Em Rotermund luteranos encontraram defensor dos seus direitos

INÍCIO DA IMPRENSA

01/08/1988

Em Rotermund luteranos encontraram defensor dos seus direitos

Quando publicou o primeiro número do Bote, o Dr. Rotermund escreveu seu programa bem no início, com uma frase: Tudo o que apresentaremos aos leitores estará escrito no espírito da formação teuto-evangélica. O vizinho colega de ministério, o pastor Collmann, de Porto Alegre, o ajudava a redigir o jornal. Após duas semanas, estava em andamento uma batalha total. O Dr. Rotermund tinha realizado o inesperado, e defendia seu programa com agudo rigor. Os evangélicos não estavam mais encerrados em seu cantinho; em pouco tempo estavam envolvidos em tamanha luta por seus direitos adormecidos ou desprezados, que de modo geral se considerava o Dr. Rotermund o perturbador da paz, embora ele apenas tivesse posto subitamente fim à falsa paz. Colocou os católicos e os adeptos de Koseritz em seus devidos lugares e abordou em seus artigos quase todas as questões decisivas de sua época.

Não obstante sua chamejante ira, porém, em geral o Dr. Rotermund se expressava de modo mais moderado do que seus dois adversários. O redator iniciante certamente estava à altura de seus adversarios em termos de quantidade e qualidade dos artigos. De repente, Rotermund se tornara um dos homens mais conhecidos e controvertidos. Os evangélicos tinham encontrado um defensor de seus direitos tão brioso e inflexível que eles próprios ficaram com medo dos resultados de tudo aquilo, pois não haviam sido educados para lutar.

FOGOSA COMBATIVIDADE

O maior incômodo sentia o senhor Julius Curtius, proprietário do Bote, que já começou a temer por seu jornal. Por isso, contrariando o contrato, que previa um aviso prévio de três meses, Curtius demitiu seu redator por razões que talvez esclarecesse mais tarde. Agora, escreve mais tarde o redator demitido, nós, alemães e cristãos, não tínhamos nenhum órgão de defesa em meio ao grande público, e os pastores tiveram que continuar a se deixar tachar de idiotas, vigaristas e esfoladores.”

Isto significou inicialmente um revés em relação ao qual Rotermund, com sua fogosa combatividade, não estava de todo isento de culpa. Mas os novos ventos por ele trazidos valiam mais do que excessiva cautela. Os evangélicos não deveriam ficar intimidados e medrosos, senão as sombrias profecias sobre seu naufrágio acabariam se cumprindo. Agora as frentes estavam mais claras do que nunca, embora por enquanto o Dr. Rotermund estivesse se condenado ao silêncio.

O ¨Bote¨ voltou aos velhos trilhos, foi fortemente mobilizado Contra Rotermund na briga da comunidade, mas acabou indo a pique em 1878 devido à sua insipidez e à falta de dinheiro. A gráfica foi deixada com o credor, que a colocou à disposição para imprimir a Neue Zeit (Tempo Novo), a folha sensacionalista do senhor Von Frankenberg. Essa Neue Zeit deixou de existir, apenas dois anos depois, e a gráfica rapidamente foi comprada por Rotermund, que, desta maneira, acabou voltando mais uma vez para o Bote, com cujos tipos começou a imprimir seu jornal independente, o Deutsche Post (Correio Alemão)


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Autor(a): Erich Fausel
Âmbito: IECLB
Área: História
ID: 32148
HISTÓRIA
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