“Quem conta um conto aumenta um ponto”, diz um dito popular, e assim o emaranhado cresce a ponto de não se saber nem mais o seu começo, meio ou fim.
Frente a certos fatos, nos perguntamos e questionamos, sobre o que realmente é real e verdadeiro, o que é secundário, acrescido ou mesmo inventado, nos jogando em muitas duvidas.
Assim sendo, para elucidar ou comprovar algo, nem sempre basta o “fio do bigode”, mas precisa-se de testemunhas. Jesus sabendo disso, ao subir ao alto do monte leva consigo três dos seus discípulos: Pedro, Tiago e João. Na tradição judaica um fato para ser comprovado necessitava de no mínimo duas testemunhas. Desta forma os três discípulos que acompanharam Jesus, viram a sua glória, ao lado de Moisés e Elias ( Mateus 17.1-9).
Ali no alto do Monte, local de ampla visão e audição, encontram-se Moisés o legislador, Elias o profeta, e Jesus, o Filho amado, envolvidos com a presença de Deus. Na “platéia” os três discípulos, num espetáculo que reúne a glória do passado, do presente e antecipa a glória futura. Momento de grande brilho, devoção e admiração, que teve por parte de Pedro a proposta de Eternizar este momento com a construção de três tendas. Afinal o que aqueles discípulos poderiam esperar mais do que isto?
Decepção: Jesus veta a proposta de Pedro e ainda ordena que se levantem.
Mas os encoraja para que não tenham medo. Pois levantar-se exige energia, coragem, determinação e ação. Tudo o que precisariam dali em diante.
A intenção de Jesus com este ato é reforçar a fé na ressurreição, já antes de sua morte, e que a mesma não seria em vão.
Ter participado com Jesus desse momento glorioso deu aos discípulos um senso de segurança e conforto frente às dificuldades e mesmo ao martírio que muitos sofreram, a ponto de Pedro declarar: “ nós fomos testemunhos de sua glória,...não falamos coisas inventadas..( 2° Pedro 1.16-18).
Assim somos nós desafiados a falarmos com coerência e prudência, sobre o que vemos, ouvimos e cremos. Não negar ou omitir nosso testemunho. Além disso, calar frente ao que não vimos nem ouvimos e que simplesmente suspeitamos ou ouvimos dizer.
Aproxima-se a quaresma. È a luta do senhor contra as forças da morte. È a luta de Jesus para conceder a graça da libertação para todos. Assim como os discípulos viram a glória de Deus antecipada em Jesus, também a comunidade de fé necessita tomar posse da promessa da libertação, da paz, do amor e da fraternidade, que a promessa de Deus em Jesus, já se faz ver diante dos nossos olhos e que não se conforma em ser reduzido ao âmbito de uma barraca.
Pastor Élson Lauri Rysdyd
Porto Lucena-RS