Advento - Natal - Epifania



ID: 2655

Gálatas 4.4-7

Auxílio Homilético

24/12/2016

 

Prédica: Gálatas 4.4-7
Leituras: Salmo 96 e Lucas 2.1-7
Autoria: Júlio Cézar Adam
Data Litúrgica: Noite de Natal
Data da Pregação: 24/12/2016
Proclamar Libertação - Volume: XLI

Uma manjedoura para os filhos e filhas de Deus

1. Introdução

Se eu lembro de minha infância nos interiores de Santo Antônio da Patrulha/RS, na pequena comunidade evangélica de Entrepelado, onde até hoje temos culto apenas uma vez por mês, sempre no primeiro domingo, e raras outras atividades comunitárias, o culto de Natal era, sem dúvida, a atividade mais marcante e aquela que reunia mais gente. No calorão de dezembro, a igreja lotava. Lembro também da minha participação na preparação desses cultos, com crianças e jovens da comunidade, fazendo teatro, jograis e cantos. A história do Natal sempre me impactou muito. Por isso sinto-me muito desafiado a contribuir para a pregação desse culto.

O Evangelho de Lucas é o que dá mais detalhes do nascimento do menino Jesus. Por isso as informações desse evangelho servem de base para as muitas atividades em torno do culto de Natal de todos os tempos e lugares. Em Lucas, mais do que nos outros evangelhos, temos informações importantes sobre as circunstâncias do nascimento. Na perícope de Lucas 2.1-7, temos a descrição dos motivos por que Maria e José foram a Belém na Judeia. Não era para cumprir a profecia, como em geral referem os textos de Mateus, mas sim por decreto imperial, por causa do censo. Vemos assim que Lucas está preocupado com os personagens da trama, com as relações de poder, com questões políticas, com as pessoas envolvidas, com as dificuldades e misérias em torno do nascimento. O que são o Cântico de Maria e o Cântico de Simeão, um pouco antes dessa perícope, senão um hino de denúncia de um Deus que olha para baixo, visita seu povo, enche de bens as pessoas famintas?

Lucas relata que Jesus foi deitado numa manjedoura, um cocho de animais, porque não havia hospedagem digna. Aqui está uma clara relação da perícope com o texto de Gálatas 4.4-7: a solidariedade e a misericórdia de Deus manifestam-se acontecimentos de Belém, solidariedade divina que nos torna filhos e filhas de Deus. Ou seja, o Lecionário coloca ao lado de Gálatas não apenas um relato do nascimento de Jesus, mas o relato de Lucas, um relato proveniente de um evangelho carregado da ampla misericórdia de Deus, que nos torna, em Jesus, seus filhos e suas filhas, legítimos/as.

O Salmo 96, por sua vez, é uma explosão de louvor a Deus, este Deus que julga os povos com equidade (v. 10) e julga o mundo com justiça (v. 13). A esse Deus grandioso, majestoso, forte, que se manifesta por meio da exuberância da criação, dos seus feitos justos e da salvação do povo, todas as terras, povos e a própria criação (céus, terra, mar, campos, árvores e bosques, v. 11 e 12) louvam e adoram. É tão grandioso e magnífico, tão digno de louvor, que um canto apenas não basta. Faz-se necessário um canto novo! Um canto novo e grandioso como novidade do menininho de Belém. Esse Deus tão poderoso nasce, na noite de Natal, frágil e pobre, em uma estrebaria. Aqui temos um interessante choque de imagens de Deus: Deus é poderoso, majestoso e ao mesmo tempo frágil, singelo, pequeno. Acho essa tensão de imagens algo fascinante. Não temos como construir uma imagem de Deus coesa e única na Bíblia. Podemos dizer que Deus não se deixa agarrar por uma única imagem. Nem mesmo na estrebaria conseguimos absorvê-lo por completo. Deus é sempre Deus. Mesmo assim age em favor da gente ontem e hoje.

O texto da Carta aos Gálatas (Gl 4. 4-7), nossa perícope para a pregação, é a reflexão teológica sobre a ação de Deus, que se manifesta e age em favor do povo e do mundo, especificamente sobre o significado do nascimento de Jesus Cristo para a fé e a nossa nova relação com Deus. No Natal, ganhamos espaço na manjedoura. Esse Deus Menino que lá está não só vem ao mundo por nós, mas através dele Deus nos coloca na manjedoura, reconhecendo-nos como seus legítimos/as filhos/as.

Temos assim o fato (Lucas 2.1-7), o louvor litúrgico (Sl 96) e a reflexão teológica (Gl 4. 4-7), fontes para a elaboração da liturgia e da pregação.

2. Exegese

Reflitamos primeiramente sobre Paulo e a Carta aos Gálatas. Paulo subiu para a região que na época era chamada de Galácia (parte do que hoje é a Turquia) em sua primeira viagem. Foi para lá criar novas comunidades, lugares onde o evangelho de Jesus Cristo pudesse ser vivido com intensidade e promovesse liberdade. A região caracterizava-se pela presença de comunidades judaicas, presença essa que Paulo aproveitou para pregar o evangelho.

Tempos depois, em outra de suas viagens, provavelmente quando estava na Grécia, Paulo é avisado de que os gálatas estão duvidando daquilo que ele ensinou. Inclusive a autoridade de Paulo é questionada. Há inconstâncias entre eles. Os gálatas duvidam da boa notícia sobre Jesus Cristo. Preferem voltar a viver suas práticas e crenças antigas, inclusive tradições religiosas antigas. Buscam refugiar-se nas tradições e na fé judaica, voltando a submeter-se à Lei, por exemplo. Esse é o pano de fundo da Carta aos Gálatas. É uma carta de advertência e admoestação, mas também uma carta de recapitulação, de retomada dos princípios do evangelho. Por isso ela é tão fundamental nas Escrituras. Provavelmente a carta foi escrita para ser lida nas diferentes comunidades da região.

Nela, Paulo lembra os gálatas de tudo o que ele fez, todas as suas andanças, todos os riscos pelos quais passou, todas as mudanças que ele viveu, como vemos no início da carta (Gl 1. 1-24). Em toda a Carta aos Gálatas, porém, o assunto principal é a liberdade que a fé em Jesus Cristo traz para as pessoas (2.4; 5.1ss). Crer em Jesus Cristo é estar livre para viver o amor (5.13ss). Já não precisam lutar por sua salvação por meio da Lei. Já não mais precisam ser escravos da Lei. Os gálatas são livres para amar as pessoas, viver o evangelho da vida, deixar-se guiar pelo Espírito e produzir seus frutos (5.16ss).

Podemos dizer, portanto, que dois são os propósitos da carta: convencer as pessoas da mensagem do evangelho; reforçar que crer em Jesus Cristo dá liberdade verdadeira.

Podemos organizar a carta da seguinte forma:

• A origem do evangelho – O evangelho é de origem divina, não é humano: Gl 1-2;

• A defesa do evangelho – tanto o Antigo Testamento como a experiência com Jesus Cristo dão testemunho de sua veracidade: Gl 3-4;

• A aplicação do evangelho – a produção da verdadeira liberdade e a vida segundo o Espírito: Gl 5-6 (HENDRIKSEN, p. 31).

Dentro desse contexto, podemos entender muito bem o tema de nossa perícope: Gl 4.4-7. Em Jesus Cristo e por meio da fé nele o ser humano torna-se filho e filha pleno/a de Deus. Por meio da Lei, as pessoas eram herdeiras menores e necessitavam de tutores, condição na qual em nada diferiam de escravos, pessoas sujeitas a algo, no caso a Lei.

A discussão central, já no capítulo 3, é a questão dessa submissão à Lei. O capítulo 4 reflete especificamente sobre os benefícios e a alegria de viver pela justificação por meio da fé em Jesus Cristo. Mais especificamente, a nossa perícope trata de explicar a situação e condição de herdeiros (3.29 e 4.1). E aqui precisamos aclarar melhor o que significa herdeiro nesse contexto. No contexto greco-romano, quando o pai morria, o herdeiro natural passava a ser o filho. Sendo, porém, o filho ainda menor, um tutor tornava-se responsável pelo herdeiro e acabava respondendo por ele. O herdeiro menor é herdeiro e, ao mesmo tempo, não é. Trata-se, portanto, de uma liberdade cativa, limitada. Com Jesus Cristo essa condição de herdeiro menor foi suplantada, e a fé nele coloca-nos na condição de filhos e filhas de Deus em uma liberdade plena. Exatamente a essa figura refere-se toda a perícope. Olhemos os versículos separadamente.

V. 1 – Ora, eu digo: enquanto o herdeiro é menor, embora dono de tudo, em nada difere de um escravo (Tradução da perícope segundo a Bíblica de Jerusalém). Nesse contexto, o herdeiro, embora fosse por direito, não era herdeiro de fato. Estava submisso, numa situação de escravo. Essa é a condição à qual os seguidores da Lei estão submetidos. São herdeiros, mas apenas em parte.

V. 2 – Ele fica debaixo de tutores e curadores até a data estabelecida pelo pai. O tutor, amo ou curador era, por assim dizer, o dono de tudo o que pertencia ao herdeiro, tornava-se ele mesmo o herdeiro legal, até a idade que o pai havia estabelecido. O tutor seria aqui a Lei.

V. 3 – Assim também nós, quando éramos menores, estávamos reduzidos à condição de escravos, debaixo dos elementos do mundo. Esta é a situação das pessoas que viviam segundo a Lei: herdeiros menores. Os gálatas, mesmo tendo recebido e entendido a “maioridade” (a liberdade do evangelho), querem, segun- do Paulo, voltar à condição de herdeiros menores. Almeida traduz a expressão “elementos do mundo” por “rudimentos do mundo”, que seriam justamente as formas, as regras, prescrições, tradições religiosas antigas, por meio das quais tanto judeus como gentios buscavam conquistar a salvação e garantir segurança pelas próprias mãos.

V. 4 – Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei. Jesus Cristo, divino (Filho enviado por Deus, sob a Lei) e humano (nascido de mulher), é a plenitude do tempo, porque pode, segundo a própria Lei, cumpri-la plenamente. Esse nascimento é a possibilidade da maioridade humana, da plena liberdade. Plenitude do tempo pode ser também entendida como as condições favoráveis para a expansão do evangelho, como o uso do grego como língua corrente, a diáspora judaica e as sinagogas em diferentes regiões, os caminhos romanos, condições que facilitaram a divulgação da novidade (HENDRIKSEN, p. 165s), inclusive para os gálatas.

V. 5 – Para remir os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial. Jesus Cristo liberta-nos do fardo da Lei, da tutela, da escravidão, e torna-nos filhos e filhas adotivos/as de Deus. Na condição de Filho de Deus, ele é o único que nos pode livrar da Lei, tanto judeus como gentios. Por meio dele não só somos libertados do mal e da morte, mas recebemos a mais especial bênção e riqueza: tornar-nos filhos e filhas de Deus, membros da família de Deus. E mais ainda, recebemos a imagem de Cristo (Rm 8.29). Importante observar que “adoção” (huiothesia) aqui significa exatamente o ato de conceder o título de filho, como relatamos acima. Adoção filial é, portanto, “tornar filho ou filha”.

V. 6 – E porque sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abba, Pai! Não só nos tornamos filhos e filhas, mas recebemos no coração o Espírito de Jesus Cristo, que nos permite intimidade com Deus, intimidade a ponto de chamá-lo de Abba, de paizinho, tamanha é a proximidade com Deus. Abba, pai em aramaico, representa aqui essa intimidade, já que o termo provém da língua materna de Jesus. Também nós podemos falar com Deus na intimidade e segurança da língua materna. Jesus dirige-se ao Pai usando Abba quando está no Getsêmani em profunda angústia (Mc 14. 36). E mais uma riqueza do versículo: Pais podem amar muito seus filhos/as e dar-lhes uma herança, mas jamais podem dar aos filhos/as o seu espírito. Deus, porém, além de nos tornar filhos e filhas, dá-nos o Espírito de seu Filho.

V. 7 – De modo que já não és escravo, mas filho. E se és filho, és também herdeiro, graças a Deus. Tamanha é a graça dada aos gálatas e a nós. Aqui o apelo de Paulo sai do plural, aos gálatas em geral, e passa para o singular, para a pessoa, separadamente. Ao contrário do que os gálatas estavam tentando, buscando a salvação e o acesso a Deus por meio de seus rudimentos e forças, Paulo reforça aqui a graça. É Deus quem por meio de Jesus nos torna seus filhos e filhas, herdeiros/ as, não mais escravos/as. É graça. Almeida traduz o “graças a Deus” por “por Deus”. É ação de Deus por nós.

Nos versículos seguintes, 8-10, Paulo questiona-se como os gálatas, tendo conhecido a Deus e tendo sido reconhecidos por ele, decidem voltar à situação de subalternos e escravos. Não por menos, Paulo chama os gálatas de insensatos (3.1).

3. Meditação

A mensagem do Natal é mais do que uma história bonita sobre uma criança sem lugar decente para nascer, sobre uma mãe sem condições dignas para ter seu filho, sobre um pai que não encontra lugar na cidade. É mais do que o nascimento de um bebê em uma estrebaria, tendo um cocho de animais como berço, assim como nascem muitas crianças na periferia do mundo dois mil anos após esse nascimento.

Toda essa dimensão social e política está presente, obviamente, no evento e deve ser tema da pregação de Natal: Deus digna-se a nascer em um estábulo na periferia do mundo para solidarizar-se com tantos que vivem em situações semelhantes ou até piores, bem como para denunciar toda forma de desigualdade, indignidade e injustiça. Mesmo assim, o acontecimento de Natal é mais do que essa história. O texto de Gálatas abre-nos para uma perspectiva mais profunda, tornando as questões aqui levantadas ainda mais instigantes para a pregação. A abordagem de Gálatas é uma abordagem mais pessoal do que social. É uma abordagem que leva a refletir sobre a dinâmica humana da fé, nossa relação pessoal com Deus e com a liberdade daí decorrente.

A manjedoura abre um espaço para cada pessoa fazer parte de um evento que transcende a lógica e as forças humanas. O nascimento de Jesus Cristo coloca cada um/a dentro da manjedoura como filho/a de Deus. Essa é a mensagem principal. Deus nasce na periferia do mundo, Deus faz-se Emanuel, Deus Conosco, faz-se gente para viver entre nós, sim, mas através desse feito e de seus desdobramentos, a cruz, Deus torna-nos seus filhos e suas filhas, alimentados/as pelo próprio Espírito de Cristo. É como se naquele menino na estrebaria estivesse cada um e cada uma de nós. Essa é a grandiosidade do Natal.

Jesus Cristo – na manjedoura e na cruz – é o feito de Deus que nos tira da condição de herdeiros/as menores/as, sujeitos/as a tutores e rudimentos do mundo, e torna-nos seus filhos e suas filhas plenos, completos, dignos. Essa é uma importante mensagem que o Natal pode proporcionar. O Natal coloca todos/as na manjedoura. Em Jesus Cristo, Deus torna-nos seus herdeiros/as plenos/as, seus filhos e filhas, recebemos a imagem de Cristo em nós mesmos/as. Não precisamos cumprir protocolos e leis, não precisamos pagar alguém ou comprar algo. Apenas a fé em Jesus Cristo nos dá acesso a essa adoção.

O Natal lembra-nos de que estamos livres das tutelas, das amarras, das estruturas alienantes e podemos viver em intimidade com Deus, chamando-o de paizinho, Deus próximo, não mais segundo a tutela da lei, mas segundo a graça do Espírito de Cristo. Esse seria outro enfoque da mensagem: Natal lembra-nos da liberdade cristã. Celebrar o Natal é sempre celebrar aquilo que Deus faz por nós. É dádiva para a liberdade.

Penso que, infelizmente, vivemos ainda muito longe dessa liberdade presenteada em Jesus Cristo. De forma semelhante aos gálatas, tendemos a voltar a viver como herdeiros menores, subalternos às regras e às leis da cultura, da sociedade, da própria religião. É difícil ser livre de fato. Paradoxalmente, até mesmo no Natal, ato de Deus para nossa liberdade, tornamo-nos pessoas escravas dos costumes e das tradições. Sucumbimos às regras do mercado, dos presentes, do papai-noel, das viagens, das ceias, dos afazeres nas casas, da felicidade forçada, do êxito e sucesso pessoal.

Por fim, ser adotado por Deus não é pouca coisa! Ser herdeiro com Jesus Cristo compromete-nos com o reino de Deus. Na manjedoura cabem todos/as os que têm fé: homens, mulheres, crianças, idosos; hetero e homoafetivos/as; brasileiros/as, imigrantes/as e refugiados/as; brancos, negros, pardos, amarelos; pobres e ricos; empregados/as e desempregados/as; membros da comunidade, mas também membros de outras denominações religiosas. A estrebaria não tem tramela na porta. Nela há espaço para todo o mundo. Na liberdade para a qual fomos chamados/as, o Natal compromete-nos a deixar-nos guiar pelo Espírito de Cristo em nossos corações. Nesse sentido, o Natal não é feito de Deus apenas para a pessoa isolada. É um feito que inaugura uma nova relação de Deus com cada pessoa, e essas, por sua vez, umas com as outras e o mundo e a criação, da qual somos parte.

4. Imagens para a prédica

A figura do herdeiro menor submisso ao tutor até uma determinada idade, básica para a compreensão de nosso texto, é uma figura estranha para nosso con- texto hoje. Uma figura semelhante deveria ser buscada. Algo que aparentemente temos, mas efetivamente não possuímos. De forma concreta, lembro que uma vez minha esposa e eu ficamos escutando, mais do que uma hora, um vendedor que nos queria vender um apartamento de férias, o qual só poderíamos usar durante uma determinada semana ao ano. O valor era muito alto para nossos recursos. O que mais nos incomodou, porém, nessa oferta era o fato de ter algo e ao mesmo tempo não ter. Algo mais comum é o próprio aluguel. Também quando alugamos algo, uma casa ou apartamento, ou quando arrendamos um pedaço de terra para plantar ou criar o gado, temos algo, mas ao mesmo tempo não temos. Caso o proprietário resolver receber o imóvel de volta, teremos que devolver. São exemplos que auxiliam a entender a condição do herdeiro menor.

De forma mais abstrata, por sua vez, a posse da própria liberdade pode ser uma boa figura para refletir. Até que ponto somos livres na compra de bens de consumo, como roupas, calçados, eletroeletrônicos. Os jovens intitulam-se pessoas livres. Basta, porém, a propaganda mostrar um novo celular/smartphone ou um novo corte de cabelo e cria-se uma padronização do consumo e da adesão.

Paulo chama-nos a refletir sobre essa contradição. Em Cristo, temos liberdade plena de viver como filhos e filhas de Deus. Mesmo entendendo essa graça especial de Deus, parecido com os gálatas, tendemos sempre de novo ao apego a algo palpável ou depositamos nossa confiança em nós mesmos ou em propostas fugazes e alienantes. O Natal de Jesus Cristo chama-nos de volta à liberdade. Em Jesus Cristo, de inquilinos/as tornamo-nos proprietários.

5. Subsídios litúrgicos

Confissão de pecados
Confesso-Te, ó Criança Eterna, que é difícil ter o coração de criança: per- doar aqueles que oprimem, os que tiram a vida de nossas crianças; amar os inimigos, aqueles que maltratam nosso povo com a violência da fome e do desemprego; ter misericórdia daqueles que matam os que buscam terra e justiça. Mesmo assim, sei que me compreendes. Meu coração fica alegre. Nem tudo é tão sério. Afinal, Deus também é criança. (Inês de França Bento)

Hino

Cantai ao Senhor um cântico novo (HPD 260).

Oração do dia
Deus de infinita bondade, que, assumindo nossa carne no seio de Maria, conheceste e compreendeste a fraqueza humana... Ó Rei da paz, ó Luz nas trevas, ó Imagem da nova humanidade, faze de nós, por tua misericórdia, uma só família; transforma nossa vida para reconhecer-Te em cada pessoa; ilumina nossos passos para trilhar os caminhos da paz e da verdadeira fraternidade. Tu que és um com o Pai no Espírito Santo. Amém. (Paulo Roberto Rodrigues)

Oração Eucarística
(Recomenda-se que várias pessoas, inclusive crianças, dirijam as diversas partes dessa oração).
L: Querido Deus, tu nos dás o pão. Tu nos dás o que precisamos para a vida. Rendemos-te graças e a ti cantamos:
C: (canto) Aleluia.
L: Deus bondoso, tu nos convidas à tua mesa: pequenos e grandes, alegres e tristes, doentes e sadios. Todos estão convidados. Louvamos-te e a ti cantamos:
C: (canto) Aleluia.
L: Deus, tu nos criaste e nos conheces pelo nome, como teus filhos e tuas
filhas. Tu nos queres bem. Rendemos-te graças e a ti cantamos:
C: (canto) Aleluia. Enviaste a nós Jesus, teu Filho. Ele tornou-se uma criança, nascido de Maria. Alegrou e libertou pessoas. Ele entende também a nós. Louvamos-te e a ti cantamos:
C: (canto) Aleluia.
L: Às vezes, nossa vida é obscura. Mas não estamos sozinhos. Jesus está conosco. Rendemos-te graças e a ti cantamos:
C: (canto) Aleluia.
L: Nosso Senhor Jesus Cristo, na noite em que foi traído, tomou o pão e, tendo dado graças, o partiu e o deu a seus discípulos, dizendo: Tomem, comam; isto é meu corpo, que é dado por vocês; façam isso em memória de mim. A seguir, depois de cear, tomou também o cálice e, tendo dado graças, o deu a seus discípulos, dizendo: Bebam dele todos; porque este cálice é a nova aliança em seu sangue, derramado em favor de vocês para remissão dos pecados; façam isso todas as vezes que o beberem, em memória de mim. Bom Deus, rendemos-te graças e a ti cantamos:

C: (canto) Aleluia.
L: Cá estamos, amado Deus, Abba, como teus hóspedes e te rogamos: sê entre nós com teu Espírito. Abençoa-nos e o que nos concedeste.
C: Pai-nosso (Adaptado de EG, 659-660/Livro de Culto da IECLB, p. VII.
534s).

Bibliografia

GIAVINI, Giovanni. Gálatas: liberdade a lei na Igreja. São Paulo: Paulinas, 1987.

HENDRIKSEN, Guilhermo. Galatas: comentario del Nuevo Testamento. Grand Rapids: Subcomision Literatura Cristiana, 1984.
PETTINGILL, William L. Estudios sobre la Epístola a los Gálatas. Barcelona: CLIE, 1984.


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Autor(a): Júlio Cézar Adam
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Área: Governança / Nível: Governança - Rede de Recursos / Subnível: Governança-Rede de Recursos-Auxílios Homiléticos-Proclamar Libertação
Natureza do Domingo: Natal
Perfil do Domingo: Véspera de Natal
Testamento: Novo / Livro: Gálatas / Capitulo: 4 / Versículo Inicial: 4 / Versículo Final: 7
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2016 / Volume: 41
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 45362

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