Sustentabilidade

30/07/2013

Prezados colegas, prezadas colegas! Estamos aqui para começar um novo semestre, conversando sobre questões internas e aprendendo mais sobre sustentabilidade organizacional. Pensei então que a meditação pudesse ser um momento para preparar o nosso coração para falarmos sobre estas questões. É o coração que precisa ser preparado para isso. A cabeça recebe informação e conhecimento, mas sustentabilidade vai além de conhecimento e permeia nossos afetos e nossa vontade.

Sei muito pouco sobre sustentabilidade, mas tenho minhas desconfianças do que se trata intuitivamente e tenho algumas práticas com vistas a ela. Sustentabilidade, para mim, é sustentar alguma causa, sem causar mal a outra parte e garantir continuidade e permanência. É a criação de Deus dando conta de si sem entrar em conflito, sem exploração de uma parte pela outra.

Não é um tema estanque, mas tem a ver com tudo que fazemos: do azeite que usamos, ao método de alfabetização que usamos, no nosso uso diário do carro ou creme dental, tem a ver se somos vegetarianos ou não, como usamos ou desperdiçamos qualquer tipo papel, como distribuímos nossas forças em nossas tarefas por esta casa. Toda nossa ação tem a ver com sustentabilidade. Digo de novo: inclusive nossos afetos.

Podemos então falar de sustentabilidade organizacional, econômica, ambiental ou ecológica, sabendo que todas elas passam pela etapa pessoal e relacional. Se não engajarmos nosso coração nisso, nada acontecerá na instituição, no planeta, na economia. Entendo que este processo precisa ser ecologicamente correto, socialmente justo, admitindo todas as diversidades culturais.

Resgato para vocês uma poesia, de 2009, traduzida livremente por mim, escrita por George Zacharia e amigos, recém-formados em Gurukul, um College Luterano, da Índia:

Enquanto vemos as águas subindo, vemos a fome e deslocamento de populações, Deus sofre conosco.
Enquanto velamos a agonia e as feridas abertas da criação de Deus, Deus lastima e chora conosco.
Enquanto lutamos por justiça, Deus luta conosco.
Enquanto denunciamos e desafiamos as injustiças climáticas, Deus nos dá poder.

Tempos de crise não são somente uma ameaça. São também tempo de oportunidade de fazer diferente, de repensar os detalhes, de não repetir a história, de ver a EST com olhos de quem cuida, mantém, sonha com futuro.

Lucas 12.56, usado em alguns artigos que li sobre sustentabilidade, mostra o nosso devaneio, nossa inconsciência diante do que estamos vivendo: Disse Jesus: Quando vedes a nuvem que vem do ocidente logo dizeis: lá vem chuva. E assim sucede. E quando assopra o sul, dizeis: haverá calma, e assim sucede. Hipócritas: sabeis discernir a face da terra e do céu, como não sabeis então discernir este tempo?

Jesus usa o verbo discernir, que é formado por duas palavras: dizer, que vem do latim dicere e da palavra CERNE, que significa o centro o âmago. Portanto discernir significa conhecer a fundo, entender o sentido, saber as devidas diferenças.

Discernir é avaliar bem, saber diferenciar, chegar ao âmago do processo e do entendimento, e isso não se faz somente com a razão: envolve nosso coração, nossos sentimentos e nosso corpo. Discernir é feito com o corpo e com a alma.

Tenhamos presente nosso corpo e razão ao nos colocar hoje uns para os outros, nas conversas e decisões.

Para encerrar, leio os valores necessários para a sustentabilidade em todos os níveis, segundo David Hallman em seu livro Valores Espirituais para a Comunidade da Terra: para alcançarmos a sustentabilidade em todos os sentido, necessitamos de gratidão, humildade, justiça, amor, paz, fé e esperança

Que possamos discernir juntos a nossa sustentabilidade em todos os sentidos e de muitas gerações. Assim seja.

Pastora Iára Müller - 29 de julho de 2013
 


Autor(a): Iára Müller
Âmbito: IECLB / Organismo: Faculdades EST
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 23501
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