Algumas coisas só são compreendidas a partir da fé. É o caso desta palavra de Provérbios: Algumas pessoas gastam com generosidade e ficam cada vez mais ricas; outras são econômicas demais e acabam ficando cada vez mais pobres. Esta palavra nos desafia à generosidade e joga luz sobre a possibilidade de retorno desta generosidade feita. Primeiro, ela nos diz que algumas pessoas, não todas, quando agem com generosidade passam a ter mais do que tinham. Segundo, ela nos diz que outras pessoas são econômicas demais e acabam ficando mais pobres. Para a sociedade atual, e através dos tempos, esta afirmação não se coaduna com a mentalidade dinheirista que conduz os rumos da mesma. Esta mentalidade diz que quem poupa tem e quem gasta muito acaba ficando sem. Penso que o detalhe para a compreensão deste provérbio está na palavra generosidade. O provérbio faz referência a pessoas que gastam procurando fazer o bem às outras pessoas e com isso agindo com generosidade. São pessoas que não medem esforços para ajudar alguém e suprir as necessidades desta pessoa. Também são pessoas que confiam em Deus e nas suas promessas de cuidar de seus filhos e suas filhas. Um bom exemplo temos na viúva de Sarepta. Ele atendeu Elias e colocou sua riqueza a serviço do próximo, confiando no Senhor Deus. Sua riqueza aumentou e fez com que a farinha e o azeite não se acabassem.
Deus vê o que acontece e como vivemos e agimos, bem como quais são as intenções do coração de cada pessoa. Creio que nisto está o economizar demais e mesmo assim ficar com menos. São pessoas que enxergam oportunidades de auxiliar o necessitado, agindo com generosidade, mas não o fazem. Encolhem sua mão para não gastar com o próximo carente e ter mais para gastar consigo próprio. Deus pode recompensar quem é generoso e dificultar para quem é sovina. É importante perceber que isto não é uma regra imutável, isto é, um toma lá e dá cá com Deus, e que Ele tenha que recompensar, mas é uma prerrogativa que Ele, o Senhor, tem. Ele pode recompensar ou dificultar quando quiser, mas não é obrigado a tal.
O autor de Hebreus tem esta mentalidade generosa e a ensina aos seus leitores e ouvintes. Ele exorta a que sejam generosos aos que vêm à porta de suas casas e precisam de auxílio. Exorta a que não nos esquivemos de ajudar o necessitado e tenhamos misericórdia com o que precisa de cuidado e apoio em suas carências. O desafio está em confiar que Deus não deixará que falte a quem vê e supre a falta do seu próximo. Voltamos a afirmar que isto não é regra imutável, mas é confiança no amor e no cuidado de Deus. Confiemos e cuidemos uns dos outros, especialmente do necessitado.
