Aconselhando Deus...

Senhas diárias

29/04/2021

SENHAS DIÁRIAS - 29.04.2021
Êxodo 32.11,12 – Moisés fez um pedido ao Senhor, seu Deus. Ele disse: Ó Senhor, por que ficaste assim tão irado com o teu povo, que tiraste do Egito com grande poder e força? Não fiques assim irado; muda de ideia e não faças cair sobre o teu povo essa desgraça.
1.ª João 2.1 – Se alguém pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é correto; ele nos defende diante do Pai.
Alguns textos são notáveis na Bíblia. Este de Êxodo, apesar de não ser o único com este teor, mostra Moisés aconselhando, literalmente, a Deus e mostrando mais sabedoria que o próprio Senhor. Deus está irado, raivoso com o povo por causa do Bezerro de Ouro construído para ficar no lugar de Javé, o Senhor, como deus do povo. Seu intento é castigar este povo, acabar com a situação de uma vez por todas, e fazer um novo povo a partir da família de Moisés. O texto mostra Deus como um descabeçado, que não sabe lidar com seus sentimentos e com o fato de estar sendo ignorado em sua majestade, misericórdia e cuidado com o povo até aquele momento. Moisés, por seu lado, se mostra como um líder que conhece as limitações das pessoas a quem lidera, mas que não está disposto a abrir mão delas, apesar de seus defeitos e erros. Muitas vezes vemos líderes assim. São líderes de quem faz como eles querem e segundo o que acham melhor. Se alguém mostra alguma atitude diferente é colocado de lado e até afastado da comunidade. Moisés se mostra centrado e aconselha a Deus para que não haja apenas conforme sua ira do momento, mas tenha um pouco mais de paciência e saiba lidar com os erros das pessoas. Moisés é o advogado do povo diante de Deus que, naquele momento, se mostra refém de seus próprios maus sentimentos. É algo impressionante do ponto de vista de que Deus é absoluto e o bem supremo. Naquele momento, Moisés é Deus, o bem supremo, e Deus é quem precisa ser aquietado e ensinado a lidar com os erros naturais dos seres humanos. Não sejamos líderes sem misericórdia e sem amor pelos considerados pecadores, pois todos nós somos.
É o que João ensina para sua comunidade. Ele lembra que devemos evitar, o máximo possível pecar, ofender e prejudicar pessoas. Porém, conhecedor da condição humana, ele mesmo aponta para o nosso advogado diante do Pai. Podemos, e devemos, em nossas limitações e fraquezas, confiar que Jesus se coloca entre Deus e nós. Assim como Moisés, Cristo argumenta com Deus e, no caso dele, mostra que assumiu nossos pecados. Vamos usar uma figura, mas apenas como ajuda para entender o que Jesus poderia fazer diante de uma suposta acusação a alguém por causa de seus pecados. Cristo mostraria uma cruz vazia e diria ao Pai: Eu assumi os pecados desta pessoa e os preguei na cruz. Eles agora são meus e eu já os paguei. Também é uma figura impressionante que mostra o nosso divino advogado num suposto tribunal de acusação. Moisés e Jesus podem ser colocados como arquétipos de luta contra o mal e contra a fragilidade humana diante da própria vida. Eles se mostram expressamente solidários com as nossas limitações em fazer o bem. Assim devemos também ser em relação às pessoas que nos cercam. P. Luiz Carlos


Autor(a): P. Luiz Carlos
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Rio Claro (SP)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 62257
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