O que Linus está ensinando para Lucy? Na verdade, nem precisa ensinar. Todo mundo conhece esses momentos quando andamos de cabeça baixa, quando nós nos sentimos rebaixados, rejeitados, excluídos. Momentos para andar cabisbaixo, todos nós temos na vida: quando alguém nos agride – seja na família ou no trabalho ou no tempo de lazer. Quando não passamos na prova, não conseguimos o trabalho que queríamos, o nosso projeto de família não dá certo, a realização dos nossos sonhos se torna impossível.

Pior quando se torna uma atitude constante, andarmos de cabeça baixa todos os dias. Isto é, quando a gente entra em depressão – o que acontece cada vez mais na nossa sociedade. Já as crianças nas nossas escolas sofrem de bullying e exclusão.

E – acredite se quiser – tem gente que já se acostumou tanto em andar de cabeça baixa que curte essa posição e goza da sua depressão, alimenta o seu complexo. É mais fácil de adotar a posição de vítima do que lutar para uma mudança e para o seu reconhecimento. A posição da cabeça baixa dá uma visão muito limitada das coisas: “só vejo o que está no chão, o que ainda mais me abaixa.”

Como contraste desse cenário chega a mensagem da Bíblia: “Levantai o rosto e erguei a cabeça porque a salvação de vocês está próxima!”
Estamos na época de advento. Olhamos para o Natal, a vinda do nosso Salvador. Nele se manifesta todo o amor de Deus para com os homens, para conosco. Ele nos ama incondicionalmente. Ele nos aceita como somos. Para ele não somos uma pessoa entre os 7 bilhões de homens na terra, uma entre outros. Para ele somos importantíssimo, muito querido.

A confiança nele faz-nos erguer a cabeça. Nós não precisamos mais nos sentir rebaixados e excluídos, sem importância e sem valor. Podemos andar de cabeça erguida, caminhar alegres e confiantes. A fé Nele pode também abrir e ampliar o nosso olhar, faz-nos ter um novo olhar às coisas ao redor. Ele nos dá uma outra visão do mundo: uma visão de que o mundo é a criação de Deus e que todas as coisas são mistérios. Ele nos dá uma outra visão das pessoas também: uma visão de amor que nos faz enxergar em todo ser humano um ser amável apesar dos defeitos dele.

Quando me sinto amado, quando o minha autoestima fica legal, vou fazer a minha vida de cabeça erguida, sem complexos. Vou ter os meus defeitos, sim. Vou reconhecé-los e trabalhar em cima disso e tocar em frente. Mas não vou mais ter a minha cabeça abaixada. Até porque eu estou indo ao encontro do Salvador que é para vir.

Um advento abençoado!