Campanha Em comunhão com as viDas das mulheres


História de vida de Walmi Nienow

28/10/2016

 

Nome: Walmi Nienow
Tempo de participação na IECLB: desde o Batismo
Comunidade: Rincão dos Ilhéus – Estância Velha/RS
Sínodo: Nordeste Gaúcho

Nasci no dia 27 de outubro de 1943 na cidade de Feliz, Rio Grande do Sul. Sou filha de uma família luterana de agricultores a qual tinha um pedaço de terra para plantar e tirar o sustento. Eu sou a quinta mais velha de uma turma de 19 filhos e filhas. Tenho onze irmãs e oito irmãos (três falecidos). Cursei até o 3º ano primário. Aos sábados nós tínhamos que ir à escola onde a professora Iraceda Zimmermann ensinava cantos, religião e desenho.

Papai, Arno Einsfeld, sempre nos ocupava na lavoura, no trato com os animais e na lida da casa. Tínhamos um lindo pomar com frutas diversas. Em época de colheita, caminhões vinham da cidade para buscar as frutas. Meu pai as vendia e dali garantia o sustento da família que a cada tanto crescia um pouco mais. Naquele tempo não havia controle de natalidade, assunto desconhecido do qual faltava informação e orientação.

Minha mãe, Amanda Einsfeld, ajudava na lida da roça e quando lhe sobrava um tempo, tecia balaios e cestas de crochê com palha de milho. Os balaios eram usados para buscar verduras na horta, recolher ovos entre outras coisas mais. Mamãe fazia também pomadas, vapores e chás para a família e os vizinhos, pois nem se falava em ir ao médico. Era uma mulher pequena, guerreira, cheia de amor e sabedoria.

Com 13 anos fiz minha confirmação na comunidade do Bananal-Feliz-RS, com o pastor Lecke. Não havia grupo de jovens. O culto acontecia uma vez por mês. A Santa Ceia era oficializada na Páscoa e no Natal, pois o pastor atendia várias comunidades. Lembro-me de um pastor que vinha a cavalo, algo bem normal para a época e de um outro pastor que vinha de jipe, o que para nós era novidade.

Com 17 anos fui pela primeira vez a um baile. Com 19 anos fui princesa de um clube de futebol da sociedade local, Arroio Paixão. Conquistava-se o título com a venda de votos (Uma espécie de rifa cujo objetivo foi arrecadar fundos para o time comprar seu primeiro fardamento). Assim foi passando a minha juventude.

Aos 20 anos fui trabalhar como doméstica em uma casa de família, em Porto Alegre. A cada quatro meses eu visitava a minha família. Muitas vezes chorei de saudades. O salário que eu ganhava entregava ao pai e à mãe para auxiliar nas despesas da casa. Trabalhei com essa família durante quatro anos. Depois, fui para São Leopoldo trabalhar em uma casa de idosos. Foi nesta época que conheci meu esposo Paulo Ninow (in memorian), que morava na cidade de Feliz. No período de dois anos e meio noivamos e nos casamos. Do casamento tivemos um filho, Emerson Alexandre Ninow, casado com Erica Margarete Maurer, pai de nossa neta Isadora.

Paulo e eu nos casamos no dia 4 de outubro de 1969, em Bananal - Feliz. Em busca de trabalho fomos morar em Novo Hamburgo, cidade onde compramos um terreno e aos poucos, com muita luta, fomos construindo a nossa casa.

No início participávamos dos cultos na Paróquia da Ascensão, centro de Novo Hamburgo. Mais tarde, quando fixamos residência no Bairro Rincão, onde moro até hoje, passamos a participar dos cultos no ponto de pregação que fora aberto no Bairro Rincão dos Ilhéus. Esse ponto de pregação pertence à Estância Velha, cidade vizinha de Novo Hamburgo. Havia ali um salão com uma cozinha e um espaço para a pregação do Evangelho. O Pastor Orlando Moacir Keil celebrava os cultos e batismos e membros da Comunidade Centro como o Sr. Jorge Möller(in memorian) e a sua esposa Artêmia (in memorian) também traziam mensagens. Mais tarde nos tornamos membros da Comunidade de Rincão dos Ilhéus.

Grande momento que marcou minha caminhada de fé junto com meu marido foi a colocação da pedra angular do templo da Comunidade Evangélica Rincão dos Ilhéus, da qual sou membro. Anos depois, foram instalados os sinos. Chorei de emoção quando ouvi os sinos tocarem pela primeira vez. Ainda me lembro como se fosse hoje.

Na comunidade sou membro ativa e participativa. Frequento os cultos, a OASE, o Grupo Cantos para Viver, o Grupo da Terceira Idade e ajudo nas promoções. Sinto-me forte dentro da minha comunidade. Pois, na comunidade somos fortalecidos e fortalecidas na fé, esperança e amor para seguirmos firmes nas promessas de Deus. 

Sou aposentada, dona de casa, cuido de minha família e da comunidade para a qual desejo muitas bênçãos e perseverança. Para as irmãs e os irmãos em Cristo dedico o lema de meu casamento que diz: “Carregai o fardo um do outro, assim cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6.2).


História de vida coletada por Norma Schüller


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