A resposta que o povo deu a uma só voz (v.8) demonstra que os israelitas aceitaram a oferta singular de Deus, transmitida a eles por Moisés. A opção de Deus pelo pecador faz com que este, por sua vez, possa decidir por Deus e servi-lo. Moisés transmitiu a Deus a resposta do povo. Então chegou o momento no qual o próprio Deus se revelou ao povo.
A aparição de Deus se deu numa “espessa nuvem sobre o monte”. O termo hebraico remete a uma nuvem densa, a qual a vista humana não conseguia penetrar. Ninguém pode contemplar a luz da glória de Deus. Ele, “que habita em luz inacessível”, “declarou que habitaria em trevas espessas” (1 Tm 6.16; 1 Rs 8.12). A reluzente glória de Deus estava ali e, ainda assim, profundamente oculta, para proteger o ser humano (leia Êx 13.21 e 22; Nm 12.5; Ne 9.12 e 19; Lc 2.8-11; Jo 1.14 e 18). Nenhum ser que habita nesta terra pode ver a face de Deus (Êx 33.18-20; 1 Jo 4.12a). Não ver, mas ouvir: este é o caminho pelo qual Deus vem a nós. “Moisés falava e Deus lhe respondia no trovão.” O povo deveria saber que quando Moisés ouvia a palavra de Deus e a transmitia, esta era a palavra com validade eterna, não mera composição humana. Moisés estava autorizado por Deus e por isso era confiável. “Este é o fundamento da fé em Israel” (Judá Halevi). À Tora nada podia ser acrescentado e nem tirado, nem em termos de teor, nem de explicação. (Leia Mt 5.18; 2 Pe 1.20; Sl 12.6; 119.140.) Não é à toa que a nossa Bíblia é chamada “Sagrada Escritura”, pois nela encontramos e santo e amoroso Deus (leia Is 66.2b; Dn 8.18; 10.19).