Vacina: um bem comum para o bem comum - Pastor Klaus Dieter Wirth - 14 de janeiro de 2021

Oração em tempo de coronavírus

14/01/2021

Jesus disse: Se tiverem amor uns pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos. Jo 13.35

João escreveu: Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações. 1ª Jo 3.18

Você com certeza já ouviu falar de Varíola, de Poliomielite, de Sarampo, Difteria, Rubéola entre tantas e tantas outras doenças. Você já deve ter visto pessoas com uma marca redonda no braço, na altura do ombro. Essa marca é a marca da participação daquela pessoa na erradicação da Varíola. Sim, a Varíola é a única doença erradicada no mundo todo (em 1977), mas a Poliomielite, Sarampo, Difteria e Rubéola já chegaram a zerar casos no Brasil pela vacinação obrigatória. Estão ressurgindo por conta da irresponsabilidade de pessoas que pertencem a um grupo chamado Movimento Antivacina.

Ao pesquisar, descobri que no século XVIII, na Inglaterra, o médico Edward Jenner criou a primeira vacina da história, exatamente contra a Varíola, que matava pessoas a rodo. 

O Movimento Antivacina surgiu na Inglaterra após uma publicação errônea e irresponsável do médico Andrew Wakefield numa revista científica afirmando que a vacina tríplice viral tinha ligação com o autismo. Hoje as fake news estão disseminando 1001 informações erradas e irresponsáveis sobre as vacinas contra o Corona vírus. A primeira atitude nossa, como cristãs e cristãos, é não passar adiante, pelos WhatsApps da vida, essas mentiras.

Aprendi, também, em minhas pesquisas sobre esse tema, que o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê punições ao pai e mãe ou responsáveis que não fazem uso das vacinas que são consideradas obrigatórias no Brasil. Não vacinar pode ter como consequência a cobrança de multa de 3 a 20 salários mínimos. Se esses mesmos pais deixarem mais uma vez de vacinar a filha ou o filho, deveria ser aplicada outra multa no valor do dobro da primeira. As pessoas irresponsáveis podem perder a guarda da criança. Por fim, se a criança vier a falecer, os pais ou responsáveis devem ser penalizados, nos termos do Código Penal, por homicídio culposo. O homicídio culposo ocorre quando uma pessoa causa a morte de outra, mas sem a intenção de matar. A pena para homicídio culposo é de detenção de um a três anos.

Eu considero que a pessoa que se junta a esse “Movimento Antivacina” carrega em si quatro características nem um pouco cristãs:

1ª) é egoísta e só pensa em si e não pensa no todo, nas pessoas ao seu redor, os outros seres humanos que têm direito à vida. Ao olhar somente para seu próprio umbigo, participam do retorno de doenças já erradicadas e participam da proliferação destas doenças no momento em que estas doenças voltam à tona;

2ª) não consegue perceber que esta atitude demonstra a total falta de amor ao próximo, tanto quanto quando esse próximo é alguém totalmente desconhecid@ ou alguém de seu círculo familiar ou de amig@s;

3ª) ela abre, não uma brechinha, mas uma verdadeira cratera no que se refere à questão socioeconômica. A partir do momento em que uma vacina é obrigatória, toda pessoa será imunizada, e não somente as que têm poder financeiro para pagar pela vacina. Pessoas que aderem ao “Movimento Antivacina”, mesmo que não digam com todas as letras, mas elas estão afirmando com seu posicionamento que os pobres podem morrer, os ricos podem pagar pela sua saúde. De forma bem honesta, para mim estas pessoas participam de um “homicídio culposo social”.

4ª) ela não tem ética social. A ética não é apenas em um relacionamento pessoal com outra pessoa com um pequeno grupo de pessoas (família, trabalho). Ética também tem a ver com a humanidade como um todo.

Jesus sempre foi ao encontro das pessoas doentes, de forma especial ao encontro das pessoas que sofriam com uma doença e eram excluídas da vida social.

Cristãs e cristãos seguem os passos do Mestre. Cristãs e cristãos sempre se colocam a favor da vida e contra tudo e qualquer coisa que possa gerar dor, sofrimento ou morte, seja de forma indireta ou direta. Cristãs e cristãos não olham apenas para si mesm@s, mas para o mundo como um todo e todas as posições a atitudes são tomadas para que favoreçam o bem comum.

Lutero vivenciou uma epidemia em seu tempo, a Peste Negra. Desejo compartilhar com vocês uma pequena carta que ele escreveu como um conselho pastoral. Preste atenção no que ele escreveu em 1500 e bolinha...

Pedirei a Deus para, misericordiosamente, nos proteger.
Então farei vapor, ajudarei a purificar o ar, a administrar remédios e a tomá-los.
Evitarei lugares e pessoas onde minha presença não é necessária para não ficar contaminado e, assim, porventura infligir e poluir outros e, portanto, causar a morte como resultado da minha negligência.
Se Deus quiser me levar, ele certamente me levará e eu terei feito o que ele esperava de mim e, portanto, não sou responsável pela minha própria morte ou pela morte de outros.
Se meu próximo precisar de mim, não evitarei o lugar ou a pessoa, mas irei livremente conforme declarado acima.
Veja que essa é uma fé que teme a Deus, porque não é ousada nem insensata e não tenta a Deus.'

Na época dele ainda não existia a vacina. Mas tenho certeza que se existisse, ele teria incluído a seguinte posição: “deixarei que me vacinem, a mim e a todas pessoas da minha família”!

Que nós, como discípul@s do Mestre, possamos, não só nos posicionar a favor da vacina como um presente conquistado para todas as pessoas do planeta e do nosso país, mas também sermos vacinad@s para o bem comum de todas as pessoas.

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