Os israelitas são aconselhados a se preparar para o anúncio da aparição de Deus. A excepcional manifestação de Deus requeria um preparo especial: a) os israelitas tinham que purificar-se. Isto significava entregar-se a Deus da cabeça aos pés. A purificação do corpo e das vestes era um sinal exterior que apontava para a purificação interior. Além disso, requeria-se, por tempo limitado, a abstinência sexual. Tudo isto expressava somente uma coisa: “Eu renuncio aos meus direitos, meu corpo pertence completamente a ti, Senhor. Tu podes decidir por mim” (H. Bräumer; leia 1 Co 6.19 e 20; Rm 12.1; 6.13).
b) Moisés tinha que demarcar limites para o povo - sinal da grande separação entre Deus e o ser humano. Deus não deveria ser “humanizado”. O fato de Deus anunciar a sentença de morte para quem ultrapassasse os limites é uma referência à sua santidade. Deus somente pôde ser “tocado” quando veio a este mundo na pessoa de seu Filho Jesus Cristo (Jo 3.16; Gl 4.4; Lc 12.2). Mas Jesus Cristo também viveu neste mundo como Deus Santo, que não se deixou desviar por nada nem ninguém. Desde que Jesus subiu aos céus, podemos “ver” Jesus na pessoa do Espírito Santo, com os olhos iluminados do nosso coração (Ef 1.18). Mas, “quando ele se manifestar... havemos de vê-lo como ele é” (leia Jo 3.2 e 3). “Esta será a glória, quando livre de toda dor eu puder contemplar o teu rosto” (H.v. Redern).
A manifestação de Deus no Monte Sinai foi impressionante. Lemos a respeito de uma revolta na natureza: trovões, relâmpagos, nuvens densas, fumaça, clangor de trombeta e um barulho terrível. E lemos também a respeito do pavor dos israelitas. Tudo neles estava agitado e tremia. Que bênção podermos nos encontrar com Jesus, que nos trouxe para tão perto de Deus, sinceramente, sem medo e, ao mesmo tempo, com temor!