A missão é obra de Deus, é o próprio Deus, através do Espírito Santo, que proclama o Evangelho (cf. Atos 2.4, 11; 4.31). O Espírito proclama o Evangelho de acordo com a língua de cada povo (cf. Atos 2.1-13). A língua, aspecto cultural, é utilizada para o anúncio da Boa Nova. Assim, missão, o “ide e batizai” de Jesus (Mateus 28.18-20), não implica em negação da cultura dos povos que recebem o anúncio da obra salvífica de Deus, realizada em Jesus. A missão, como obra de Deus, respeita a diversidade cultural e estabelece um diálogo com a mesma.
A Igreja não é a detentora da missão. Mas, a Igreja pode ser usada como instrumento da missão de Deus, como cada um e cada uma de nós, que confessamos a fé cristã. A missão, enquanto obra de Deus, visa promover a vida, conforme foi o anúncio de Jesus: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10). Promover vida faz parte do constante servir às pessoas, sem distinção ou discriminação.
A missão de Deus consiste do testemunho da Palavra (Atos 2.9), mas da Palavra que atua conforme o exemplo de Jesus, ao lavar os pés de seus discípulos. Jesus demonstrou que veio para servir, mesmo sendo considerado como mestre e Senhor (João 13.1-16). A missão consiste no serviço entre aquelas pessoas necessitadas (cf. Mateus 25.31ss).
Há diversas modalidades em exercer a missão de Deus. Ressalto que o caráter missionário da comunidade cristã não visa atender somente pessoas de determinada confissão religiosa, mas extrapola fronteiras denominacionais e confessionais. A missão, como obra de Deus, se revelou que a disposição em servir não possui fronteiras.
P. Sandro Luckmann
Obreiro COMIN-ESOI/Guarita