Desde que iniciou o confinamento social e a IECLB decidiu suspender atividades presenciais, ministros e ministras produzem material virtual em abundância. Boa parte disso está disponível no Portal Luteranos. Criatividade, superação, ousadia e disposição de se expor são marcas desse trabalho.
Alguns até se revelaram. Mas, para outros, há o risco de que tudo isso vire uma avalanche que satura os ouvintes.
Passado o período de Paixão e Páscoa, há uma profusão de produções na mídia. Para o pastor sinodal Guilherme Lieven, do Sínodo Vale do Itajaí, é hora de avaliação e troca de sugestões para melhorar tal labor virtual.
Segundo o jornalista Tobias Mathies, “a gente deu um show, nota dez! Foi produzida muita coisa. Estou surpreso”. Na visão de Lieven, “fomos bravos, criativos e responsáveis, também teologicamente, em corresponder virtualmente com conteúdos e práticas rituais, cultos e mensagens, e considero que uma avaliação é propícia”.
Hora de avaliar – Para Lieven, é hora de perguntar como tudo isso chegou ao público-alvo; se é possível continuar assim ou é necessário rever procedimentos; se todos os grupos estão sendo atendidos; se há retorno e reuniões de avaliação com coordenadores.
Segundo o pastor sinodal, “especialistas em comunicação virtual defendem que a internet exige interlocução”. Assim, seria salutar indicar um contato no final das mensagens, para promover o diálogo e “conhecer melhor o contexto e a situação real de muitas pessoas”, e assim, ajudar a elaborar mensagens que criem um canal de poimênica.
“Cada um/a foi achando o seu jeito para atender expectativas e necessidades das comunidades, grupos e setores e, também, de membros aflitos, o que resultou numa enxurrada de publicações e compartilhamentos”, avalia o pastor Dari Appelt, de Timbó/SC.
Para o pastor Túlio Jansen (Pomerode-Centro), “cada membro é livre para decidir quanto quer ver, se quer ver, e a quem quer ver ou ouvir. Por aqui, temos cuidado para não saturar os grupos com nossas lives e áudios. Menos é mais”. Para Jansen, “toma enxurrada quem quer”.
Algumas iniciativas entre ministros e ministras já estão buscando avaliação. Segundo a pastora Gabrielly Allende, de Blumenau-Badenfurt, ela e o marido, o pastor Gustavo, estão num grupo de colegas de vários sínodos que têm feito avaliações de suas postagens.
“Estamos assistindo nossos cultos e atividades on line, damos pitacos de forma franca, com avaliação de postura, som, proximidade, tiques, luz, cenário... ou seja, a forma”, detalha ela. “Está sendo uma experiência muito enriquecedora. A ideia é que cada um possa pensar no que faz e que faça cada vez melhor”, pondera Gabrielly.
Para o pastor Flávio Peiter (Blumenau-Centro), é preciso criar redes sociais para as comunidades e paróquias, evitando inundar a lista de amigos com essas postagens. Em sua visão, “não produzimos conteúdo para nossos amigos, mas para nossas ovelhas”. Ele entende que quando o ministro muda de paróquia, deve deixar a rede social da mesma para o sucessor. “Caso contrário, levaremos a rede social conosco em nossas redes pessoais”, explica.
Importante é a troca de conhecimento. Segundo o pastor Fernando Wöhl (Blumenau-Itoupava Rega), “todos estamos crescendo e sendo desafiados. Quem tem mais conhecimento que faça da melhor forma possível e pode oferecer ajuda. É momento de somar forças e nos ajudar”.
P. CLOVIS HORST LINDNER, Blumenau/SC