O salmista sabe que não é inocente diante de Deus, pois sua vida tem pecados. Sabe que por mais esforço que faça, o pecado ainda tem domínio sobre seus atos. Ele clama a Deus para que não dê a ele segundo o que merece, mas segundo a graça e a misericórdia do Senhor. Ele pede que o Senhor não olhe para o que ele faz, e como ele vive, mas que seja benigno e compassivo. Este clamor mostra alguém que se angustia com os pecados que comete e não encontra saída em si mesmo. Sabe que não é capaz de agradar inteiramente a Deus, ficando isento de pecado. Ele se apresenta como servo de Deus, isto é, como alguém que procura fazer a vontade do seu Senhor, para agradá-lo, mas esbarra na sua incapacidade de evitar o mal por completo. Sabe que por mais coisas boas que faça, ainda assim seus pecados tirarão sua possibilidade de apresentar-se imaculado diante do Senhor. Ele tem consciência de que o Senhor é santo e não pactua com o mal e com o pecado. O Senhor é justo e severo com o pecado, mas é compassivo e longânimo para com o ser humano. Assim, apenas a misericórdia de Deus é capaz de livrá-lo da sua ira. Sua confiança é real e sabe que seu clamor chegará aos ouvidos do Senhor e aguarda o amor de Deus.
Paulo exorta a que os romanos percebam a bondade e o grande amor de Deus em fazê-los seus filhos através da morte e ressurreição de Cristo Jesus. Por si só, os romanos permaneceriam distantes do Senhor, mas em Jesus foram aproximados e transportados para o Reino do amor de Deus. Ao mesmo tempo, o apóstolo mostra aos romanos que eles devem manter fidelidade ao Senhor, pois Ele foi severo o suficiente para trocar de povo escolhido, chamando a Igreja para ser sua testemunha e receber a graça de anunciar o seu amor. Israel não perdeu a eleição, pois as promessas de Deus não se perdem, mas tropeçaram da lei e isto possibilitou a salvação dos que não eram povo de Deus, os gentios. Ainda virá para Israel um Libertador e os livrará dos pecados. Porém, agora, sua queda foi a maneira que os gentios foram erguidos e tornados povo de Deus. Assim, a severidade de Deus para com seu povo escolhido deve ser um sinal a que a Igreja mantenha sua fidelidade e amor a Deus. O Senhor é bom, mas continua não pactuando com o pecado. Sirvamos a Deus.