Efésios 5,15-21: Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm. Não ajam como pessoas sem juízo, mas procurem entender o que o Senhor quer que vocês façam. Não se embriaguem, pois a bebida levará vocês à desgraça; mas encham-se do Espírito de Deus. Animem uns aos outros com salmos, hinos e canções espirituais. Cantem, de todo o coração, hinos e salmos ao Senhor. Em nome do nosso Senhor Jesus Cristo, agradeçam sempre todas as coisas a Deus, o Pai. Sejam obedientes uns aos outros, pelo respeito que têm por Cristo.
I. Uma questão de tempo:
A nossa relação com o tempo como cristãos é paradoxo: Por um lado o nosso tempo é limitado. O que fazemos ou deixamos de fazer está feito, não tem volta e não pode ser repetido. Poderíamos dizer que o tempo é fútil porque deixa para trás o passado. Mas ao mesmo tempo acreditamos na eternidade de Deus, quer dizer que o tempo é eternamente válido. Então nada é fútil.
Se isto é verdade não podemos nos anestesiar. Precisamos dar atenção a nossa vida. Não dá para viver de qualquer jeito. É preciso buscar o juízo e animar “uns aos outros com salmos, hinos e canções espirituais.” Para isto participamos da igreja.
Tudo isto se inscreve na conotação do nosso tempo que Paulo caracteriza como “mal”. Quem sabe, sentimo-nos com esta descrição. É mal mesmo. Por isso aqui as pessoas preferem uma postura de vida extremamente defensiva. Preferem não se envolver
II. Anestesia:
Muitos acham que o alerta sobre a bebida é de pouca importância neste texto bíblico. Não concordo com nisso. Ainda acho que a bebida como problema grave continua bem atual, mesmo que em nossos tempos há muitos outros meios de fuga da vida.
Nós luteranos somos liberais, não legalistas neste ponto. Isto nos protege até um certo ponto da hipocrisia. Mas temos que saber o limite desta postura. Não podemos ser identificados como a igreja “que bebe”, principalmente por termos pessoas em nosso meio com problemas de de dependência que precisam do nosso apoio.
III. A mola mestra:
A motivação de não nos entregarmos vem do respeito por Cristo. É por ele que vale a pena de sempre de novo enfrentar às próprias limitações, os fracassos, sem porém desistir de tentar sempre de novo. Por fim, sempre é melhor retornar ao caminho certo, mesmo após muitos anos. Vale a pena o fazer o quanto antes.
Serve o exemplo de Jacó. Ele pisou na bola com seu irmão Esaú, aproveitou-se e fugiu muitos anos dele. Por fim o reencontra e se reconcilia. Mas fica uma sequela: Ele luta a noite inteira na travessia do Jaboque e fica com a perna machucada, mancando até o fim da vida (Gênesis 32).
Vale a pena retornar ao respeito por Cristo o quanto antes! Amém.
P. Guilherme Nordmann