Alguma vez você já se perguntou em que medida suas atitudes e palavras são imitações daquilo que você viveu ou vive no seu cotidiano? Você já notou que em seu inconsciente, existem normas de conduta e hábitos de comportamento que adquiriu desde criança observando pessoas mais velhas, como por exemplo, seus pais? Essa característica que temos de, mesmo sem perceber, imitar as outras pessoas é bem interessante. Não há como negar que os filhos costumam imitar seus pais. Ao sairmos à rua, veremos com facilidade crianças andando ao lado de seus pais, sendo guiados pela mão, para que caminhem em segurança e possam lentamente, aprender a caminhar sozinhos. Depois de mais velhos, não serão mais conduzidos pela mão, mas o aprendizado através do exemplo recebido, estará presente para sempre, determinando escolhas, reações e prioridades, da mesma forma como aconteceu conosco.
A figura do pai é tão importante na vida de um filho, que seu exemplo pode ter uma influência decisiva em todos aspectos, inclusive na escolha da profissão. Não é difícil encontrarmos casos nos quais os filhos trilham a mesma carreira profissional dos pais, pois contam com o exemplo de suas experiências, com o apoio recebido no esclarecimento de dúvidas, com a troca de informações, quando estas estão repletas de amor e carinho.
Por outro lado, temos que reconhecer que nem todos os exemplos dados pelos pais devem ser seguidos. Nós somos seres humanos, somos limitados e possuímos muitas falhas. Por essa razão, todos nós que somos pais, precisamos ter o cuidado redobrado com as nossas palavras, com as nossas reações e atitudes, pois estamos sendo constantemente observados pelos filhos, que estão em busca de referenciais para a sua formação como indivíduos.
Na carta do Apóstolo Paulo aos Efésios 5.1-2, encontramos uma ótima recomendação para os pais que tomam consciência do quanto o seu “jeito de ser e de agir” influencia seus filhos. Ali nós lemos: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.”
O papel que precisamos desempenhar como pais no contexto de criação e educação dos filhos é um dos mais complicados que vamos aprender ao longo da vida. É necessário que tenhamos a clareza de que ter filhos exige um esforço constante na educação e formação deles como indivíduos, dentro de um contexto no qual muitas vezes predominam ensinamentos opostos ao que a palavra de Deus instrui. Tanto o pai, como também a mãe, serão provavelmente os maiores exemplos, os maiores pontos de referência, que os filhos poderão ter para a sua formação ética, moral e espiritual.
Os pais, além de providenciar seu sustento enquanto são crianças, devem transmitir princípios norteadores para que futuramente os filhos assumam seu papel de cidadãos responsáveis e respeitados, e acima de tudo, os pais devem tornar-se paradigmas que seguem um caminho que agrade a Deus, e que transmitam princípios que levam a felicidade completa de uma vida agradável a Deus.
A Escritura recomenda aos pais que estes ensinem aos filhos o que significa uma vida agradável aos olhos de Deus, e recomenda que este ensinamento não se dê apenas com palavras, mas com atitudes que ensinam pelo exemplo. Em Deuteronômio 6.6-7 lemos: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te”.
Já no Antigo Testamento, era tarefa do pai estar empenhado em instruir a seus filhos na Palavra de Deus e orientá-los a permanecer no caminho da fé que se concretiza no agir do dia a dia. O pai que era obediente aos mandamentos de Deus, fazia justamente isto. O objetivo principal desta passagem bíblica é que os filhos deveriam ser criados e educados na “disciplina e admoestação do Senhor”. Outra passagem bíblica que vem na mesma direção, encontramos em Provérbios capítulo 22.6, que diz: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.”
Educar os filhos contemplando os aspectos morais, sociais e espirituais, é a base sólida, é o alicerce que todo pai e cada mãe tem a obrigação de implantar na vida dos filhos. A educação que acontece principalmente através do exemplo de vida tem como consequência revelar para a criança como a vida é prevista para ser agradável aos olhos do Deus Criador, que também foi chamado por Jesus Cristo de Pai.
Em algumas oportunidades, temos a tendência em “baixar” estes ideais ao nível de nossos próprios ideais e experiências humanas, fazendo com que aquilo que os nossos filhos veem através de nós, não seja exatamente aquilo que a Palavra de Deus orienta. Busquemos sempre a orientação do Santo Espírito de Deus para Ele conceda a todos nós a convicção de que precisamos deixar pegadas seguras para nossos filhos e que através delas eles possam saber o caminho correto a seguir. Encerro com uma pequena história. Certa vez um jovem estava se preparando para sair num sábado à noite com seus amigos, quando ao se despedir de seu pai, recebeu o seguinte conselho: “Filho, veja lá por onde você vai andar”. Ouvindo essa recomendação de seu pai, o filho então respondeu: “Pai, veja lá também onde você anda, porque certamente eu irei pelo mesmo caminho!”