O Centro de Eventos Rodeio 12, em Rodeio (SC), se transformou em uma importante academia de discussões teológicas e eclesiológicas, a partir das obras do reformador Martin Lutero. O 2o Simpósio Internacional de Lutero, promovido pelo Sínodo Vale do Itajaí e pela Faculdade Luterana de Teologia, reuniu quase 50 pessoas, entre ministros e leigos, nos dias 9 e 10 de setembro, para abordar a temática “Reforma e Igreja”.
O professor Dr. Christopher Spehr, da Faculdade de Teologia, da Universidade Friedrich Schiller, de Jena, na Alemanha, assumiu dois painéis. No primeiro abordou o sacerdócio geral de todos os crentes e o ministério espiritual em Lutero. Na segunda explanação falou sobre o sínodo como modelo de direção de Igreja, a partir das decisões fundamentais da reforma e o seu significado para a atualidade.
“Nossa tarefa é sempre buscar a resposta do que é ser Igreja. Nosso desafio é que nunca vamos conseguir responder isto. Mas devemos desejar que o Senhor da Igreja a conduza. Em meio a tantas perguntas, devemos nos orientar pela Bíblia e a partir dela trabalhar pela edificação da Igreja. Somos uma Igreja histórica e devemos usar isto a nosso favor: temos boas experiências e também fracassos, com isso podemos ter uma visão mais ampla de Igreja. Quando temos visões, temos energia para transformar a comunidade e a sociedade”.
Subtemas como o desafio atual da edificação de comunidades à luz da concepção luterana e novos modelos pós-modernos de igreja como desafio à reflexão e à práxis eclesiológica luterana foram abordados pelo professor Dr. Claus Schwambach, diretor-geral da Faculdade Luterana de Teologia.
O professor Dr. Martin Norberto Dreher, da Universidade Rio dos Sinos, São Leopoldo (RS), refletiu em outros dois painéis: “Lutero e as críticas à Igreja de seu tempo” e “Igreja na concepção de Lutero”. Ele trouxe fatos históricos para que o plenário entendesse em qual situação a reforma protestante estava inserida na Idade Média. Apresentou também um panorama das principais bandeiras, descontentamentos e críticas do reformador.
Na contextualização de como se vive Igreja nos tempos de hoje, o pastor Alexander Roberto Busch enfatizou a dificuldade em acolher as pessoas diferentes, conviver com linhas e pensamentos diferentes, e afirmou: “a Igreja se renova além de nós. Que na certeza de que Deus nos conduz, possamos construir uma Igreja cada vez mais viva”.
O pastor sinodal Breno Carlos Willrich conclamou os ministros e leigos a não trabalharem pelo mínimo. “Vamos fazer mais do que o mínimo. Vamos fazer mais pela Igreja de Jesus Cristo. Deus precisa mais do que o nosso simples comodismo. Precisamos dedicar a nossa vida ao trabalho do Senhor”.
Nesta noite ainda acontece a 2a palestra, aberta à comunidade, na igreja Luterana de Indaial, às 20h, com a temática “Perguntas de Lutero ao mundo evangélico do século XXI, dirigida pelo professor Dr. Martin Dreher.