinal, onde é o meu lar? Esta é uma pergunta que nos pode tocar de forma especial neste tempo de natal. Porque temos necessidade de estar com pessoas, de poder celebrar e ouvir as crianças brincando, os mais idosos contando as suas histórias, uma refeição sendo compartilhada.

Onde é o meu lar é uma pergunta existencial ao nos sentimos isolados, expatriados de uma convivência, quer seja como família, comunidade, amigos.

A casa a gente sabe onde é: rua tal, bairro tal, cidade... Mas a pergunta pelo meu lar envolve sentimento de pertença, laços de afeto. O nosso lar tem história muito particular que envolve pessoas, saudade. Isto faz pensar na música de Lupicínio Rodrigues:

Felicidade foi-se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque eu sei que a falsidade não vigora

A saudade pelo lar surge quando nos distanciamos dele e não conseguimos mais experienciá-lo. Mas, ao mesmo tempo, temos a firme convicção de que este lar existe; pois, em alguns momentos da nossa jornada, a experiência do lar, mesmo ainda fragmentada, já fez e faz parte da nossa vida.

O Antigo Testamento fala constantemente do povo de Israel que está no exílio, ao mesmo tempo, os profetas traduzem o sentimento da esperança de poder retornar ao lar. E neste estar distante, profetas ajudavam o povo a pensar sobre a sua fragilidade. Hoje podemos estar aqui, amanhã, quem sabe aonde. Podemos estar em lugares que jamais imaginaríamos. Tudo o que é construído, imaginado e pensado por seres humanos é temporário. Mas o que vem de Deus dura para sempre.

E, da parte de Deus, somos agora especialmente lembrados de uma firme esperança. Esta esperança é saber que o nosso lar que experienciamos aqui e lá, vem e se aproxima na sua totalidade com o nascimento de Jesus Cristo.

O nosso Deus está chegando. Ele vem com força, como pastor que cuida e ampara as suas ovelhas. Deus vem chegando e vai conduzir vocês para o lar. O nosso exílio está chegando ao final. A palavra de Deus, esta dura para sempre.

Celebrar o nascimento de Jesus é experienciar o lar, onde vemos o menino Jesus, ou seja, crianças brincando, idosos contando as suas histórias, mesa sendo compartilhada a partir do que temos. O lar se faz presente a partir de uma manjedoura. Ali vemos a família de Deus celebrando. Natal: amostra grátis deste lar eterno presente em meio ao nosso mundo.

P. Werner Kiefer
Paróquia Matriz POA