Agar, a serva de Sara e Abraão, com a qual ele teve um filho, Ismael, está no deserto, sem água, sem comida e só vê a morte à sua frente. Sua atitude é de dor, pois antevê o menino morrendo e não quer ver isso. Afasta-se a passa a clamar a Deus. Seu clamor não fica sem resposta, pois Deus já tinha planos para o menino. Ele era descendente de Abraão e sobre ele também estava a promessa de Deus. O Senhor faria dele um grande povo também e entende-se que o povo árabe é esta descendência de Ismael. Não seria o povo escolhido para ser o anunciador dos feitos de Deus para o mundo, mas seria um povo também numeroso. A Bíblia diz que o menino cresceu e Deus era com ele. Agar e o menino seguiram sua vida. Deus não abandona como os seres humanos abandonam. Deus não causa divisões como os seres humanos causam. Ao falar com Abraão e dizer para que ele ouvisse sua esposa, Sara, e mandasse embora o menino e sua mãe, Deus já tinha um plano para a situação. Nunca faria algo para simplesmente deixar Agar e o filho no deserto, jogados à própria sorte. Nós fazemos isso, Deus não.
É o que Paulo nos diz no versículo de Romanos. Nós dependemos da misericórdia de Deus e não do que queremos que seja. Não são nossas forças que têm a última palavra, mas o Senhor tem sempre a palavra final. E sua palavra final, para conosco, sempre será a misericórdia. Especialmente depois do evento Cristo e a Páscoa. Assim como Agar, em momentos de dor e dificuldades, podemos clamar ao Senhor e seus ouvidos não estarão fechados para nosso clamor. Nós, seres humanos, muitas vezes fechamos nossos ouvidos para o clamor do nosso próximo, mas Deus, em Jesus, não faz isso. Pelo contrário, assim como anjo veio ao encontro e falou com Agar, Jesus veio ao nosso encontro, e continua conosco no seu Espírito, e nos dá a sua presença e seu cuidado, guiando-nos por sua palavra para caminhos de paz e de graça. Confiemos no Senhor, pois ele é misericordioso.