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ID: 21

Liturgia para o Culto do Domingo da Paixão/Ramos – 13/04/2014

13/04/2014

 

Acolhida (boa noite) (Bom dia): Prezada comunidade. Desejo saudá-la com a palavra que encontramos em Jo12.23: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem”. Que esta palavra oriente a nossa reflexão e a nossa ação nesta semana toda especial para a fé cristã. Que possamos acompanhar os passos derradeiros do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e com isso fortalecer a nossa fé e reafirmar o nosso compromisso como pessoa cristã, de ser e agir como pessoa cristã dentro do mundo, individualmente também, mas especialmente como comunidade.

Canto: 117

Intróito: Estamos reunidos e reunidas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Cremos e temos experimentado que o nosso socorro, ajuda e salvação vem do Senhor, o Criador dos céus e da terra e Senhor sobre a vida e a morte.

Oremos, confessando a Deus os nossos pecados.

(Oração espontânea de confissão de pecados) Misericordioso Deus....

(terminando com...) Perdão, Senhor, perdão (2x)

Anúncio da Graça: como ministro/a ordenado por Deus a serviço da igreja declaro em seu nome o perdão dos pecados a todas as pessoas que, de coração contrito e espírito abatido, se assumiram pecadoras e arrependidas confessaram seus pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo amém. Assim nos diz a sua palavra: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e o coração dos contritos. (Is 57.15)

Com o espírito e o coração vivificados louvemos o nome do nosso Deus cantando: Glória, Glória, Glória a Deus nas alturas, glória, glória, paz entre nós, paz entre nós (2x)

Experienciando a paz que vem do Senhor por meio de sua graça, desejemos a paz uns aos outros, por meio de um aperto de mão e/ou um abraço e através do voto “a paz do Cristo seja contigo”.

Oração do dia. (espontânea) Bondoso Deus....
... em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor, que contigo e com o Espírito Santo vive e reina de eternidade a eternidade amém.

C.: amém.

Leitura do Salmo 118.1-2,19-29

Canto: 380

(em pé) Leitura do evangelho segundo Lc 19.28-40

(sentar) Hino 379

Alocução Credo apostólico

Canto 372

Avisos:

Comunicado do destino da oferta:

Canto + recolhimento das ofertas.

Receber os cestos com as ofertas e orar agradecendo.

Solicitar junto à igreja motivos de oração:

Orações finais + Pai nosso

Benção

Envio

Canto: 118


Lucas 19.28-40 - Prezada Comunidade

Que a graça de Deus seja conosco e nos faça protagonistas cristãos dentro do mundo.

Neste domingo celebramos o domingo de ramos. Originariamente o domingo que antecede a páscoa cristã era chamado de domingo da paixão.

Hoje, durante a leitura do evangelho, quem prestou atenção pode notar justamente a falta da citação dos ramos pelo evangelista Lucas. Ainda bem que na leitura do Sl 118.27 eles foram citados. Soaria estranho celebrar o domingo de ramos sem ramos.

Penso que Lucas omitiu este detalhe para destacar o que realmente era essencial: com ramos ou sem ramos, Jesus entrava em Jerusalém na semana que culminaria com sua prisão, julgamento, condenação e morte. Por isso penso que o nome mais apropriado para este dia seja domingo da paixão, até porque o nome dado à semana derradeira de Jesus é semana da paixão. Mas o domingo poderia ser chamado ainda por outro nome: O protagonismo dos discípulos e das discípulas faz com que Jesus entre triunfal em Jerusalém.

O nome domingo de ramos surge no sécVII ou VIII e está baseado nos relatos dos 4 evangelhos sobre a entrada de Jesus em Jerusalém. A partir daí, as pessoas cristãs começam a celebrar este domingo levando ramos ao templo aonde iriam se reunir enquanto igreja. Enquanto caminhavam em direção ao templo, gritavam: Bendito seja o que vem em nome do Senhor.

Aliás, segundo o evangelista Lucas, a multidão de discípulos que acompanhava a entrada de Jesus em Jerusalém gritava outra frase: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas (v.39). Tal frase definia mais claramente quem era aquele que entrava na capital de Judá e, portanto no centro do poder, sentado no lombo de um jumentinho. Deixava claro que Ele era o ungido de Deus, o messias esperado. Messias que segundo a esperança da época viria para reinar sobre o povo de Deus; para assumir o trono e o poder. Vinha libertar e resgatar o seu povo do domínio e da opressão que lhe havia sido imposta pelos invasores romanos e para implantar uma nova realidade de acordo com a vontade de Deus.

A esperança da época se baseava nas profecias. O profeta Zacarias (Zc 9.9) dizia: “alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta ó filha de Jerusalém, eis ai te vem o teu rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de uma jumenta.” Para que tais palavras se cumprissem, Lucas registrou que Jesus mandou seus discípulos buscarem um jumentinho que jamais havia sido montado. Animais como este levaram a arca da aliança de Deus com seu povo no passado. Na arca estavam as segundas tábuas da lei, os 10 mandamentos. Este jumentinho iria carregar o autor da nova aliança entre Deus e seu povo. Nova aliança porque não mais baseada na lei, mas na graça divina.

A profecia de Zacarias mandava que o povo de Jerusalém ficasse alegre com aquele que iria entrar na cidade montado num jumentinho. Só que isso não aconteceu. Jesus entra humilde montado num jumentinho e é aclamado, não pelo povo da cidade, mas pelo povo que recebeu a Ele e ao evangelho.

Aquilo que Jesus fez, enquanto conviveu com aquelas pessoas, é o motivo que fez com que elas se tornassem discípulas. O v37 é claro quando diz que a multidão dos discípulos e das discipulas louvava a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto. Este é o motivo do seguimento a Jesus e consequentemente da proclamação: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor!v.38.

No evangelho lemos que alguns fariseus chegaram até Jesus e pediram que ele repreendesse seus discípulos e os proibissem de entrar na cidade, pronunciando aquelas palavras, para evitar maiores complicações. Mas Jesus não acolheu o pedido e ainda deixou claro aos fariseus que a situação era irreversível. Que ainda que seus discípulos deixassem de anunciar a Ele e ao evangelho, as próprias pedras clamariam.

Seus discípulos e suas discípulas estavam mesmo convictos/as do que faziam e falavam. Eles/as não estão cumprindo ordens de Jesus. Fazem aquilo porque estão alegres por ver a sua esperança se concretizando, o tempo de Deus se cumprindo.

Testemunharam milagres, provas de que Deus está agindo no meio do povo. E como estes milagres aconteciam por intermédio de Jesus, concluíram que Deus estava com Jesus e ficar ao lado de Jesus é ficar ao lado de Deus. Com isto tiveram a certeza que o tempo da libertação do domínio e opressão do inimigo chegou.

Multidão é sinônimo de quantidade, enquanto que discípulo indica pessoa que se dispôs a seguir, a aprender, a imitar seu líder e a promover e defender a sua causa tal como Ele. Portanto, a multidão de discípulos e discípulas representava uma boa quantidade de pessoas, e pessoas qualificadas.

Esta multidão permaneceu fiel a Jesus, enquanto Ele entrou e saiu de Jerusalém naquele dia. Aliás, foi por temer o que esta multidão pudesse fazer, que os inimigos de Jesus não ousaram prendê-lo, mas aguardavam o momento de prendê-lo quando estivesse sozinho ou com pouca gente perto. No decorrer da semana conseguiram prender a Jesus, à noite, enquanto Ele orava rodeado por poucos discípulos sonolentos. Preso, Jesus entra novamente em Jerusalém, desta vez levado por guardas. Ali é julgado e condenado injustamente à morte e morte de cruz.

Quando Pilatos propôs soltar um prisioneiro por ocasião da tradição da páscoa judaica e a multidão optou por Barrabás e não por Jesus é porque se tratava de outra multidão, basicamente formada por pessoas da cidade de Jerusalém. Multidão esta que não presenciou os milagres feitos por Jesus e que possivelmente foi manipulada pela liderança judaica da época. Liderança que havia sido duramente criticada por Jesus e se via ameaçada por causa das demonstrações de poder que Ele realizava. Ex: a purificação do tempo e a ressurreição de Lázaro.

Assim, essencial na celebração do domingo de ramos não são os ramos. São as pessoas que - convictas que Jesus é o Cristo, o rei justo e salvador - de forma consciente e madura, o seguem e o divulgam com alegria, mesmo que isso signifique enfrentar a força e o poder dos inimigos e represente perigo de morte.

Celebrar o domingo de ramos ou da paixão é atender a um privilégio desafiador. O privilégio de professarmos a nossa fé em Jesus Cristo de forma voluntaria, madura, consciente, corajosa dentro do mundo - com ou sem ramos. O privilégio de sermos protagonistas cristãos dentro do mundo.Foi a profissão de fé da multidão de discípulos que tornou triunfal a entrada de Jesus em Jerusalém. Como pessoas cristãs vamos aproveitar este momento para nos envolvermos de forma voluntaria, grata, consciente, madura, corajosa e alegre com o nosso Deus e a sua causa como fez a multidão de discípulos nos dias de Jesus.

Celebrar o domingo de ramos é celebrar o protagonismo dos discípulos e discípulas de Jesus. Celebrar o domingo de Ramos é relembrar a coragem que vem da fé, coragem de anunciar a Jesus como o messias apesar dos pesares, dos obstáculos, dos inimigos. Celebrar o domingo de ramos é celebrar o nosso protagonismo enquanto pessoas cristãs. Ao celebrar o domingo de ramos perguntas me vem a cabeça: como estou agindo como protagonista cristão no mundo? Ou será que me calei diante de tanta coisa ai e até as pedras estão clamando em meu lugar?

Aquela multidão ainda não sabia que Jesus iria morrer em seu favor, quanto mais ressuscitar - apesar de já ter sido avisada disso pelo próprio Cristo. Nós sabemos. Sabemos também que sua morte e ressurreição são infinitamente maiores do que os milagres presenciados por aquela multidão. E nós temos o privilégio de saber que toda esta obra maravilhosa de Jesus realizada em nosso favor, nos libertou de tudo e de todas as coisas; e com isso nos oportuniza salvação por graça e fé. Saber disso, só nos compromete ainda mais com a causa trazida e defendida por Jesus até a morte e morte de cruz, por nós.

Assumamos o nosso protagonismo cristão dentro do mundo. Vamos assumir a nossa missão de forma voluntaria, consciente. E com alegria, determinação e amor.

Jesus nos enviou pelo mundo e prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Jesus foi, é e sempre será por nós. Sejamos nós por Ele também.

*Ministro, pastor na Comunidade São João Batista, 2º pastorado da Paróquia Unidos em Cristo, em Brusque/SC, no Sínodo Vale do Itajaí.


Autor(a): Pastor Arnaldo da Rocha Clemente
Âmbito: IECLB / Sinodo: Vale do Itajaí
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Área: Celebração / Nível: Celebração - Liturgia
Natureza do Domingo: Quaresma
Perfil do Domingo: Domingo de Ramos
Testamento: Novo / Livro: Lucas / Capitulo: 18 / Versículo Inicial: 28 / Versículo Final: 40
Natureza do Texto: Liturgia
Perfil do Texto: Celebração
ID: 27352

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