A largada para as comemorações dos 500 anos da Reforma Luterana em 2017 será dada neste domingo, em Blumenau, na Paróquia Blumenau Centro (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil). Na programação constam um culto festivo e um marco que será descerrado para iniciar a contagem regressiva e anunciar as programações especiais que acontecerão nos próximos anos. As festividades estão sendo capitaneadas pelo pastor Valmor Weingärtner, pároco local.
O culto acontece neste domingo, dia 28, às 9h, na Igreja do Espírito Santo (Rua Amazonas, 119, Centro). A prédica será conduzida pelo pastor Weingärtner e terá como tema central os acontecimentos e ensinamento de Martin Lutero, a partir da Reforma em 1517. A liturgia inicial ficará ao cargo do pastor local Gilson Ricardo Hoepfner. A liturgia final será guiada pelo pastor sinodal Breno Carlos Willrich.
“Este é um momento único. Queremos com isto colocar Blumenau no roteiro definitivo das comemorações dos 500 anos da reforma no mundo. Estamos pensando uma série de atividades e festividades para os próximos cinco anos. Para nós, é uma data muito especial”, alegra-se Weingärtner.
“A Reforma trouxe uma profunda reflexão sobre a organização de toda a Igreja. A partir de 1517, com as 95 teses de Lutero, uma transformação sem igual aconteceu na história da Igreja Cristã. Agora o nosso desafio é ser Igreja transformadora após 500 anos de história”, comenta o pastor sinodal Breno Carlos Willrich.
As celebrações especiais, cultos, palestras, filmes e reflexões sobre a vida e o legado de Lutero também acontecem em todas as paróquias do Sínodo Vale do Itajaí.
Em 2009, no dia 26 de outubro, o ex-governador Luiz Henrique da Silveira sancionou lei criando o Dia da Reforma Luterana no calendário cívico de Santa Catarina.
Reforma:
Em 1517, no dia 31 de outubro, quando o jovem padre Martin Lutero afixou as 95 teses na porta da igreja do Castelo de Wittemberg, ele quis popularizar o entendimento sobre Deus e a religião. Por isso, a primeira ação de Lutero foi se revoltar contra a venda de indulgências. “Se o Papa vende indulgências para salvar a vida dos cristãos, por que ele não fazia isto simplesmente por amor?”, questionava Lutero. Outro grande feito do jovem padre foi traduzir a Bíblia para a língua alemã, quando na época somente os integrantes do alto clero tinham acesso aos escritos em latim ou grego.
Esse movimento resultou na divisão da Igreja do Ocidente entre os católicos romanos de um lado e os reformados ou protestantes de outro. A partir de então, surgiram várias igrejas, das quais se destacam o luteranismo, de Martin Lutero. A Reforma teve intuito moralizador, colocando em plano de destaque a moral do indivíduo (conhecedor agora dos textos religiosos, após séculos em que estes eram o domínio privilegiado dos membros da hierarquia eclesiástica). Suas principais figuras foram Jan Huss (1370-1415), Martin Lutero (1483-1546) e João Calvino (1509-1564).
Declaração Conjunta: O documento sobre a Doutrina da Justificação da Federação Luterana Mundial e da Igreja Católica foi assinado em 31 de outubro de 1999, na cidade de Augsburgo, estabelecendo que as confissões católica e luterana professam a mesma doutrina sobre a justificação por graça e fé, embora com diferentes desdobramentos. O bispo luterano Christian Krause e, pela Santa Sé, o cardeal Edward I. Cassidy assinaram o documento. Os membros da Federação Luterana Mundial, presidida pelo então reverendo Mark Hanson e do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, presidido pelo então cardeal Walter Kasper festejaram a assinatura do documento, pois foi um passo para o ecumenismo entre as denominações cristãs.