“Assim como a chuva vem de cima, eu enviarei do céu a minha vitória.
A terra se abrirá para recebê-la e fará brotar a salvação e a liberdade.
Eu, o Deus Eterno, farei isso.”
(Isaías 45.8)
Esse versículo do livro de Isaías é uma das mais profundas e confortantes palavras de Advento. Que extraordinária e maravilhosa comparação o versículo nos traz: A terra árida não tem vida se não se abrir para receber a chuva que vem do céu. Se o céu não se inclinar a terra não há como ela florescer e frutificar. Para termos raízes sólidas e uma vida frutífera faz-se necessário abrir nossos corações e mentes para Aquele que vem do céu para nos ofertar a salvação e a liberdade.
O Advento de Deus é uma chuva suave para a nossa terra, isto é, para nossas vidas sedentas e carentes. Em tempos de crescente violência, corrupção, competição, materialismo, intolerância religiosa, crise mundial de água e aquecimento global, compreendemos cada vez melhor a essência deste versículo. Estamos sedentos por justiça, paz, tranqüilidade, felicidade, perdão e reconciliação. Neste sentido, a chuva suave do Advento de Cristo vem novamente a nós para fazer (re)brotar em nossos corações e lares a fé, a esperança e o amor. A chuva suave do Advento vem para nos animar e fortalecer nas nossas relações uns com os outros e no cuidado com o todo da criação de Deus.
A chuva suave do Advento de Cristo me ensina na verdade novamente o que significa ser acolhido e acolher. Advento significa se acolhido pelos braços amorosos e cuidados de Deus. Advento significa preparar-se para ser acolhido e tocado pela luz do menino Jesus. Advento é se preparar para acolher a chuva do amor do menino Jesus. É se preparar para acolher aquele que vem semanalmente a nós no pão e no fruto da videira da comunhão.
Ao ser acolhido e acolher a chuva suave do Advento de Cristo, floresce em minha alma e no meu coração o amor que me leva a acolher também os meus irmãos e irmãs. Ao ser acolhido e acolher a chuva suave do Advento de Cristo é lavado também em mim o pecado que me permite novamente o perdão e a reconciliação com o meu próximo.
Que neste Advento tenhamos tempo para sermos acolhidos e acolher a chuva do amor de Deus em Cristo Jesus que vem para refrescar, animar e saciar nossas vidas sedentas e áridas. Que possamos neste Advento entoar juntos um hino de nosso hinário que diz: “Chuvas de bênçãos teremos, chuvas mandadas dos céus; bênçãos a todos os crentes, bênçãos do nosso bom Deus.” Amém.
P. Ernani Röpke, Pastor na Paróquia Cantareira – São Paulo/SP