Chegou o Advento! Ainda não chegou o Natal, pois, afinal, é Advento. No entanto, ele já se aproxima. O tempo passa sutilmente e, de repente, a gente lembra que o Natal já vai chegar. Nesta época, muitas pessoas já vivem o exercício da espera. Esperamos pela chegada do Natal. Alguns estão alegres. Estão com saúde, empregados, bons salários, convivendo bem com a família. Haverá grandes compras de presentes e comidas, tudo demonstrando muita alegria. Muitos conseguirão perceber, por meio de situações e símbolos natalinos, que Jesus está chegando com seu Reino de justiça e paz. Serão dias alegres.
Para outros, no entanto, essa época do ano não será tão alegre assim. Muitos estão com a saúde fragilizada, na fila de espera por atendimento médico, por exames, transplantes. Muitos não conseguirão comprar presentes, a não ser que se endividem ainda mais. Não haverá comida em muitos lares. Outros estão desempregados, em conflitos familiares. Crianças e idosos abandonados, talvez, não sentirão este tempo. Mesmo em lares abastados, a tristeza, a solidão, a ira, o ódio, a falta de perdão - drogas simbólicas e reais - por certo impedirão a percepção deste tempo.
Muitos, até, participarão de cultos, celebrações religiosas, mas indiferentes, alheios. Cantarão hinos, perceberão as luzes nas cidades e nas igrejas, mas, insensíveis ou machucados demais, quem sabe marcados pela dor e o sofrimento, não perceberão a chegada do novo, ou não se prepararão para a chegada do Deus Emanuel, do Servo Sofredor, o Messias, do Infante que nasce humilde, do Verbo Encarnado, do Caminho, da Verdade e da Vida.
Difícil contraste! Uns percebendo o novo. Outros completamente alheios a tudo! Muitos já perceberam a chegada do Reino; outros, ainda não!
Vivemos um tempo importante, um tempo de transformação. Lembro das palavras de Bonhoeffer, que nos dizem que não é qualquer ato religioso que faz de um cristão aquilo que ele é, mas sim a participação no sofrimento de Deus na vida do mundo. Portanto, é tempo de abandonarmos os medos e as angústias e percebermos que Cristo trouxe, traz e sempre trará o Natal. E a nós cabe anunciar possibilidades de perdão, de paz, de esperança neste tempo de advento.
É advento! É tempo de abrir a porta para o novo. Neste período do advento, prepare-se e ajude o seu próximo a se preparar.
Vivemos épocas de incertezas e de espera, mas acima de tudo vivemos o exercício da esperança.
O Messias está se aproximando e já percebemos os seus sinais.
Oração: Ó Deus amado, ajuda-nos a honrar o teu nome em oração e diante do mundo; que façamos e ensinemos aquilo que para nós é sagrado. Vem aos nossos tardios tempos para o teu reino edificar. Semeia amor e confiança em meio a medo e discórdia. Dá que renovadamente nosso coração arda por tua causa; fortalece nosso amor, nossa fidelidade a fim de que muitos te reconheçam. Amém.
Pa. Ma. Tânia Cristina Weimer
Pastora Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho