“Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia no tempo do rei Herodes, vieram do Oriente uns magos a Jerusalém, perguntando: Onde está aquele que nasceu Rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo.” (Mateus 2.2)
Nasce uma estrela! Onde procurá-la? Em Hollywood, em Washington, em Roma ou na Rede Globo?
Os três Magos do Oriente, que representavam a elite intelectual do seu tempo, concentraram primeiramente sua busca na capital. Sim, eles suspeitaram que o recém-nascido estava em Jerusalém. Onde mais ele poderia estar?
Pensando como se pensa hoje, é na capital que as manchetes são produzidas; que as câmeras e os microfones estão de prontidão; que as decisões políticas são tomadas; que a vida cultural pulsa; que a música toca.
Ouso escrever que a percepção daqueles três homens foi tão condicionada como a nossa também é. Sim, porque temos uma fixação pelas estruturas humanas que, às vezes, nem são tão humanitárias por causa das influências que o poder exerce. Alguém pode ignorar isso?
Pode ser que, tal como os três Reis Magos, não percebamos que estamos sendo enredados em planos confusos que são oriundos de uma política maquinadora. O resultado disso? Se no final das contas nossos olhos não forem abertos, tal como os Três, também nos tornaremos simples serviçais de um esquema.
O sonho dos três reis Magos não foi um sonho qualquer. Porquê? Ora, porque o sonharam depois de conhecer a criança no berço. Creiam! Esse sonho lhes abriu os olhos.
Como eles, também podemos visualizar um mundo diferente. Tudo o que precisamos é romper com nossa fixação nas coisas que fazem “o mundo rodar”, tal como as manchetes e as superestrelas que reluzem aqui e ali e depois são apagadas; se apagam...
Para se aproximar de nós, Deus escolheu a porta dos fundos, o anúncio classificado, o lado escuro. Ele detestava nossos programas vãos, na maioria superficiais. Ele não digeria bem as nossas autoproduções barulhentas e flagrantemente eficazes nas capitais do mundo. Nada disso! Ele está interessado na verdade que o liberta.
Campos Verdejantes é um Projeto de Mais Vida que acontece numa das menores cidades de Santa Catarina - Campo Alegre. É uma ideia que está sendo gerida por gente simples, como tu e como eu. É um sonho que visa vida digna para quem ainda precisa se acostumar a viver à margem. Sonhe com Deus, como os Reis Magos sonharam, e entenda para depois se engajar numa proposta que visa um mundo mais sadio!
Bom Natal!
Diác. Valmi Ione Becker
é Diácona Emérita da IECLB
Vice-Presidente do Instituto Luterano Campos Verdejantes
Membro da Comissão de Captação do Instituto Luterano Campos Verdejantes
reside em Florianópolis - Santa Catarina
Sínodo Centro-Sul Catarinense