Rio do Sul sedia o 10°. Concílio Regional

01/08/1987

 

Rio do Sul sedia o 10°. Concílio Regional

O 10º. Concílio Regional da Segunda Região Eclesiástica será sediado pela Paróquia e Comunidade Evangélica de Rio do Sul nos dias 21 a 23 de Agosto. Os primeiros dois Concílio Regionais (Joinville em 1969 e Londrina em 1971) foram convocados e dirig¡dos pelo então Pastor Regional Praeses Hermann Stoer. Os concílios de 1973 em Jaraguá do Sul, 1975 em Timbó, 1977 em Blumenau Centro; 1979 em Pomerode e 1981 em Rio Bonito pelo p. Heinz Ehlert e os Concílios de 1983 em Guaramirim e 190 em Porto União fora dirigidos pelo Pastor Regional Meinrad Piske.

Com a realização do 10° Concilio Regional em Rio do Sul no ano em que Praeses Hermann Stoer completa 50 anos de convívio pastoral em Rio do Sul, esta Comunidade — que por muitos anos foi sede do Sínodo-Evangélico de Santa Catarina e Paraná, depois do Sínodo Evangélico Luterano Unido e ainda de 1968 a 1971 da Segunda Região Eclesiástica recebe as lideranças da nossa Igreja na Segunda Região Eclesiástica como hóspedes.

Rio do Sul

A região do Alto Vale do Itajaí foi colonizada a partir de Blumenau e Indaial. Em 1867 o engenheiro alemão Emil Odebrecht, por ordem do Dr. Hermann Blumenau, abriu uma picada com fins colonizadores. Os anais históricos registram esta região como ¨erma¨ e ¨despovoada¨. No entanto, tem-se conhecimento de que era densamente povoada por indígenas que causaram inúmeras, dificuldades aos pioneiros. O conceito despovoada nos revela que os indígenas não eram considerados como gente.

Ao longo desta picada foi, entre Blumenau e Lages, construída a linha telegráfica nos idos de 1893 e 1897. O inspetor da linha, o alemão Karl Peters, foi instalado no local onde hoje se encontra a cidade de Pouso Redondo.

O primeiro culto evangélico realizado no Alto Vale, foi oficiado no ano de 1900, onde hoje se localiza a cidade de Lontras, na casa do professor L. Mueller, pelo então Pastor de Indaial, Max Ziegel. Os colonos já estavam estabelecidos desde 1890. Em 1902 assume os trabalhos pastorais em Indaial o P. Karl Bergold.

Por vários motivos, além do banhado e mosquitos, transmissores de doenças, Lontras foi abandonada como sede da colonização pioneira no Alto Vale, sendo transferida para a confluência dos rios Itajaí do Sul e Itajaí do Oeste.

O P. Bergold visitava até duas vezes por ano os colonos estabelecidos em Lontras e Rio do Sul. Em 1908 a colônia já estava com 40 famílias evangélicas, todas de origem alemã cujos nomes ainda são amplamente representativos entre a população do Alto Vale. Em janeiro deste ano, chega a Rio do Sul, em sua primeira visita, que ainda não era comunidade, o Pastor missionário Gerold Hobus, enviado pelo ¨Evangelischen Oberkirchenrat¨ de Berlim. O número de famílias católicas era, na época, no mínimo igual. Carecemos destes dados.

No dia 26 de janeiro de 1908, a pedido das famílias evangélicas, foi oficiado um culto na casa da família Odebrecht. Estiveram reunidos em culto e após em reunião sob a presidência do P. Gerold Hobus, 36 famílias que se decidiram pela fundação de uma comunidade escolar eclesiástica com a conseqüente construção de uma escola — capela de madeira e coberta com folhas de palmito. Foi eleito primeiro presidente da recém fundada comunidade e farmacêutico Oskar Bremer. Como primeiro professor foi contratado o Sr. F. Kobertein, que extra-oficialmente também assumiu as funções pastorais.

A data de 26 de janeiro de 1908 é portanto, um dia importante não só para a Comunidade de Rio do Sul, mas também para a história da Igreja Evangélica do Alto Vale do Itajaí. As visitas do P. Hobus se repetiam regularmente duas vezes por ano à Rio do Sul e arredores.

Em 01 de janeiro de 1910 o Pastor missionário Heinrich Radlach assumiu o trabalho do P. Hobus. A área de atuação cresceu 'até as recém-formadas colônias de Taió e Trombudo. Seus pontos de pregação iniciais eram até 1917, Rio do Sul, Lontras e Matador. Os cultos em Lontras eram celebrados na casa comercial do Sr. Heinrich Schroeder que era católico e em Matador na escola construída pelo comerciante-membro, Sr. Willy Hering.

A região continuava se expandindo e o P. Radlach visitava Rio de Sul a cavalo duas vezes por ano. Encerrou suas atividades por volta de 1919. Até 1919 a imigração de colonos evangélicos se tornara tão intensa que se fazia necessário criar unia comunidade independente em Rio do Sul. A primeira Guerra Mundial trouxe sérias dificuldades pois cortou o contato com a Igreja mãe (Alemanha) Rio do Sul já contava com 70 famílias evangélicas e Lontras e Matador juntas com 80 famílias membros.

O trabalho de coordenação para se criar a Paróquia de Rio do Sul foi feito pelo Pastor Krause de Timbó no período de 03 a 20 de junho de 1919. Em 29 de fevereiro de 1920 foi realizada a Assembléia de Fundação da então Paróquia de Bela Aliança, como se chamava Rio do Sul na época.

É importante salientar que já naquela época pessoas abnegadas se dedicaram ao Culto Infantil e à Juventude Evangélica. Em Rio do Sul a professora particular da família Odebrecht assumiu este serviço e em Matador o professor público Sr. Georg Schuetz (1917).

Assim em meados de 1920 o P. Emil Hahn assumiu os serviços pastorais na recém-fundada paróquia. Após quatro anos de trabalhos de consolidação o P. Hahn se transferiu para a Paróquia de Florianópolis em maio de 1924. Em 1923 a Comunidade Evangélica construiu o Hospital Cruzeiro com o legado testamentário de Otto Schoeninchen. Assim completou-se o triplo objetivo dos pioneiros: Igreja —Escola —Hospital.

Assumiu a seqüência dos trabalhos pastorais o P. Anton Poeschel que após um ano apenas deixou a Paróquia em 16.08.1925. Nesta época a Paróquia contava com 471 famílias e cerca de 2.627 almas Conforme a primeira estatística da Paróquia realizada pelo P. Poeschel. Então todas as comunidades eram assistidas com um Igreja de Cristo — Rio do Sul mínimo de 6 cultos por ano. As viagens eram ainda todas realizadas a cavalo.

Após uma vacância de oito meses, o P. Leonard Grau assumiu os serviços pastorais em 10 de março de 1926. Em 31 de outubro de 1927 foi lançada a pedra fundamental da Igreja de Cristo, em estilo gótico, fruto de uma Assembléia Geral Extraordinária, realizada dois meses antes. No dia de Ascensão de 1931 foi festejada a Festa da Cumeeira e em 5 de novembro de 1933 foi inaugurado pelo Probst Funcke, de Porto Alegre, representante permanente do ¨Oberkirchenrat¨ da Igreja Evangélica de Berlim.

Sob a orientação do Pastor Grau todas as comunidades prosperavam e muitas começaram a construir seus templos que as servem até hoje. Devido ao trabalho crescente em 12 de janeiro de 1935 se processou a primeira divisão na Paróquia ide Rio do Sul. Foi criada a Paróquia de Trombudo Central. Com a divisão, os trabalhos puderam ser intensificados e os cultos passaram a ser no mínimo mensais. O Culto Infantil e a Juventude Evangélica eram dirigidos por leigos abnegados.

Como sucessor do P. Grau, a Paróquia elegeu o P. Hermann Stoer. Nesta época já Colégio Rui Barbosa era possível atender os pontos de pregação com o auxílio de uma motocicleta leve. O Pastor assumiu o seu novo campo de trabalho em 1o. de março de 1937. Dos seus 50 anos de ministério profícuo e abençoado, 43 foram dedicados à Paróquia e Comunidade de Rio do Sul e fazem parte da história contemporânea das pessoas que tiveram a oportunidade de conhecê-lo e convivem com ele.

Com o correr do tempo foram sendo criadas novas Paróquias a partir de Rio do Sul. Toda a área que uma vez pertencia à Paróquia de Rio do Sul está hoje subdividida em 8 Paróquias, a saber: Rio do Sul com dois Pastorados, Ituporanga com dois Pastorados, Lontras, Trombudo Central, Agrolândia, Taió, Lages, e Curitibanos. O Segundo Pastorado de Taió — em Pouso Redondo está sendo formado.

A Paróquia Evangélica de Rio do Sul é presidida pelo Sr. Arnildo Schneider. Os Pastores Bruno Jansen e Arcélio Herbes atuam no âmbito desta Paróquia que conta com mais de mil famílias evangélicas. A Paróquia é muito dinâmica e mantém o Colégio Rui Barbosa e o Hospital Samaria.


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HISTÓRIA
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