Centenário da Comunidade Rincão São João - Glorinha

A Comunidade Rincão São João de Glorinha celebra Culto de Ação de Graças pelo centenário de inauguração de sua primeira capela!

19/10/2014

A primeira capela!
Lançamento da pedra fundamental do atual templo
O templo hoje!
O templo hoje!
Pregação
Pastor Hardi Brandenburg
Pastor Ricardo Assolari e Grupo de Canto da Comunidade de Gravataí
Grupo de Canto da Comunidade de Gravataí
Pastor Hardi Brandenburg, Pastor Ricardo Assolari e senhora Nair Nyland
Memória em exposição de fotos
Comemoração!
Comemoração!
Comemoração!
Comemoração!
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CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO DA PRIMEIRA CAPELA EVANGÉLICA LUTERANA EM RINCÃO SÃO JOÃO E OS ALEMÃES EM GLORINHA-RS.

No dia 19 de outubro de 2014, foi celebrado o culto em ação de graças pelo centenário de inauguração da primeira capela Evangélica do Município de Glorinha – RS. A liturgia foi conduzida pelo ministro local, pastor Ricardo Assolari. O louvor foi dirigido pelo Grupo de Canto da Comunidade Evangélica Aliança com Deus (IECLB), Gravataí - RS. A pregação esteve a cargo do pastor Hardi Brandenburg, representando o pastor Sinodal, Edson E. Streck. A diretoria do Conselho Sinodal foi representada pela Sra. Nair Nyland. Também estiveram presentes os representantes das igrejas Episcopal Anglicana do Brasil e Adventista do Sétimo Dia, bem como visitantes católicos e autoridades municipais. Fizeram uso da palavra o presidente da Paróquia, Sr. Marcos Francisco Heidrich; o Sr. Ildo Jost, que nos presenteou com um elucidativo resgate da história da comunidade; e também o Prof. Ms. Márcio Knobeloch apresentou uma leitura de caráter histórico-antropológico da relação entre a comunidade e o município, como segue:

“O município de Glorinha - RS tem como colonização inicial os indígenas guarani e por volta de 1730 começam a chegar os colonizadores luso-brasileiros: eram portugueses e sertanistas oriundos de São Paulo e de Laguna - SC e além destes, açorianos, descendentes de cristãos novos (descendentes de judeus portugueses forçados à conversão ao catolicismo) e escravos de ascendência africana. Por último, vieram os alemães evangélicos, por volta de 1900. Embora, já em 1878 é registrado o primeiro descendente de alemães em Glorinha, um Raupp, porém os Raupp eram católicos, confirmando a presença alemã em Glorinha desde antes de 1900.
             A partir de 1900 os alemães protestantes passaram a realizar seus cultos e demais celebrações nas casas, na época do Sínodo Rio-Grandense. Mas em 1914 já tinham a sua casa de oração, uma capelinha, num terreno doado por Carlos Shönardie, inaugurada no referido ano, em outubro, com uma festa, ou seja, o Kerb, com duração de três dias, o qual se tornou uma tradicional confraternização entre os descendentes de alemães entre si e seus vizinhos. Por isso, o kerb é realizado sempre em outubro nesta região, conforme Elga Schönardie Möller.
            Quando os alemães chegaram, dedicaram-se à agricultura e a pecuária – vivendo em minifúndio e com espírito de cooperação. Criaram sociedades, dedicando-se às atividades de canto e recreação. Outros eram dedicados ao comércio. As comunidades em Glorinha que possuem maior concentração de ascendência alemã estão entre o Rincão de São João e Maracanã, Imbiruçu, Pedra Branca e Contendas
           Ildo Jost informa que ‘no ano de 1925, é criada a Frauen Verein’(do alemão, Liga das Senhoras), ou seja, a atual OASE (Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas). Em dezembro de 1977, é reorganizada a OASE local, a qual tem sido a “alma da Comunidade”, sempre parceira da Diretoria (Presbitério) que é muito ativa, a qual está sob a presidência de Eloí Michel. A OASE da comunidade procura viver a sua espiritualidade aplicando o lema tríplice: Comunhão, Testemunho e Serviço. A OASE tem como presidente Elisabeth Waschburger Geier (Beti).
          Segundo Ildo Jost, em ‘1930, já com 96 famílias, Rincão São João, na época pertencente a Gravataí, junto com comunidade de Santa Cruz do Pinhal, Fazenda Fialho e Entrepelado, todas em Taquara - RS, fundaram a Paróquia de Entrepelado’. Atualmente, a Comunidade Evangélica de Rincão São João é filiada à Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Gravataí.
Conforme Ildo Jost, ‘Em 1935, foi fundada uma escola comunitária denominada Deutsch Evangelisch Schule’, dada a importância que os descendentes de alemães e os evangélicos luteranos em geral dão à educação. Outra celebração comemorada na comunidade é o dia 25 de julho, data da chegada da primeira leva de imigrantes alemães no Rio Grande do Sul, em São Leopoldo, juntamente com uma festa chamada de ‘Festa da Colheita’, onde se agradece a Deus a colheita agrícola.
         A língua alemã falada pelos primeiros alemães, e entre os mais velhos até meados da década de 1970, em Glorinha, era o Hunsrück, um dialeto alemão similar ao Alsäsisch francês. A primeira família protestante em Glorinha foi a Schönardie cuja ancestralidade é alemã e francesa. As famílias teuto-glorinhenses em sua origem são: Schönardie, Jost, Michel, Knobeloch, Spindler, Schmidt, Hexsel(Eccel), Fich, Möller, Fries, Barth, Rheinheimer, Ohlweiller, Berwig, Adam, Bruckhen, Voss (Foss), Augustin, Schilling. Depois vieram os Schirmer, Vetter (Fetter), Geyer, Kielling, Waschburger e outras. Também há famílias de origem alemã de outros credos.
         Outro aspecto interessante nesta comunidade foi a reação dos descendentes dos alemães frente à Segunda Guerra Mundial, sofrendo perseguições e discriminações. Resultante da política do governo brasileiro ,foram apreendidos todos os materiais em língua alemã, tais como livros, Bíblias, hinários, fotos, etc. Ficou proibido falar em alemão. Também entre os descendentes de alemães havia um desconhecimento, em sua amplitude, do quadro político mundial de então”.
 A Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Rincão São João agradece a presença de todos por ocasião das festividades aludidas.

Prof. Márcio Darlan Rosa Knobeloch, mestre em Teologia com ênfase em História pela EST, São Leopoldo,RS.

 

 


 

HISTÓRIA
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O amor só é verdadeiro quando também a fé é verdadeira. É o amor que não busca o seu bem, mas o bem do próximo.
Martim Lutero
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