O Natal é a festa cristã com mais glamour e luz. As cidades aparecem decoradas com luzes. Os Shoppings competem pela mais bonito e criativo enfeite.

Não que seja sem razão, de fato, temos razão por comemorar que Deus se faz presente entre nós como criança, que temos um Deus amoroso e amigável. Jesus menino é a maior prova que o destino não está jogando contra nós – muito pelo contrário.

Mas existe um outro lado desta mensagem que nem sempre levamos em consideração: Como cristãos somos seguidores do Messias humilde que nasceu num estábulo.

Como bebê já teve que fugir de Herodes para o Egito. A família voltou anos depois para Israel. Sem saber se estariam seguros em Belém, mudaram para Nazaré, na Galileia, longe dos centros do poder.

Neste lugar seco e humilde foi que Jesus cresceu até iniciar sua atividade pública. Ele nunca negou sua origem simples, muito pelo contrário persistiu dando preferência para todos os fracos, pobres e excluídos.

2000 anos depois acontece que muitas pessoas se dizem cristãos, mas não veem necessidade de manter um olhar para os perdedores, os sem lugar da sociedade. Isto se vê de forma bastante acentuada na postura diante do maior acontecimento mundial do ano 2015: A crise internacional de fugitivos.

Acolher Jesus criança, significa acolher a multidão que atravessa o mundo em busca de refugio e vida. Muito mais ainda porque a grande maioria de nós é descendente de imigrantes que foram acolhidos no Brasil em algum momento no passado.

Que este tempo de Advento e Natal seja um tempo de reflexão e retorno para Deus, pelo bem das nossas vidas e de todos.

P. Guilherme Nordmann