1 Reis 17.17-24

Prédica

20/06/2004

 

Prédica: 1 Rs 17.17-24 - Deus que acolhe na doença.

Leituras: Gl 1.11-24 e Lc 7.11-17

Saudação: “Vinde a mim todos os cansados e sobrecarregados que eu vos aliviarei. Vinde e desfrutai o meu amor pro voc6es. Amor, que cura, liberta e alegra.”

Oração: Deus de amor, mediante a pregação, dá-nos sabedoria para julgaras coisas conforme a tua vontade e que seja precavente. Dá-nos, um espírito voluntário e solidário que passe pro cima das coisas insignificantes em favor das essenciais e fundamentais. Perante as dificuldades e obstáculos ensina-nos a não desanimar e perturbar-se, a não ficar perdido, mas ver na fé o caminho traçado por Ti. Ajuda-nos aceitar as críticas e as contradições, e faze-nos evitar a dispersão e desordem. Faze-nos amar a tudo junto contigo, e a tudo que indica para a alegria e a paz do teu reino. Amém.

O texto Bíblico previsto para este fim de semana encontra-se no Livro de 1Rs 17. 17-24.

Leitura do texto Bíblico.
O livro de reis é um livro histórico do AT, que fala sobre os grandes reis que governaram o povo israelita sob a benção de Deus. Em especial ao rei Salomão, que foi a época mais imponente e majestosa do povo israelita. Época das grandes construções, do incentivo a cultura e das conquistas a outros povos.

O cap. 17 narra a história de Elias e a viúva de Sarepta. Elias foi um dos maiores profetas do Antigo testamento, com duras críticas a elite judaica e ao povo por não ser fieis a Deus amoroso, mas andarem se prostituindo com fé passageiras e importadas por outros povos. Como o reino está em crescimento no reinado de Salomão, outras culturas com outras formas de viver a fé foram ganhando espaço no meio da cultura judaica.(Exemplo a Moda Budista)

Mas voltando ao texto, ele nos revela que Elias estava marrando de favor com uma viúva e seu filho. Como profeta Elias era um andarilho sem parada fixa, anda pelas cidades e povoados anunciando a vontade de Deus, e censurando as injustiças, opressões e idolatrias que o povo cometia.

Aconteceu que enquanto Elias estava hospedado na casa da viúva o seu filho ficou doente e desfaleceu. Como na época os profetas anunciavam castigos e juízo contra as pessoas que não andavam com Deus retamente. A viúva achou que a morte de seu filho é consequência da presença de Elias, como a ira de Deus.

Elias revelou que não estava trazendo a ira de Deus para aquela casa, orando, aquecendo o menino, fazendo respiração boca a boca e reanimando o menino. Assim ele voltou a vida.

Esta narração destaca algo muito importante nas nossas vidas: Como nos deparamos quando somos afligidos por doenças.

A viúva revela uma concepção de que a doença é um castigo de Deus. Ou seja, a pessoa não viveu de forma reta, honesta, frequentando a igreja, praticando a fé e a solidariedade e daí Deus castiga a pessoa com doenças. Será que as coisas são assim, mesmo. E até tem um ditado aqui se fez aqui se paga.

Mas será que não é uma consequência da vida da pessoa, e não castigo de Deus. Pois cada um colhe o que plantou. Uma pessoa que nunca se preocupa com a sua vida, no aspecto alimentar, da saúde, bem estar e espiritual, será que ela consequentemente não vai estar mais suscetível a doenças.

Outro fator é que a doença é parte da vida, somos mortais e com o tempo vamos perdendo a vitalidade, a imunidade. Com bastante ou com pouca fé todos iremos adoecer, de alguma coisa ou outra. O que pode melhorar a nossa vida e ter cuidados com a saúde, alimentação, exercício físicos, preocupar-se em divertir-se, alegrar-se e descansar.

O profeta Elias igualmente revela que a doença não é um castigo de Deus, pois ele ora e reanima o menino, curando-o da sua enfermidade. Jesus igualmente revelou que a doença não provem de Deus, mas sim a cura, pois Jesus curou muitas pessoas, restabelecendo a dignidade delas.

Desta maneira não podemos desanimar, e achar que tudo está perdido. Ou como se Deus estivesse contra nós. Justamente nas horas difícil que Deus está conosco no auxiliando e fortificando. Igualmente necessitamos viver a solidariedade para as pessoas que em nosso dia a dia precisam de cura.

Existem muitos tipos de cura, e milagre. Milagre não é somente quando uma pessoa com câncer terminal é curada, ou quando um cego vê, um coxo anda. Milagre é o ato em que a pessoa recebe a sua dignidade e alegria de viver.

Outra questão que nem sempre nossa oração, nossa boa vontade e cuidado vão salvar as pessoas. Chega uma hora que todos temos que morrer.

Assim somos convidados a ser um sinal e cura e milagre para todas as doenças, as físicas, as espirituais e as psicológicas. A defender e cuidar da vida, sendo solidários as pessoas que necessitam de nós.

Está comprovado que o remédio mais poderoso e milagroso é o amor. Tem um escrito colombiano Garcia Marques: O que o amor não cura, não há remédio que cure. Uma pessoa que se sente acolhida, querida ela vai ter forças para lutar e tentar vencer as dificuldades.

As Mãos!

Há mãos que sustentam e mãos que abalam. Mãos que limitam e mãos que ampliam. Mãos que denunciam e mãos que escondem os denunciados. Mãos que se abrem para levantar, para curar e mãos que se fecham para bater, agredir.

Há mãos que afagam e mãos que rasgam. Mãos que ferem e mãos que cuidam as feridas. Mãos que destroem e mãos que edificam. Mãos que batem e mãos que recebem as pancadas.

Há mãos que apontam e guiam e mãos que desviam. Mãos que são temidas e mãos que são desejadas e queridas. Mãos que dão com arrogância e mãos que se escondem ao dar. Mãos que escandalizam e mãos que apagam os escândalos. Mãos puras e mãos que carregam censuras.

Há mãos que escrevem para promover amor, paz e amizade e mãos que escrevem para ferir, destruir. Mãos que pesam e mãos que aliviam. Mãos que operam e que curam e mãos que amarguram e causam doenças.

Há mãos que se apertam por amizade e mãos que se empurram por ódio. Mãos furtivas, perversas, que traficam destruição e mãos amigas que desviam da ruína, que mostrar outro caminho. Mãos finas, delicadas que provocam dor e mãos rudes, fortes que espalham amor.

Há mãos que se levantam para a verdade e mãos que encaram a falsidade. Mãos que oram e imploram pela paz, pela justiça e mãos que devoram, que oprimem. Mãos de Caim que matam. Mãos de Jacó que enganam. Mãos de Judas que entregam e traem.

Mas há também mãos de Simão que ajudaram a carregar a cruz de Jesus. Mãos de Mônica que enxugaram o rosto de Jesus.

Onde está a diferença? Certamente não está nas mãos e sim no coração e na mente. É através da transformação de nossas mentes, da sensibilidade e solidariedade do coração, que nossas mãos serão instrumento de graça, de amor, de perdão, de construção.

Que as mãos se levantem para abençoar, que se abaixem para levantar o caído, que se estendam para amparar o cansado. Que possam ser como as mãos de Deus que criam, que guiam, que salvam, que nunca faltam, que nos deram Jesus Cristo e a ressurreição.

Há mãos e... Mãos! As tuas quais são? De quem são? Para que são? Elas dão vida ou matam, constroem ou arrasam, amam ou odeiam, lutam pela paz ou se omitem diante da guerra, combatem ou geram violência, semeiam comunhão, fraternidade, ou intrigas e maldades?


P. Olmiro Ribeiro JR - São Borja/RS


Publicado originalmente no site Grupo Emaús


Autor(a): Olmiro Ribeiro Jr
Âmbito: IECLB / Sinodo: Noroeste Riograndense / Paróquia: São Borja (RS)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Reis I / Capitulo: 17 / Versículo Inicial: 17 / Versículo Final: 24
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 41201
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