Advento - Natal - Epifania



ID: 2655

Marcos 12.30 - 4º Domingo de Advento

Prédica

23/12/2007


Leitura Bíblica Básica: Marcos 12.30
Outras Leituras: Lucas 4.29; Mateus 5.44; Lucas 23.24; Mateus 28.20
Autor: P. Elton Pothin
e-mail:
Origem: CEJ - Paróquia Martin Luther
Cidade: Joinville - SC
Data da pregação: 23/12/2007
Data Litúrgica: 4º Domingo de Advento

Prédica:
Prezada Comunidade cristã aqui reunida.

Gostaria hoje de refletir com vocês sobre o natal, este momento, este instante, este fato que mudou a história da humanidade.

Tudo aconteceu num momento, um momento dos mais notáveis. Esse momento particular não foi igual a nenhum outro. Porque neste momento ocorreu algo espetacular. Deus tornou-se homem - um ser humano, carne e osso como eu e você. Enquanto as criaturas da terra andavam descuidadas, a Divindade chegou. Os céus se abriram e colocaram seu bem mais precioso num útero humano - no ventre de uma mulher - Maria.

O Deus onipotente, todo-poderoso, em um instante, se tornou frágil, pequeno. O que fora Espírito (João 4.24) se tornou palpável - pôde ser tocado, visto, ouvido. Ele, que era maior que o universo, ele, que era o criador do universo, veio a ser um pequeno embrião no ventre de uma mulher. E Deus, o criador do universo, decidiu depender para sua nutrição e seu desenvolvimento de uma jovenzinha.

Deus como um feto na barriga de uma mulher. A santidade adormecida num ventre. O criador da vida - do mundo - do universo - sendo gerado num ventre humano.

Deus ganhou sobrancelhas, cotovelos, dois rins e um baço. Ele se esticou contra as paredes do útero, chutou a barriga da mãe.

Ele veio ao mundo, não de forma sobrenatural, como um lampejo de luz ou como um conquistador inacessível, um guerreiro imbatível, mas como um bebê, como alguém cujos primeiros gritos foram ouvidos por uma camponesa e um carpinteiro sonolento. As mãos que seguraram Jesus pela primeira vez eram calosas e sujas, mal cuidadas.

Nenhuma seda. Nenhum marfim. Nenhuma festa. Nenhuma pompa. Se não fosse pelos pastores, não teria havido recepção. E se não fosse por um grupo de contempladores de estrelas, não haveria presentes.

Os anjos olhavam enquanto Maria trocava as fraldas do Filho de Deus. O universo observava maravilhado enquanto o Todo-poderoso aprendia a andar. Crianças brincaram na rua com ele.

E se o líder da sinagoga da cidade de Nazaré, onde Jesus cresceu e passou sua infância, soubesse que era o filho de deus estava ouvindo os seus sermões...

Jesus talvez tenha tido espinhas. Ele quem sabe não tinha boa voz. Uma garota da mesma rua pode ter-se interessado por ele e vice-versa. E possível que seus joelhos fossem ossudos. Uma coisa é certa: Embora completamente divino - embora Deus, ele era completamente humano.

Durante trinta e três anos ele sentiu tudo que você e eu já sentimos. Sentiu-se fraco. Cansou-se. Temeu o fracasso. Talvez tenha se apaixonado por uma garota. Pegou resfriados, teve problemas com o estômago e transpirava. Seus sentimentos ficavam feridos - também ficava triste, chorava. Seus pés se cansavam e sua cabeça doía.

Pensar em Jesus dessa forma parece estranho para nós. Não é algo que costumamos fazer. E muito mais fácil manter a humanidade fora da encarnação de Deus. Limpar a sujeira em volta do estábulo. Limpar o suor do rosto de Jesus. É estranho para nós pensar que Jesus roncou, limpou o nariz ou bateu com o martelo no dedo.

Mas Jesus foi exatamente assim - humano como todos nós, com suas alegrias e tristezas, com o seu jeito próprio de ser - foi concebido no ventre de Maria, nasceu, cresceu, riu, chorou.

Jesus entrou na sujeira e no lixo de nosso mundo. E entrou na sujeira e no lixo desse mundo para poder tirar-nos dele, para nos dar o perdão de Deus, a salvação de Deus.

Ouça suas palavras: Ame seu próximo; Ore pelos que o perseguem; Estarei sempre com você (Marcos 12.30; Lucas 4.29; Mateus 5.44; Lucas 23.34; Mateus 28.20)

Tudo aconteceu num instante. Num momento... um momento memorável que mudou a história da humanidade. O Verbo - Deus - se fez carne.

E, ao celebrar o Natal, também olhamos para o futuro.

No futuro, haverá outro momento - outro momento em que Deus virá novamente visitar este mundo. O mundo, então, verá outra transformação instantânea.

Haverá uma segunda visita de Deus ao mundo. Nesta segunda visita de Jesus, haverá a transformação total do mundo: Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. ...os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. (2 Pedro 3.10, 12)

Mas nós, cristãos, não precisamos ter medo, pois este dia é também é o dia da nossa salvação - ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, (Deus) descerá dos céus e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. (1 Tessalonicenses 4.16,17) Esta é nossa esperança.

Por isso, quando celebrarmos o natal,

- olhemos para o passado, e louvemos a Deus como o fizeram os pastores de Belém, os magos, os anjos e Maria, em gratidão a Deus pelo nascimento do Salvador;

- e olhemos para o futuro com esperança por um novo céu e uma nova terra sem sofrimento, sem mal, junto com nosso Deus eternamente.

Amém.


Autor(a): Elton Pothin
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Joinville - Martin Luther
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Domingo: Advento
Perfil do Domingo: 4º Domingo de Advento
Testamento: Novo / Livro: Marcos / Capitulo: 12 / Versículo Inicial: 30
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 8856

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