E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Rm 12.1
Hoje são muitos os desafios que estão colocados para a Igreja. O principal deles é: como falar do Evangelho usando uma linguagem contextualizada, de forma que a mensagem do texto venha a ser compreendida e vivida na vida de cada pessoa. A igreja Luterana sempre falou muito da graça e da misericórdia de Deus, conforme lemos em Ef 2.8-9. E a mensagem da graça foi muito importante no séc. XVI, quando as pessoas queriam a todo custo obter um lugar no céu por meio das obras. Mas hoje, será que falar da graça ainda é algo importante? As pessoas ainda se preocupam com sua salvação? Para quem a vida eterna é uma preocupação?
Aparentemente as pessoas vivem muito bem sem a presença de Deus! Todas as respostas possíveis a ciência vem fornecendo, assim como o desenvolvimento técnico oferece as soluções para os problemas da vida. Por que, então, se importar com Deus? Na verdade, Deus apenas entra em cena quando acontecem catástrofes e tragédias: é por isso que tantas igrejas estão superlotadas, porque são oferecidas, em nome de Deus, as soluções que a ciência e a técnica não conseguem resolver: emprego, salário, casa boa, carro, saúde, bem-estar, prosperidade... A lista é infinita! Mais ainda: as pessoas se propõem inclusive a pagar para receber as supostas bênçãos de Deus. Não há diferença entre estas igrejas e um supermercado, porque em ambos os casos faz-se um negócio! E quando não são atendidas em seus desejos, logo dirigem-se para outra igreja em busca de benefícios pessoais! Também acontece uma mudança muito grande em relação ao pecado! Ninguém mais aceita que é pecador! Se existe algo de errado, então a origem do erro está fora da pessoa: no diabo, nos encostos, nas forças malignas, nos trabalhos encomendados. Os cultos transformaram-se em mega-shows, eivados de sentimentalismos, exibições, expulsões de demônios e oferta de ganhos fáceis. O trino Deus não é mais o centro do culto, mas o desejo do ser humano!
Não conformar-se com este mundo significa escutar as Escrituras! E as Escrituras nos falam da graça e do amor de Deus pelos quais cada pessoa é perdoada e aceita por Deus! Mas as Escrituras falam também do compromisso do cristão com o próximo, em especial os mais fracos e necessitados! Ser cristão não significa ter uma vida fácil e pensar unicamente em si e em seus desejos egoístas, mas sim, andar em amor e compromisso solidário com aqueles que estão perto de nós!
Barbara M. Vogel e João Carlos Müller