Significado do Natal

04/12/2007

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Foto de Natal-400
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Quando falamos de Advento e Natal, coisa que a gente faz em dezembro de cada ano, parece que só se fala o que é óbvio e do conhecimento de todos. De tanto ouvir, de tanto repetir, de tanto falar, já não se presta mais atenção no que é o centro desta mensagem cristã. Ou tanto já se desviou do verdadeiro sentido que a gente só atenta para as coisas secundárias e superficiais da festividade.


O Natal não pode ser compreendido fora da época e da realidade que se vive. Não é só um acontecimento do passado para ser lembrado festivamente. É uma manifestação de Deus. Pois Natal é anúncio e denúncia do que Deus faz para as pessoas. Por anúncio queremos entender que Deus veio morar junto à gente. Deus acolhe as pessoas como elas são. São filhos e filhas e sua vida é preciosa e não pode ser descartada. Natal significa que em toda a situação de pecado e miséria humana Deus está perto. Ao mesmo tempo em que Deus anuncia esta boa notícia Ele denuncia rejeição e exclusão. Esta denúncia tem o objetivo de desinstalar as pessoas. O Natal de Jesus não traz alívio de consciência, nem tampa o sol com a peneira para justificar as injustiças, a violência e a exploração. Antes o Natal provoca uma crise muito grande em nós. Deus questiona nossos critérios de vida. Coloca dois de seus critérios fundamentais: a humildade e o serviço.

Somos pessoas que vêem cada vez mais longe, mas tem as mentes cada vez mais curtas. Temos caminhos mais largos, mas pontos de vista mais estreitos; temos sempre mais formação especializada, mas sempre menos condições de entender a vida; multiplicamos posses, mas reduzimos nossos valores; falamos demais, mas amamos de menos; adicionamos anos a nossa vida, mas não vida aos nossos anos; pede-se qualidade total, mas perdemos nos qualidade de ser, pois não partilhamos e não nos comunicamos.

O Natal de Jesus entendido como anúncio e denúncia acaba com toda a superficialidade mágica e consumista do Natal. Dá-nos um novo clima natalino de questionamento, crítica e crise, chamando-nos a nos juntarmos aos pastores de ovelhas para ver este milagre e depois voltar aos campos cantando louvores a Deus. Pessoas desanimadas são tocadas e saem animadas para enfrentar o trabalho em seus campos. Assim o clima do Natal quer tocar também a nós. O que Jesus oferece não são soluções mágicas e imediatas com truques psicológicos e lavagem cerebral. Jesus não nos engana. Ele vem morar entre nós, sempre o mesmo, verdadeiro, coerente. Sem alarde, mídia e caixas de som. Amigo, bate a nossa porta. Acolhe-nos em humildade. Será que aí não temos algo a aprender como Clima de Natal? Assim Jesus vem mais uma vez, vem para permanecer conosco. Acabar com a solidão, o medo do futuro, a miséria interna e externa, a injustiça e o ódio entre os diferentes. Onde ele é convidado a entrar, ele arruma a casa. Não nos promete mundos e fundos, mas nos dá a capacidade de viver uma vida digna.


Pastor Sinodal Renato Kuntzer
 


Autor(a): Renato Küntzer
Âmbito: IECLB / Sinodo: Noroeste Riograndense
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 859
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Martim Lutero
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