Luteranos festejam o Dia da Reforma neste sábado, dia 31
29/10/2009
O marco do luteranismo mundial será comemorado neste sábado (31) por mais de um milhão de luteranos em todo o Brasil. No Vale do Itajaí, o Dia da Reforma acontece em 85 igrejas espalhadas por 23 cidades da região, somando aproximadamente 100 mil pessoas. De Rio dos Cedros, no Médio Vale, passando por Blumenau, até Bombinhas, no litoral, cultos e celebrações especiais vão lembrar os 492 anos de um dos mais importantes eventos da história da Igreja Cristã.
“A lembrança desta data é propícia para uma reflexão a respeito das oportunidades que o jovem Martin Lutero encabeçou naquela época e que repercutem até hoje. Lembramos, também, os dez anos da declaração conjunta pela justificação por graça e fé. Assunto defendido por Lutero há quase 500 anos”, enfatiza a pastora sinodal Mariane Beyer Ehrat, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
Oficialmente, o Sínodo Vale do Itajaí está comemorando os 180 anos da imigração alemã no Estado. Por isso, vai realizar dois programas especiais para as duas datas. Às 8h30, na Paróquia Apóstolo André, em Pomerode; e às 20 horas, na Paróquia Martin Lutero, em Brusque, apresenta o Concerto ‘Música para Comemorar’, com a participação do Coro de Metais Franconian Brass Ensemble, da Baviera, Alemanha.
Na última segunda-feira (26), o governador Luiz Henrique da Silveira sancionou lei criando o Dia da Reforma Luterana no calendário cívico de Santa Catarina.
Reforma: Em 1517, quando o jovem padre Martin Lutero afixou as 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittemberg, ele quis popularizar o entendimento sobre Deus e a religião. Por isso, a primeira ação de Lutero foi se revoltar contra a venda de indulgências. “Se o Papa vende indulgências para salvar a vida dos cristãos, por que ele não fazia isto simplesmente por amor?”, questionava Lutero. Outro grande feito do jovem padre foi traduzir a Bíblia para a língua alemã, quando na época somente os integrantes do alto clero tinham acesso aos escritos em latim ou grego.
Esse movimento resultou na divisão da Igreja do Ocidente entre os "católicos romanos" de um lado e os "reformados" ou "protestantes" de outro. A partir de então, surgiram várias igrejas, das quais se destacam o Luteranismo, de Martin Lutero. A Reforma teve intuito moralizador, colocando em plano de destaque a moral do indivíduo (conhecedor agora dos textos religiosos, após séculos em que estes eram o domínio privilegiado dos membros da hierarquia eclesiástica). Suas principais figuras foram Jan Huss (1370-1415), Martin Lutero (1483-1546) e João Calvino (1509-1564).
Declaração Conjunta: O documento sobre a Doutrina da Justificação da Federação Luterana Mundial e da Igreja Católica foi assinado em 31 de outubro de 1999, na cidade de Augsburgo, estabelecendo que as confissões católica e luterana professam a mesma doutrina sobre a justificação por graça e fé, embora com diferentes desdobramentos. O bispo luterano Christian Krause e, pela Santa Sé, o cardeal Edward I. Cassidy assinaram o documento. Os membros da Federação Luterana Mundial, presidida pelo reverendo Mark Hanson e do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, presidido pelo cardeal Walter Kasper festejaram a assinatura do documento, pois foi um passo para o ecumenismo entre as denominações cristãs.