Geração JE no mundo, agora

19/07/2014

Geração JE no mundo, agora

Sabe aquela hora, aquele agora quando a gente se apaixona e tudo é pra já? É um sentimento que faz o coração se comprometer com a outra pessoa. Dá uma hiperconexão. Há muita gente precisando se sentir amada e também amar desse jeito, com comprometimento. Há também biomas, territórios, etnias, segmentos, espiritualidades para respeitar, dialogar e também amar. Amar como Jesus Cristo amou. Agora é sempre hora para amar.

As juventudes têm um agora com a cara da realidade nas quais elas vivem. Geração é um conceito que diz respeito a um tempo histórico marcado por um contexto. No Brasil, a realidade é marcada por algumas coisas muito bonitas e por outras bem terríveis. É demais ver galeras inteiras articulando lutas, encontros, grupos e amizades por meio de um incrível conhecimento tecnológico usando as ferramentas da web e as que a própria juventude vai criando. É um agora sem pressa de acabar porque faz juventudes se conhecerem. Também é incrível saber que existem, na IECLB, e em outras igrejas, grupos de juventude super ativos e conectados com temas diversos.

Agora, é terrível a situação de jovens assassinados e mortos porque são pobres e afrodescendentes. É um agora que tem que acabar. É igualmente terrível a existência de jovens que integram grupos promotores de ódio e perseguição contra a diversidade. Também preocupa que há juventudes sem espaços de diálogos dentro e fora do ambiente religioso. E a realidade de jovens em situação de fome, abandono, tráfico, desemprego e violência doméstica?

E agora, Geração JE no mundo? Querido Deus, e agora?

Na verdade, a pergunta pelo comprometimento com a superação das desigualdades e da violência é de toda a sociedade. Isso porque o que acontece com a juventude é o que está acontecendo na sociedade e vice-versa. Nesse sentido, a sociedade é revelada também pelos vários jeitos de ser juventude no Brasil. Portanto, pensar ações geracionais é tarefa da sociedade inteira. Mas pensar, por exemplo, nas ações para a juventude é responsabilidade da própria juventude. Articular ações diaconais transformadoras é testemunho evangélico da JE da IECLB.

Esse papel se mostra como uma grande oportunidade de participação e contribuição dessa categoria para que a sociedade toda seja ajudada a pensar a forma como se relaciona com as juventudes. Porque, enquanto um jovem negro tem medo de morrer nas mãos da polícia e uma adolescente corre um sério risco de ser estuprada, a sociedade tem medo e dificuldade de lidar com as características da juventude, neste agora da nossa vida, e acaba criminalizando-a. Temos que acertar a hiperconexão amorosa entre as gerações no contexto atual em que vivemos.

Gestos valem mais que palavras. Você certamente já ouviu isso. Ações diaconais transformadoras podem contribuir para o nascimento de amores que não podem esperar. Não dá mais para ficar somente assistindo o genocídio da juventude negra e se calar, como quem não sabe amar como Jesus mostrou. Amar, em Cristo, é fazer a defesa da pessoa em situação de injustiça. O amor de Jesus faz “GerarAção” transformadora. Jesus se apaixonou por pessoas e por projetos de vida e definitivamente levou mudanças a lugares, a formas de pensar e confrontou as situações de privação de direitos humanos.

A IECLB é uma igreja em comunhão com a vida das pessoas em seus territórios, portanto, em comunhão com todas as juventudes, nas comunidades e paróquias e em outras organizações sociais que apoia através do trabalho desenvolvido pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD), por exemplo. Podemos trabalhar na hiperconexão intrageracional, planejando a atuação da JE na realidade brasileira onde está a nossa IECLB. E ampliar essa participação para fóruns regionais e globais onde muitas juventudes plurais estão engajadas no enfrentamento das violências em seus países ou em causas globais de forma estratégica, como no apoio e solidariedade à juventude palestina em situação de violência e humilhação, na qual as pessoas jovens são diariamente abordados e violados nos postos de controle militar israelense, têm suas famílias separadas e não têm liberdade de acesso e culto religioso.

Vamos nos apaixonar pelo compromisso cristão de sermos gente que faz a defesa de toda a Criação de Deus. É um amor bonito. E eu acredito na força da Juventude Evangélica da IECLB.

Pa. Cibele Kuss
Secretária Executiva da Fundação Luterana de Diaconia


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Autor(a): Cibele Kuss
Âmbito: IECLB / Organismo: Juventude Evangélica - JE
Título da publicação: CONGRENAJE EM REVISTA / Ano: 2014
Natureza do Texto: Artigo
ID: 29248
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