O povo de Israel tinha a compreensão de que Deus haveria de salvá-lo dos exércitos que invadiram o país e reconduzi-lo para a sua terra. Isso aconteceu sob o domínio persa. Porém, na compreensão israelita sobre salvação também estava a esperança de uma vida longa, mais de cem anos, e morrer numa velhice bem aventurada. Isso incluía alimentação sem escassez, família grande, moradia confortável, sem doenças ao longo do restante da vida, paz com as pessoas, alegria de estar em sua terra, simbolizada na cidade de Jerusalém. Essa era a esperança alimentada pelos profetas e que Isaías também anuncia. O Senhor vai trazer seu povo de volta para sua terra e vai cuidar para que a felicidade se derrame sobre ele, com uma vida longa e bem aventurada. Ainda não há, na compreensão geral do povo, a esperança por um novo céu e uma nova terra e uma vida eterna com Deus.
Essa compreensão de vida eterna com Deus se articula com Jesus, o qual anuncia que a morte não será o fim, mas Deus, o Senhor, vai criar um novo céu e uma nova terra e o seu povo, agora marcado pela fé em Cristo, viverá para sempre com o Pai. O próprio Jesus diz que vai preparar a morada de seu povo. Paulo usa esta mesma figura para dizer que ficaremos para sempre com o Senhor nestes novos céus e nesta nova terra, nos quais habitará a justiça, isto é, a justiça da moradia para todos, do alimento para todos, da dignidade para todos, da paz para todos, do fim da ostentação, do fim da ganância, do fim da necessidade de cada um querer garantir o seu lado em detrimento do que os outros necessitam. Como também diz Paulo, aos coríntios, Deus será tudo em todos. Essa é a nossa esperança de estar para sempre com o Senhor. Mas já podemos começar a viver isto agora. Ou não?