SENHAS DIÁRIAS - 29.11.2020
O salmista está cantando e louvando a Deus pelos seus feitos e comparando seu Deus com os deuses de outros povos. Ele diz que os outros deuses são apenas estátuas sem vida. São apenas aparência e que só Javé, o Senhor, tem vida, age, se ocupa com seu povo e pode fazer alguma diferença na vida das pessoas. No seu salmo ele expressa a bênção do Senhor sobre seus ouvintes e sobre a comunidade. Uma dos exemplos de bênção, para o Antigo Testamento, era ter filhos, e muitos. Na compreensão de israel a bênção de Deus passava por ter filhos. Sabemos que nos dias de hoje, ter filhos, ainda é visto como sinal da bênção de Deus. O que é correto, mas não temos mais a compreensão de que não ter filhos seja sinal de desamparo de Deus para a vida do casal ou da mulher. Nos tempos de Israel antigo, e dos povos vizinhos, ter muitos filhos era ter proteção contra ataques de outras famílias ou povos. Os filhos davam sustentação usando as armas e protegendo o clã, a família, a vila. Também eram importantes na mão de obra para que houvesse fartura na mesa. Muitos filhos podiam plantar e colher mais. Isso era sinal de prosperidade. Sabemos que hoje, por causa do ritmo e tipo de vida que temos nas cidades, ter muitos filhos não é um bom negócio. As famílias, hoje, normalmente optam por ter 1, 2 ou 3 filhos no máximo. É verdade que depois de criados, cada um com seu emprego, casados, a reunião de todos, com seus próprios filhos esposas e esposos traz muita alegria e diversão para uma família quando se reúne. Mas para criar muitos filhos, com todas as exigências que a sociedade atual cobra, o esforço precisa ser muito grande. Se pai e mãe não conseguem sustentar a prole, correm o risco de serem privados dos filhos. E isso traz muita dor. Era sinal de bênção, continua sendo, mas é necessário ter sobriedade nos dias de hoje.
Maria, no seu cântico, louva a Deus por ter sido escolhida para ser mãe de Jesus, o Filho de Deus. Mais uma que expressa que a bênção de Deus se faz com a maternidade. Porém, nós sabemos que o Novo Testamento aponta noutra direção para falar em bênção de Deus. Não é mais o número de filhos, embora as compreensões sociais e religiosas da época mantinham este viés, mas a bênção da Salvação e do Perdão trazidos por Cristo Jesus. Esse é o supremos ato de amor de Deus por nós. E esse ato traduz, em todas as gerações, a bondade de Deus. Somos abençoados, com ou sem filhos, pela graça e pela misericórdia do Senhor Jesus e de ação em nosso favor. É o que Maria canta. Ela expressa que através dela, numa criança, Deus abençoou o mundo inteiro. Somos amados por Deus e precisamos nos apropriar desta maravilha e viver sob a graça e a bênção de Deus, em Jesus. Certamente que com filhos, quando se tem este desejo, é muito melhor. Mas sem filhos não significa falta de bênção. Deus continua nos amando e cuidando de nós.