Libertação a partir da cruz

Páscoa

15/03/2012

A festa da ressurreição de Cristo Jesus, vem sendo comemorada há quase dois mil anos. Se bem que somente um crente em Cristo, conhecedor do seu significado, pode comemorá-la em seu sentido verdadeiro. Pois a maioria dos sentimentos, lembranças e festejos não estão ligados ao seu significado, pois a crença ao deus capitalismo que substituiu a manjedoura pelo papai-noel e a cruz e o tumulo vazio, pelo coelhinho rodeado por ovos de chocolate, puxa o rolo compressor consumista, impondo o seu marketing sempre buscando recordes de vendas, aniquilando a fé cristã em seu cerne.

No entanto só um crente em Cristo percebe e aceita a mensagem da páscoa com todo o seu extraordinário significado, pois trata da questão central da fé cristã, e “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem’ ( Hebreus 11.1 ). Isto vai contra a natureza humana que no fundo sabe que há Deus, mas quem ou qual seria esse que se chama Deus, ela não sabe ( Lutero ). Portanto querer provar racionalmente, a existência desse Deus e o que Ele fez ressuscitando Jesus Cristo é o mesmo que brincar de cobra cega com Deus e vamos errar sempre.

Fato é que algo extraordinário aconteceu naquela manhã de domingo, quando Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e Salomé, depararam-se com a pedra removida e a sepultura vazia. Muita coisa acontece a partir de então: medo, dúvida e o reencontro com Jesus ressurreto e a esperança que dali ressurge.
O mundo quis calar Jesus, e o seu projeto de vida abundante para todos, o qual não servia para os detentores do poder capitalista e religioso. Era preciso acabar com Jesus. Deus no entanto quis diferente: o ressuscitou provando que Ele estava certo e que as pessoas estavam erradas. A morte foi finalmente vencida, o mal não prevaleceu sobre o bem. Todo o poder de Deus se manifesta mais uma vez. Essa é a mensagem da Páscoa: A vida que ressurge, mesmo da sepultura. Para a razão humana impossível, mas não para Deus. Assim na Páscoa Deus nos ensina que a esperança não esta perdida, e divulgar o bem jamais será em vão.

Toda vez que Jesus ressurreto encontrou-se com seus seguidores, lhes deu tarefas e os colocou a seu serviço: “ Vão e anunciem ao mundo inteiro a Boa-Notícia do Evangelho” ( Mc.16.15 ). Mesmo assim é difícil, e até impossível imaginar o verdadeiro sentido da Páscoa sem a CRUZ, com sua presença um pouco intrigante como instrumento de tortura, que acabou sendo instrumento de salvação. Então porque em muitas denominações religiosas cristãs evita-se falar na cruz e nem é mais usada na identificação de seus templos e altares? Lógico, Cristo ressuscitou não esta mais na cruz, mas passou por ela, e nela somos lembrados de tudo que Deus fez por nós. Ou não nos consideramos mais pecadores, e, consequentemente, não precisamos mais deste ato salvífico?

A Páscoa vence a Cruz, mas não a declara inexistente. Dor, morte, sofrimento, continuam existindo, mas não tem a última resposta. A Páscoa traz uma nova realidade para dentro do mundo, pois Cristo continua vivo. Mas somente a fé reconhece tal realidade e afirmação: “Estive morto, mas agora vivo para sempre. Tenho autoridade sobre a morte e o mundo dos mortos” ( Ap 1.18 ). Sendo que cristo vive há esperança de vida digna e abundante já aqui e por toda a eternidade. Isso alimenta a nossa esperança em continuarmos divulgando e testemunhando o reino de paz e justiça anunciado por Jesus Cristo, certos de que Ele nos acompanha, pois no domingo da Páscoa as barreiras do tempo e espaço físico foram rompidas, para Jesus estar sempre e em todos os lugares com o seu Espírito.

Neste sentido, gratos pelo que Deus fez e continua fazendo por nós, uma feliz Páscoa, no conforto da presença de Jesus, com alegrias no presente e para a eternidade, com sabores que superam o chocolate.
 


Autor(a): Élson Lauri Rysdyd
Âmbito: IECLB / Sinodo: Noroeste Riograndense
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Testamento: Novo / Livro: Hebreus / Capitulo: 11 / Versículo Inicial: 1
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 13118
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Um cristão não pode ser ofendido a tal ponto que não possa mais perdoar.
Martim Lutero
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