Pastora sinodal Mariane Beyer Ehrat
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Sou parte de uma geração que se lembra da primeira vez que assistiu TV ou dos jovens da comunidade que se reuniam e se divertiam brincando de “ovo podre”. Hoje, há computação nos jardins de infância, as compras são feitas por cartão de crédito e os amigos se encontram no Orkut ou no MSN.
O pai era o chefe da família. O patrão mandava e tinha a última palavra. A hierarquia e a autoridade eram indiscutíveis. Os pastores eram tidos como sábios – tinham a resposta de Deus. Os presidentes das comunidades perguntavam: “Pastor, como devemos fazer isso?”.
De lá para cá aconteceram mudanças radicais. A igreja, como instituição presente no mundo, também não escapou de sofrer interferências e precisa enfrentar novos desafios. A forma de dirigir a Igreja de Jesus Cristo se tornou mais participativa e menos hierárquica.
A nova estrutura adotada pela IECLB visualizou um novo jeito de ser Igreja – aberta, missionária e participativa. As decisões são tomadas em conselhos e diretorias. Não é mais uma só pessoa que toma decisões. Isto é sinodal e luterano.
Porém, enfrentamos conflitos de competências. É preciso haver mais clareza sobre as atribuições de cada um. Os obreiros sentem perda de autoridade. Mas afirmo, há uma autoridade da palavra, diante da qual todos – lideranças e obreiros – têm que se orientar, pois vem do Senhor da Igreja. Os obreiros são chamados pela comunidade a trazerem esta palavra e são responsáveis pela orientação teológica, diaconal, catequética e missionária.
Por isso, com as mudanças da Igreja, do mundo e das leis é importante nos ocuparmos com o tema da Assembleia Sinodal, “Superando conflitos na vida comunitária”. Não podemos deixar os conflitos crescerem ou termos obreiros e lideranças desmotivadas, resultando na perda de membros. Precisamos viver em fraterna união – para que caminhemos ao Reino do Céu.