Além do primeiro pastor presidente da IECLB, Karl Gottschald, também os pastores Jost Ohler, Hilmar Kannenberg e Johannes Hasenack estiveram na direção do Jornal Evangélico. Gottschald foi diretor desde o seu início (15 de novembro de 1971) até dezembro de 1972; Jost Ohler, de janeiro de 1973 até abril de 1975; Hilmar Kannenberg, de abril de 1975 até julho de 1977; e Johannes Hasenack, de agosto de 1977 até maio de 1985.
A partir de junho de 1985, o Jornal Evangélico não tinha mais diretor, cabendo ao editor responder pelo veículo. Edelberto Behs esteve nesta função até maio de 1986, quando saiu do Jornal Evangélico. Foi sucedido por Rui Jorge Bender, que continua exercendo a tarefa.
Nas próximas páginas, Ohler, Kannenberg e Hasenack falam do período em que responderam pelo Jornal Evangélico, assim como Eva Dürr, Christa Berger e Edelberto Behs relatam sobre seu trabalho na redação do jornal nacional da Igreja. Por fim, o pastor Silvio Schneider, Secretário de Comunicação da IECLB desde outubro de 1980, dá seu parecer sobre a Palavra impressa na Igreja.
Concilio: editar um jornal nacional
A partir de julho de 1971 foi convocado, pelo Conselho Diretor, um redator com tempo integral para os periódicos Folha Dominical e Voz do Evangelho, que deveriam ser fusionados, conforme sugestão do Conselho de Imprensa Provisório, a partir do mês de novembro de 1971. Para os periódicos Presença e Igreja em Nossos Dias já havia uma redatora que trabalhava em Porto Alegre. Resolveu-se formar uma redação só, juntando os dois redatores, do que surgiu a Redação Central em São Leopoldo, orientada por um redator-chefe, Jost Ohler
Desta forma o próprio pastor Jost Ohler inicia seu relatório sobre a fusão dos jornais Folha Dominical e Voz do Evangelho um ano depois disto ter acontecido, usando as próprias páginas do Jornal Evangélico de 15 de novembro de 1972.
Ohler diz neste relatório que o VII Concílio Geral da IECLB. realizado em Curitiba, de 22 a 25 de outubro de 1970, havia imposto tarefas no sentido da comunicação na IECLB. Entre esta: tarefas estava a de editar um periódico para todos os membros da IECLB.
25.700 EXEMPLARES
Para isso contávamos, teoricamente, com uma base de 16 mil assinantes, relatou Jost Ohler em 15 de novembro de 1972. Tivemos, no entanto, que fazer uma série de modificações de coisas profundamente arraigadas nas comunidades, o que poderia significar uma queda de assinaturas. Este temor, contudo, não se concretizou, pois Jost explica mais adiante em seu relatório que o Jornal Evangélico, bem aceito nas comunidades, conta com uma tiragem atual de 25.700 exemplares” Não se esperava um resultado tão bom assim, admite ele. “A administração foi subestimada!'
Também foi colocado, durante o VII Concilio em Curitiba, a necessidade da criação de um órgão eficiente, para uma melhor informação no campo ecumênico, dentro da IECLB e ao grande público. Também foi colocado como tarefa, prossegue Jost, apoiar as revistas mensais Presença e Igreja em Nossos Dias.
ATIVIDADE PIONEIRA
Ohler considera em seu relatório que esta foi uma atividade pioneira no âmbito da IECLB, onde foi necessária uma tentativa com meios financeiros incertos e sem orientação teórica para este novo campo?. Por isso, justificava ele não foi possível um planejamento perfeito que vi-sesse o futuro. Mesmo assim, considerou bom o desempenho do Jornal Evangélico neste primeiro período, o que foi conseguido quase sem propaganda.
Certamente aconteceu isto graças a um empenho extraordinário da parte dos pastores e leigos, explicou Jost, ao mesmo tempo em que apressava profundo agradecimento.
Simultâneo ao fusionamento da Folha Dominical e Voz do Evangelho no Jornal Evangélico, era formado na Redação Central o Serviço Evangélico de Informação (SEI), também sob responsabilidade do pastor Jost Ohler. As despesas com o boletim SEI foram cobertas, em pane, pela Secretaria Geral e o restante pela Editora Sinodal, conta Ohler.
O objetivo do SEI era informar a Imprensa Eclesiástica em geral sobre acontecimentos na IECLB, no luteranismo e na Ecumene. Naquela época, o boletim era publicado em português, alemão e sueco. “Nos pais, o SEI teve eco apenas parcialmente, enquanto no exterior, totalmente, avaliava Ohler em novembro de 1972. E o boletim do SEI apresentava vantagens em relação aos outros periódicos da Redação Central: A forma breve e acessível como orientação rápida; ajuntamento, na medida do nosso alcance, de documentação para uso inverno; informação regular para o exterior; e a possibilidade de se tornar um serviço efetivo na comunicação inter-eclesiástica.
EXTINÇÃO DE REVISTA
Jost relata ainda a fusão das revistas Presença e Igreja em Nosso Dias, ocorrida junto com a criação do Jornal Evangélico. A nova revista passou a ter o nome de Presença. Esta revista, no entanto, continua desconhecida por falta de propaganda e de uma coordenação bem planejada'', avaliava Jost no mesmo relatório.
Segundo ele, para a solução do problema temos duas soluções: cancelar a revista, o que significaria uma grande perda espiritual para a IECLB, eu um novo planejamento de grandes traços para o futuro, subvencionado pelo orçamento da IECLB.” A alternativa foi, apesar dos esforços de Ohler, a extinção da revista Presença, em dezembro de 1974.
O pastor Jost Ohler, hoje de volta à Europa, contava naquele relatório que, no passado, era muito difícil a comunicação interna da Igreja. Hoje, com a recém formada Imprensa Eclesiástica, os instrumentos de ampla comunicação estão à disposição. E já naquela época lembrava: Depende agora das Comunidades e dos pastores de fazerem ou não uso destes ótimos meios de comunicação para a proclamação, a instrução e a conscientização na seara do Senhor.
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