CONFISSÃO PESSOAL EM NOSSA IGREJA
Às vezes (raras vezes) toca a campainha da secretaria pastoral e aparece uma pessoa sozinha. Em seguida, entramos no escritório e, muitas vezes com um pouco de vergonha, o/a visitante começa a falar, desabafar, aliviar o coração, compartilhando alguma coisa que pesa em seu coração. E sai aliviado, mais leve, alegre, porém às vezes ainda pedindo desculpas por ter feito isso, pedindo perdão por ter falado abertamente com sua pastora/seu pastor.
Isso demonstra a pouca clareza que há entre nós no que diz respeito à confissão individual em uma comunidade luterana. Pois ela existe, e é muito importante quando temos dúvidas espirituais ou quando somos afetados por um problema de outra natureza.
E mais um detalhe: o pastor/a pastora, pelo voto de ordenação, é obrigado/a a guardar sigilo sobre a nossa confissão.
Vivemos, hoje em dia, em uma sociedade de fachadas, na qual parece que sempre temos o compromisso de estar bem, tudo bem, obrigada! Quem não está tão bem tende a se retrair, a se fechar dentro de sua casa e dentro de si. Isso cansa a todos nós e nos faz muito mal, pois não nos damos o direito de sermos autênticos, de compartilharmos o que realmente sentimos e pensamos. Uma comunidade cristã, no meio de tudo isso, é chamada para ser o contraste, um lugar livre, aberto e acolhedor, onde, pelo menos no momento de uma conversa, temos que nos dar o direito de falar a verdade, sermos verdadeiros e compartilharmos as nossas dores. Para que possa acontecer o que está escrito em Gl 6.2: Levai as cargas uns dos outros
Pa. Bärbel Vogel