Luz no mundo!

04/03/2022

 

Um pouco de cultura: O farol é uma estrutura elevada, habitualmente uma torre, equipada com um potente aparelho ótico dotado de fontes de luz e espelhos refletores, cujo facho é visível a longas distâncias. São instalados junto ao mar, na costa ou em ilhas próximas, tendo o objetivo de orientar os navios durante a noite.

Utilizados desde a antiguidade, foram concebidos para avisar os navegadores que se estavam a aproximar da terra ou de porções de terra que irrompam pelo mar adentro. As fontes de alimentação da luz foram melhorando. O azeite foi substituído pelo petróleo e posteriormente pela eletricidade. Paralelamente, foram inventados vários aparelhos óticos, que conjugavam espelhos, refletores e lentes, montados em mecanismos de rotação para melhorar o alcance da luz.

O primeiro farol de que se tem registro é o de Alexandria, construído em 280 a.C. na ilha de Faros, por isso o nome “farol”. Todavia, na antiguidade, eles eram raros. Somente se tornariam comuns com a expansão marítima das grandes navegações, para o novo mundo.

Uma reflexão pessoal: Você conhece um farol? Eu conheço alguns. Minhas visitas ocorreram durante o dia. Em sua maioria, os faróis continuam ativos, porém perderam parte do seu valor original. Hoje, os barcos e seus tripulantes utilizam outros tipos de navegação, por radar ou GPS. Aos turistas, vale a regra: Do alto se enxerga mais longe! Eles passaram a ser apenas pontos turísticos. Em alguns lugares até é possível entrar, conhecendo o sistema, ampliando assim a vista do horizonte.

Uma reflexão bíblica: Reparo que existem algumas semelhanças entre o farol e a igreja. No DMO (Dia Mundial de Oração) somos desafiados pela palavra do Senhor por intermédio do profeta Jeremias: “Busquem a paz onde vocês vivem” (Jeremias 29.7).

Lembro que o Povo de Deus estava no Exílio. Ou seja, contra a vontade, as pessoas foram retiradas de sua terra natal, levadas ao estrangeiro, onde passaram décadas. Elas viviam se lastimando em meio à saudade. De fato, estavam inoperantes no testemunho da fé. Ao invés de proclamarem o Todo-poderoso, deixavam-se influenciar pelos costumes pagãos. Então, Deus envia o profeta para dar uma chacoalhada e dizer: Eu não abandonei vocês. Também na Babilônia, tenho o meu propósito com vocês. Não se deixem influenciar. Pelo contrário, sejam uma boa influência. A paz que advém do relacionamento com o Senhor precisa ser estimulada às demais pessoas.

Séculos depois, o desafio do Senhor se repetiu no conselho apostólico, quando Paulo diz aos crentes de Roma: “Não fiquem conformados com o que está aí” (Romanos 12.1-2). Ou seja, não é o mundo que amolda nossa fé e caráter. Pelo contrário, inspirados em Jesus, contribuímos com a sociedade. Noutras palavras, Deus nos pergunta: Onde estamos contribuindo para fazer de Garuva uma sociedade mais pacífica a partir da proposta do Evangelho. Os nossos valores cristãos ajudam ou nos deixamos guiar por outros valores alheios à fé? Como seguidores de Jesus, recebemos uma missão, a qual é preciso dedicação.

Como sempre, chegamos à essência da nossa fé, que está na pessoa de Jesus. Deus percebeu a escuridão, não somente na sociedade, como no coração humano. Ele providenciou a luz, enviando seu Filho ao mundo. O evangelista Mateus expressa a determinação divina anunciando: “Ao mundo que estava em trevas, brilhou a luz” (Mateus 4.16). A luz é Jesus. Só ele é capaz de direcionar a nossa vida. Só ele traz esperança diante da escuridão do mundo. Há tanta mentira, falsidade, ódio, violência e falta de amor... Do jeito que as coisas seguem, infelizmente tudo está perdido. Todavia, creio e proclamo: Há esperança, pois Jesus é a salvação!

Quando Jesus nasceu em Belém, o mundo se transformou. As pessoas se aproximaram, encontrando razão às suas vidas. Assim se deu a Epifania. Com seu ministério na Galileia - chamando homens e mulheres para serem discípulos - iniciou-se a construção do reino de Deus. A luz do mundo passa a brilhar também no coração humano. Ou, nas palavras do próprio Cristo: “Eu sou a luz do mundo! Quem me segue sai das trevas e passa a viver na luz” (João 8.12). Logo adiante, o Mestre determina: “Quem está comigo, se torna também uma pequena luz” (Mateus 5.14). Não basta ter uma vida iluminada. Não basta que eu saiba o caminho. A partir do amor dele, cabe-me a tarefa de refletir a luz de Cristo onde estou, do jeito que sou.

Em direção à conclusão: A razão do farol é servir de orientação. A luz determina a direção. Um farol apagado ou inoperante se torna apenas um ponto turístico. Ou, no máximo, após alguns degraus, passa a ser um ponto de alento para uma visão mais ao longe. Muitas igrejas e comunidades cristãs, tornaram-se pontos turísticos, os quais as pessoas visitam esporadicamente ou buscam alento próprio. Contudo, de fato, deveria ser um local de iluminação, testemunho, transformação e direcionamento, não apenas de si e para si, mas para todos aqueles que precisam de orientação e, inclusive, para trazer uma nova luz à sociedade. Reflitam nesta mensagem, colocando-se à disposição. Como diz o lema do culto: Vamos procurar e proclamar a paz, aquela que vem de Cristo. Amém!

“A Luz” com Marcos & Val.

Pregação do Culto no Dia Mundial de Oração/2022.
 

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Autor(a): P. Euclécio Schieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Área: Ecumene / Organismo: Dia Mundial de Oração - DMO
Testamento: Antigo / Livro: Jeremias / Capitulo: 29 / Versículo Inicial: 7
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 66276
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